Três dias depois de confirmar sua candidatura em 2013 e apoio à Lei Orçamentária do atual primeiro-ministro Mario Monti, Silvo Berlusconi aumenta suas críticas ao chefe de governo.
Agência Efe
Mesmo após anunciar sua renúncia, o primeiro-ministro Mario Monti tem sido cada vez mais criticado por Berlusconi
Em entrevista ao Canale 5, de sua propriedade, nesta terça-feira (11/12), Berlusconi acusou Monti de ter praticado uma política germanocêntrica que colocou o país em situação pior do que quando deixou o governo, há pouco mais de um ano. ”Todos os indicadores pioraram. Não cabe a mim fazer juízos, mas todos os dados são negativos”, disse.
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Berlusconi tampouco economizou críticas a governos que promovem medidas de austeridade. “Quando eu representava a Itália na Europa, estava entre os dois ou três chefes de Estado mais respeitados. Mas é verdade que estava contra as exigências alemãs que quase arrastaram a Grécia para uma guerra civil”.
Perguntado sobre se a Europa teme seu retorno, responde que “nem em sonhos”. O ex-chefe de governo também chamou os títulos de risco (juros cobrados por investidores sobre dívidas de risco, comparado a valores da Alemanha) de “truque para derrubar governos democraticamente eleitos” e de “interesse de ninguém”.
Em comunicado desta segunda-feira (10/12), Berlusconi reagiu aos comentários negativos da mídia e de políticos estrangeiros sobre sua candidatura ao comando do país, dizendo que eram uma “interferência ofensiva nos assuntos internos” e “ofensivas não só a mim pessoalmente, mas à livre escolha dos italianos”.
O candidato também admitiu que está buscando ressuscitar sua antiga aliança com o partido de direita Liga Norte e que talvez mude o nome de seu partido de centro-direita de PDL (Povo da Liberdade) para a antiga denominação, Forza Italia, de acordo com o El País.
Ao mesmo tempo em que falava ao Canale 5, Monti concedia uma entrevista à emissora pública RAI, defendendo a atuação econômica de seu governo e alertando contra promessas eleitorais “excessivamente simplificadas” e o perigo de populismos.
Monti incluiu que ainda deseja influenciar o debate político italiano, independentemente do que papel que assumir após as eleições de 2013, o que não deixou claro.
Para ser reeleito, no entanto, Berlusconi terá que enfrentar candidatos como Pier Luigi Bersani, do Partido Democrático, de centro-esquerda, que aparece hoje como favorito nas intenções de voto. Depois aparece Beppe Grillo, do Movimento Cinco Estrelas.
* Com informações de El País, Reuters e Dinheiro Vivo