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Política e Economia

Consumo médio de água de um israelense equivale ao de quatro palestinos

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Para ONGs pró-palestinas, controle dos recursos naturais é ponto-chave do apartheid israelense

Marina Mattar

2012-12-01T14:24:00.000Z

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O consumo médio de água diário dos palestinos é cerca de 70 litros por pessoa, bem abaixo dos 100 litros recomendados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para cobrir as necessidades domésticas e dos serviços públicos. Em contrapartida, o consumo médio dos israelenses é de 300 litros por dia, cerca de quatro vezes a média palestina.

Os alarmantes dados foram apresentados no FSMPL (Fórum Social Mundial Palestina Livre) pela organização Al Haq e pela campanha Sede por Justiça. Eles pedem o cumprimento das leis internacionais contra a violação dos direitos humanos e pelo dever do ocupante de promover o bem-estar à população civil afetada.

“O controle dos recursos naturais é fundamental para a manutenção do apartheid na Palestina”, explica Shirin Abu Fannouneh, pesquisadora da Al Haq.  “Israel criou um cenário em que os palestinos têm grande dificuldade para sobreviver e por esta razão, muitas vezes abandonam suas terras. Mas, mesmo como potência ocupante, Israel tem o dever de assegurar as condições necessárias à sobrevivência para os civis prejudicados”.

Ryan Rodrick Beiler/Activestills

Moradores do campo de refugiados de Ainda enchem vasilhames de água para suas casas

O governo israelense controla todas as fontes de água potável na Cisjordânia e, segundo os Acordos de Oslo, deve permitir o acesso de pelo menos 20% para os palestinos. No entanto, dos aquíferos disponíveis no território palestino ocupado, Israel utiliza 73%, os palestinos 17% e os assentamentos judeus ilegais, 10%. Por conta da distribuição desigual, os palestinos da Cisjordânia têm de comprar pelo menos metade da água consumida da Mekorot, empresa estatal israelense que controla os recursos hídricos.

Esse cenário fica mais evidente quando se compara o consumo de água das duas populações: enquanto os três milhões de residentes da Cisjordânia utilizam apenas 83 metros cúbicos de água per capita anual, cada colono judeu consome cerca de 1,4 mil metros cúbicos de água por ano.
 


“Isso é muito visível quando andamos na Cisjordânia e pelos assentamentos construídos lá. De um lado, podemos ver uma paisagem árida e do outro, avistamos piscinas, fontes, abundância de água”, conta Fannouneh. “É absurdo!”, acrescenta ela que enfatiza o fato dos colonos terem se estabelecido ilegalmente no território designado aos palestinos.

Durante o verão, as autoridades israelenses racionam a distribuição de água para os palestinos, cortando, frequentemente, o fornecimento. Em contrapartida, os assentamentos têm acesso irrestrito ao recurso natural.

A situação é ainda pior nas comunidades rurais que vivem no Vale do Jordão que não são conectadas ao sistema hidráulico. Sem acesso a água corrente, essa população não tem outra opção se não comprar água da Mekorot. Neste local, a desproporção de consumo é ainda maior: os colonos israelenses tem consumo seis vezes maior do que os palestinos.

Gaza

Na Faixa de Gaza, os problemas encontrados em relação ao uso da água são diferentes e possuem relação direta com o bloqueio israelense ao território.

O Aquífero Costeiro, do qual os residentes do território palestino dependem, está contaminado em 90% por conta do despejo de esgotos e se encontra em perigo de colapso. De 60 a 80 milhões de litros de esgoto não tratados ou tratados parcialmente desembocam no Mar Mediterrâneo e nas bacias existentes.

A situação poderia ser revertida com a reabilitação do aquífero e a reconstituição das redes sanitárias – muitas destruídas durante incursões militares de Israel no território –, mas os palestinos não têm a permissão de comprar ou receber materiais de construção como parte do bloqueio israelense.

Apesar de a água disponível ser imprópria para o consumo, muitos palestinos não têm outra opção.
 

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Direitos Humanos

Maioria dos católicos alemães rejeita condenação do aborto

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Declarações do papa e da Igreja contra a interrupção da gravidez são rechaçadas por 58% dos católicos, indica pesquisa

Darko Janjevic

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-09T21:59:00.000Z

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Uma pesquisa de opinião realizada na Alemanha revelou uma grande distância entre a os fiéis católicos e a os líderes da Igreja Católica, em relação ao aborto.

O levantamento, realizado pela INSA Consulere a pedido do jornal Die Tagespost, perguntou aos entrevistados: "É bom que o papa e a Igreja se manifestem contra o aborto?"

Somente 17% dos respondentes católicos responderam que sim. Outros 58% disseram que não. Entre os protestantes, apenas 13% eram favoráveis às declarações contra o aborto. Mais de dois terços discordaram dos posicionamentos do papa Francisco ou da Igreja Católica sobre o aborto.

Para a pesquisa foram entrevistados 2.099 cidadãos no fim de julho e início de agosto.

Igreja progride, mas só até certo ponto

O papa Francisco reorientou a Igreja Católica para um caminho mais liberal desde que assumiu o cargo de pontífice, em 2013. Ele tomou posições contundentes sobre padres envolvidos no abuso sexual de crianças, condenou governos de países do Ocidente por deportarem imigrantes, pediu mais ajuda para os pobres e mais esforços para preservar o meio ambiente. Publicamente, ele também agiu para reduzir o preconceito contra pessoas LGBTQ, afirmando que Deus "não renega nenhum de seus filhos" e endossando as uniões civis entre homossexuais.

Papa Francisco conduziu iniciativas para modernizar a Igreja Católica, mas mantém sua firme condenação ao aborto
Eric Gay/dpa/AP/picture alliance

No entanto, o papa Francisco também decepcionou alguns de seus apoiadores mais liberais ao rejeitar a benção católica para os casamentos gays. Ele também recusou-se a abandonar a posição tradicional da Igreja sobre o celibato de sacerdotes, assim como sobre o aborto, que o Vaticano vê como um ato de assassinato.

Francisco sobre o aborto: "É correto contratar um assassino?"

Em entrevista à agência de notícias Reuters em julho, Francisco reafirmou a sua opinião de que fazer um aborto seria semelhante a contratar um assassino.

"A questão moral é se é correto matar uma vida humana para resolver um problema. De fato, é correto contratar um assassino para resolver um problema?" questionou.

A questão do aborto não é a única em que o Vaticano enfrenta perda de apoio na Alemanha. Há menos de três semanas, a Igreja Católica pronunciou-se contrária ao movimento católico progressista alemão Caminho Sinodal, advertindo-o que não tem autoridade para instruir bispos sobre questões de moralidade e doutrina.

O movimento vem fazendo pressão para que os padres sejam autorizados a casar, mulheres possam tornar-se diáconos e que a Igreja dê sua benção a casais do mesmo sexo.

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