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Na tentativa de conter os avanços de protestos da oposição contra seu governo, o presidente do Egito, Mohammed Mursi, decidiu se reunir com juízes da Suprema Corte do país e esclarecer os detalhes do decreto que o autoriza a governar com poderes ilimitados.
A decisão surge logo após o anúncio de que magistrados egípcios entraram em greve como forma de protesto contra o governo. A Corte Suprema de Justiça, instância máxima do judiciário do país, se diz contrária à mobilização e argumenta que esse tipo de medida só é aceitável “em questões de soberania”. Os juízes foram convocados a retornar a seus postos de trabalho.
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Embora admita que tenha “reservas” quanto à decisão do presidente Mursi, o ministro da Justiça, Ahmed Mekky, aceitou mediar as negociações com os juízes e se uniu aos esforços da Corte Suprema.
Juízes e membros da oposição exigem que a Assembleia Constituinte seja dissolvida o mais rápido possível. No entanto, o governo Mursi estabeleceu um decreto que impede a adoção deste procedimento.
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Neste domingo (25/11), Mursi alegou que não governaria por decreto por tempo indeterminado e que, portanto, sua intenção não era concentrar poderes. Ele também garantiu que está “comprometido a buscar o consenso com outros partidos”.
O anúncio de que nem mesmo o judiciário teria jurisdição para revogar suas decisões foi anunciado na última terça-feira (20/11) e fez com que uma onda de violentos protestos eclodisse em meio aos principais centros urbanos.
O mercado financeiro reagiu à instabilidade institucional e a Bolsa de Valores do Egito sofreu uma queda de 9%. Diretórios regionais do Partido Liberdade e Justiça, braço da Irmandade Muçulmana no país, chegaram as ser incendiados.
Diversas lideranças políticas da oposição, entre eles o nobel da paz e ex-candidato à Presidência Mohamed el Baradei, se recusarama dialogar com Mursi antes da revogação de seus poderes irrestritos. Neste domingo, confrontos entre manifestantes e policiais provocaram a morte de um adolescente e deixaram mais de 60 pessoas feridas.