Agência Efe
Apesar do voto não ser obrigatório, mais de 85% dos venezuelanos devem ir às urnas nas eleições deste domingo
No último dia permitido para realizar atos públicos, nesta quinta-feira (04/10), militantes de Hugo Chavez e Henrique Capriles intensificarão suas atividades nas ruas da Venezuela para atrair novos eleitores. Enquanto o comando de campanha do atual presidente promete levar um milhão de pessoas ao centro de Caracas, o opositor fará seu evento derradeiro no Estado de Lara.
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A poucos dias da eleição, Chávez tem apostado na juventude e na organização de sua máquina partidária. Nas fileiras chavistas, as exigências à militância crescem com a proximidade do domingo, 7 de outubro, assim como as orientações para o eleitorado.
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O presidente Hugo Chávez tem visitado dois Estados por dia e concentrado seu discurso no eleitorado mais jovem
“Que todos votem muito cedo e que não fique nenhum voto de fora, para coroarmos uma vitória com uma maioria esmagadora contra a burguesia”, disse o presidente nesta quarta-feira (03/10) em Valência, capital do Estado de Carabobo. Jorge Rodriguéz, coordenador da campanha, pediu que os eleitores cheguem às 4 horas da manhã para formar a fila. Diferente do Brasil, os centros de votação na Venezuela abrem às 6h e fecham às 18h.
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Em desvantagem nas pesquisas, o opositor Henrique Capriles tenta convencer eleitores de Hugo Chávez
Capriles, por sua vez, tem culpado o presidente pela divisão da sociedade venezuelana. O opositor faz acenos ao público chavista, na tentativa de ganhar alguns votos e diminuir a desvantagem nas intenções de voto, de cerca de dez pontos percentuais na maioria das pesquisas. “Somos milhões de David contra um só Golias. O povo que apoia o governo não será derrotado. Só sairão derrotados os que decepcionaram o povo”, disse.
Militância
Nesta última semana de campanha eleitoral, a militância dos dois candidatos à presidência definitivamente foi às ruas. Para o presidente do Instituto Consultores 30.11, Germán Campos, nesta reta final, os candidatos procuram falar diretamente com grupos específicos da sociedade. “A estratégia agora é mais pontual, criar mensagens diretas para os jovens, mulheres, a classe média e distintos grupos venezuelanos”, lembra.
A Praça França, no coração de Altamira, bairro de classe média alta, até um mês era “habitada” apenas por partidários de Capriles, que montavam um toldo do Partido Primeira Justiça para distribuir panfletos e materiais de campanha. Agora, com uma equipe chavista para competir, quem passa pelo local sai com as mãos repletas de panfletos das duas militâncias, que parecem conviver pacificamente.
Acontece o mesmo em frente ao Centro Comercial Recreo, no bairro da Sabana Grande. Antes ocupado somente por chavistas, o local foi descoberto pela campanha de Capriles, que aposta suas fichas nos setores populares.
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Na Venezuela não é proibida a distribuição de broches, bonés e camisas, o que torna esses materiais muito disputados. O voto também não é obrigatório, mas, segundo diversos levantamentos de institutos de pesquisa, mais de 85% dos venezuelanos pretendem votar no próximo domingo.
Jovens
Aldemaro Salazar, do Exército Comunicacional de Libertação, grupo que apoia Chávez, conta que realiza campanha em Miranda “porque a localidade foi governada por Capriles”. A organização faz parte do movimento “Chávez es otro Beta” (em tradução livre, Chávez é o cara), que tem o trabalho de promover imagens do presidente no cotidiano dos jovens através de grafite, charges e desenhos.
Jonatas Campos/Opera Mundi
Eleitores de Henrique Capriles oferecem material do candidato e pedem doações para a campanha
Já o estudante de Ciências Políticas Pedro Miguel Rojas, 18, participa do movimento “Tu e 2 más”, agrupamento de jovens que fazem trabalho voluntário para a campanha de Capriles. Eles abordam os motoristas nos carros, oferecem material do candidato e também pedem qualquer doação em dinheiro para financiar suas próximas atividades. “É a contribuição para nosso material e camisas. É uma participação ativa do cidadão em nossa campanha”, diz.
Segundo dados do IVAD (Instituto Venezuelano de Análise de Dados), entre jovens de 25 a 34 anos, Chávez tem 47,1% enquanto Capriles soma 38,8%. Os indecisos são 14,1%, uma fatia que está sendo disputada pelas duas campanhas.