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Política e Economia

Movimentos sul-americanos organizam envio de nova "flotilha da liberdade" à Gaza

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Embarcações partiriam da América Latina para enviar material humano à região e furar bloqueio israelense

Marina Mattar

2012-12-01T23:02:00.000Z

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Organizações de diversos países latino-americanos lançaram neste sábado (01/12) uma campanha para enviar frotas marítimas a Faixa de Gaza em uma tentativa de furar o bloqueio israelense à região. A iniciativa, chamada de Flotilha da Liberdade da América Latina, foi anunciada no evento final do Fórum Social Mundial Palestina Livre e arrancou os aplausos da plateia.

Opera Mundi conversou com alguns dos ativistas envolvidos no mais novo movimento de solidariedade ao povo palestino que passou a integrar uma extensa rede de organizações internacionais. É a primeira vez que ativistas latino-americanos organizam uma flotilha ao território palestino; até então, sua participação ficou restrita ao apoio e à presença de algumas pessoas nas embarcações.

Carlos Latuff/Rio de Janeiro


A ideia veio do comitê chileno de solidariedade com a Palestina, mas logo recebeu o apoio de grupos da Argentina, Colômbia, Nicarágua, Uruguai e Brasil que estavam presentes no Fórum Social Mundial Palestina Livre em Porto Alegre. “O congresso nos possibilitou integrar os movimentos latino-americanos de uma maneira muito bonita. Ele nos ajudou a começarmos a nossa organização rumo a Gaza”, conta Arturo Arroyave, da Unidade Colômbia-Palestina.

Emocionado, o representante da Comissão de Apoio ao Povo Palestino do Uruguai explica que as populações rurais, indígenas e de origens africanas da América Latina passaram e ainda têm de enfrentar dificuldades semelhantes às dos palestinos. “Faltam terras, água e comida. Também conhecemos a colonização e a descriminalização”, diz Ruben Elías. “Irmãos palestinos, seu sofrimento é o meu sofrimento. Irmãos palestinos, nós estamos aqui”.

“Não é possível que, em pleno século XXI, exista um território em que a população é aterrorizada pelas forças militares e não consegue atender as suas mínimas necessidades por ser cercada”, diz Nicola Adua, do comitê chileno. “As pessoas estão sendo obrigadas a entregar sua dignidade e a aceitar a situação colonial pela força militar”.
 


O próximo ano será de muito trabalho para a campanha latino-americana. Além de divulgar a proposta e conquistar outros integrantes, o grupo tem de angariar recursos para estabelecer a frota e decidir questões logísticas importantes, como de onde a flotilha sairá. Assim como outras iniciativas de furar o bloqueio a Gaza, o financiamento da frota latino-americana será feito por meio de doações individuais, movimentos sociais, sindicatos e ONGs.

A espanhola Laura Arau, que já participou de três flotilhas internacionais e fundou a organização “Rumo a Gaza”, esteve junto com os movimentos para compartilhar sua experiência. Além de dicas sobre possíveis campanhas de divulgação e conscientização da população sobre o tema, a ativista apontou que este é o momento da América Latina.

Flotilhas da Liberdade

Por diversas vezes, embarcações marítimas de ativistas internacionais carregando ajuda humanitária para os palestinos tentaram furar o bloqueio israelense a Faixa de Gaza. A única vez em mais de quatro décadas que barcos conseguiram entrar nas águas do território palestino foi em agosto de 2008.

Em outubro deste ano, a frota da campanha “Estelle” foi barrada quando chegava ao território palestino pela marinha de Israel. No dia 30 de maio de 2010, militares das Forças Armadas de Israel invadiram a flotilha turca “Liberdade à Gaza” ou “Marmara” que se aproximava da costa com dezenas de ativistas, matando nove ativistas turcos e deixando centenas de feridos.

Repercussão do massacre da flotilha turca

Na época, Israel proibia uma série de produtos alimentícios, como marmelada, chocolate, madeira para móveis, sucos de frutas e produtos têxteis. Por conta de pressão internacional decorrente do episódio, Israel flexibilizou o bloqueio ao território ocupado palestino. Segundo entidades internacionais, agora é permitido, de forma geral, a entrada de alimentos e alguns medicamentos.

As primeiras sanções foram impostas por Israel em 2001 quando palestinos tomaram às ruas contra a ocupação israelense e intensificadas em 2007 após as eleições legislativas que levaram o Hamas democraticamente ao poder.
 

