O presidente da Bolívia, Evo Morales, criticou os Estados Unidos nesta sexta-feira (07/09) pela recusa na extradição de Gonzalo Sánchez de Lozada. A Presidência boliviana recebeu na mesma data uma nota do governo norte-americano justificando a extradição do ex-chefe de estado, que fugiu para Washington em outubro de 2003.
Sánchez de Lozada (1993-1997 e 2002-2003) é apontado como o principal responsável pela morte de 67 pessoas em uma manifestação em El Alto (cidade próxima a La Paz) em 2003. Na ocasião, o massacre resultou em sua renúncia e fuga para o país norte-americano. Os manifestantes protestavam contra a venda de gás natural a preços baixos para portos no Chile.
“Os Estados Unidos se convertem em um refúgio de delinquentes, um paraíso para a impunidade”, disse Evo em um discurso de encerramento em um curso para militares em um centro de treinamento na região do chaco boliviano. “A sociedade civil não pode ser responsável pelas ações militares”, protestou.
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A justificativa norte-americana é de que não existe uma sentença condenatória contra Sánchez de Lozada, que não participou em nenhuma sessão do julgamento ocorrido entre 2009 e 2011 que condenou dois de seus ex-ministros, Adalberto Kuajara e Erick Reyes Villa, além de outros cinco militares que se encontram desde então cumprindo pena em uma prisão em Sucre, sudoeste do país.
A imprensa boliviana afirma que a decisão de permitir a permanência de Sánchez de Lozada em território norte-americano também se estende aos ex-ministros Carlos Sánchez Berzain e Jorge Berindoague, igualmente refugiados nos Estados Unidos. Outros ministros incluídos no mesmo julgamento se encontram refugiados no peru e na Espanha.
Grupos ativistas de El Alto anunciaram que organizarão na próxima semana um protesto até a sede da embaixada norte-americana em La Paz contra a decisão.
(*) com informações do jornal mexicano La Jornada