O ministro da Defesa Nelson Jobim defendeu ontem (16) a prorrogação por cinco anos da Missão de Paz Brasileira no Haiti (Minustah). “Deixar o Haiti antes de cinco anos nem pensar. É tempo de repensar a missão de Paz e focar na reconstrução do país”, declarou durante uma visita no Centro de Instrução de Operações de Paz, na Vila Militar, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, local de treinamento de soldados brasileiros em missão na nação caribenha.
O ministro considera que o mandato da missão tem que ser ampliado pela Organização das Nações Unidas (ONU). “A proposta brasileira hoje se destina somente à manutenção da lei e da ordem. É preciso que haja uma flexibilização deste conceito para aumentarmos efetivamente nossas atribuições no Haiti”, disse Jobim.
Para ele, os recursos previstos no orçamento da Minustah, que até agora se destinavam exclusivamente à área de segurança, devem também ser utilizados na reconstrução do país.
Jobim reivindicou ainda que a gerência dos recursos obtidos com doações seja entregue à Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti). O ministro disse que pediu ao presidente haitiano, René Préval, que definisse uma autoridade para coordenar o uso e o pedido de ajuda e doações. “As doações muitas vezes não chegam por falta de alguém para administrar os recursos”, explicou Jobim.
Incremento da força militar
Um dia após o anúncio americano do envio de 10 mil militares ao Haiti, o Ministério da Defesa confirmou que planejava aumentar o efetivo brasileiro da Minustah, atualmente de 1.266 homens.
“Com relação ao incremento da força militar, a Defesa trabalha com essa possibilidade”, disse o contra-almirante Paulo Zuccaro, representante da Defesa no grupo montado pelo governo para coordenar a resposta ao terremoto. Ele não quis adiantar o número de militares e quando eles podem ser enviados.
O Brabatt (Comando do Batalhão Brasileiro) no Haiti intensificou as patrulhas em Porto Príncipe para evitar violência. Há saques a supermercados, e presos escaparam da cadeia na capital. Na operação, não está descartado o uso de armas letais.
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