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Política e Economia

Em 1º discurso após posse, Petro promete reforma na política contra as drogas na Colômbia

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Ao lado da espada de Simón Bolívar, novo presidente colombiano disse que a política antidrogas 'fracassou profundamente', afirmando que a 'paz é possível' no país

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-07T22:35:00.000Z

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Ao som ovacionado das milhares de pessoas reunidas na Praça Bolívar, em Bogotá, Gustavo Petro realizou seu primeiro discurso neste domingo (07/08) como novo presidente da Colômbia. Petro reafirmou o compromisso de uma reforma na política contra as drogas no país.

"A política contra as drogas fracassou profundamente. A guerra fortaleceu a máfia e debilitou Estados, levando-os a cometerem crimes e evaporou o horizonte da democracia. Chegou o momento de mudar a política antidrogas no mundo para que seja a vida ajudada e não a morte", disse.

Durante seu discurso, Petro pediu que a espada de Simón Bolívar fosse deixada no palco, ao seu lado. Para ele, o objeto significa "toda uma vida, uma existência" que o auxiliou no processo que culminou em sua eleição à Presidência.

Petro disse não querer que a espada esteja "enterrada", que ela seja a "espada do povo". "Chegar aqui implica recorrer uma vida, uma vida imensa que nunca é sozinha. Aqui estão todas a mulheres colombianas que lutam para superar o machismo e construir uma política do amor. As mãos humildes dos operários, dos campesinos, o coração dos trabalhadores que me apoiam sempre quando me sinto débil", declarou.

Segundo o novo mandatário, os colombianos, "muitas vezes", foram "condenados ao impossível e a falta de oportunidades". No entanto, Petro declarou a "todos que estão me escutando" que, agora, "começa nossa segunda oportunidade". 

"Nós ganhamos, vocês ganharam. O esforço de vocês valeu a pena. Agora é hora de mudança, nosso futuro não está escrito e podemos escrever juntos e em paz. Hoje começa a Colômbia do impossível", disse durante a posse, declarando que sua eleição é uma história contra aqueles que não acreditavam, "daqueles que nunca queriam soltar o poder. Porém o fizemos".

Redistribuição de riqueza

Petro afirmou que a "igualdade será possível" na Colômbia, para que a desigualdade e a pobreza não "sejam naturalizadas", já que, segundo o novo presidente, o país é uma das "sociedades mais desiguais em todo o mundo", afirmando ser necessário mudar este paradigma "se queremos ser uma nação e viver em paz". 

Reprodução/ @FranciaMarquezM
Petro e Márquez tomaram posse neste domingo como o primeiro governo de esquerda na Colômbia

"Vamos ser uma Colômbia mais igualitária e com mais oportunidades a todos. A igualdade é possível se formos capazes de gerar riqueza e capazes de distribuí-la. Para isso, é necessário uma reforma tributaria que gere justiça", afirmou durante o discurso.

O presidente reafirmou que seguirá os Acordos de Paz, assinados em 2016, e também as resoluções da Comissão da Verdade em relação à violência no país. Ele declarou que é preciso terminar "para sempre" com os conflitos armados, convocando "todos as pessoas armadas para buscar um caminho que permita a convivência, não importando os conflitos que existam".

"Encontrar soluções através da busca por mais democracia para terminar a violência. Convocamos todos os armados a deixarem as armas, aceitar jurisdições pela paz, a não repetição definitiva da violência, para que a paz seja possível. Precisamos dialogar, nos entender e buscar os caminhos comuns e produzir mudanças. A paz é possível", afirmou.

Posse de Petro

Petro tomou posse neste domingo em uma cerimônia na Praça Bolívar, em Bogotá. Aos 62 anos, ele é o primeiro mandatário de esquerda a assumir o poder na história do país.

O presidente do Senado colombiano, Roy Barreras, foi o encarregado de ler o juramento a Petro, que fala em "cumprir fielmente a Constituição e as leis" do país. Na sequência, a senadora María José Pizarro, filha de Carlos Pizarro assassinado em 1990 e que foi companheiro do agora presidente na guerrilha Movimento 19 de Abril (M-19), entregou a faixa presidencial ao novo chefe de Estado.

Também na posse, a vice-presidente eleita Francia Márquez realizou juramento, que foi lido pelo agora mandatário da Colômbia.

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