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Política e Economia

Nova crise é resultado da reacomodação dos grupos de poder em Honduras, diz sociólogo

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Eugenio Sosa diz que, apesar de demonstrar força, recém-criado partido de Manuel Zelaya terá que se preocupar com fraudes eleitorais

Giorgio Trucchi

2012-12-15T11:03:00.000Z

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A nova crise político-institucional em Honduras, iniciada na madrugada desta quarta-feira (11/12) com a destituição, por parte do Congresso, de quatro dos cinco magistrados que integram a Sala Constitucional da Suprema Corte de Justiça, é o reflexo de uma luta entre os diferentes grupos de poder que controlam a política e a economia do país.

Esta é a tese defendida pelo sociólogo e pesquisador do Centro de Estudos para a Democracia (CESPAD), Eugenio Sosa, durante uma conversa com o Opera Mundi.

Sosa também assegurou que os resultados das recém-realizadas eleições internas, as denúncias de fraude envolvendo os candidatos dos partidos tradicionais – Partido Nacional e Partido Liberal –, que saíram derrotados, bem como o alto grau de apreciação conquistado pelo partido LIBRE (Libertad y Refundación), do ex-presidente Manuel Zelaya, teriam obrigado tais grupos a reacomodarem-se estrategicamente, tendo em vista as eleições nacionais de 2013.

Giorgio Trucchi/Opera Mundi

Para Sosa, grupos oligárquicos, representados por Ricardo Álvarez, disputam poder com emergentes, partidários de Juan Orlando Hernández


Opera Mundi: Quais são os elementos a serem destacados das recém-realizadas eleições internas?
Eugenio Sosa: Um primeiro elemento é a crise política, econômica e social que não deixou de afetar e abater o país. A isso se deve somar a fraude denunciada por diferentes grupos dos partidos tradicionais, assim como a total falta de confiança nas autoridades eleitorais. Tudo isso nos indica que há uma forte disputa pelo poder entre os grupos oligárquicos com o objetivo de continuar controlando e saqueando o Estado e seus recursos naturais.

Esses poderes – que estão por trás dos candidatos nacionalistas Juan Orlando Hernández, atual presidente do Congresso e principal aliado do presidente Porfirio Lobo, e Ricardo Álvarez, prefeito de Tegucigalpa que está terminando o mandato – estão se reacomodando.

OM: De quais poderes estamos falando?
ES: Ricardo Álvarez está por trás de todo o poder financeiro, dos bancos, dos latifundiários e dos investidores do setor energético. Um poder oligárquico tradicional que se vincula a algumas das grandes corporações midiáticas do país, como os jornais El Heraldo e La Prensa, de Jorge Canahuati. Já Hernández e o presidente Lobo são apoiados por grupos econômicos emergentes que estão conquistando seu espaço, como o Grupo Gutiérrez e o grupo agroindustrial Colibrí, especializado em firmar diversos contratos com o Estado. A luta será forte e ambos os grupos vão mostrar sua força.

É preciso destacar também o fato de que o partido LIBRE se posiciona definitivamente no cenário eleitoral como a segunda força política do país. Agora, terá que preparar uma estratégia político-organizacional para fazer frente a uma possível fraude que será gestada no poder eleitoral, cujos membros estão controlados pelos grupos de poder. Nesse processo interno, o LIBRE demonstrou o que pode fazer em 2013, desvirtuando definitivamente a campanha midiática de desprestígio impulsionada pelos partidos tradicionalistas.

Giorgio Trucchi/Opera Mundi

Decisão do Congresso hondurenho de destituir quatro magistrados da Suprema Corte deu início a nova crise no país


OM: Um tribunal que, segundo muito se diz, está totalmente em colapso.
ES: É o mesmo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) que dirigiu as eleições manipuladas de 2009, cujo resultado foi um completo fracasso. Está completamente deslegitimado para dirigir as eleições de 2013.

OM: Para quem os grupos que foram derrotados nas eleições internas vão apontar?
ES: Creio que, no fim, eles vão apontar mais na direção de Villeda porque nunca estiveram de acordo com Hernández-Lobo e sua decisão de “normalizar” a situação do país, assinando os Acordos de Cartagena e permitindo a volta de Zelaya e o registro do LIBRE. Eles nunca vão perdoar o fato de Zelaya estar no país e de o LIBRE conseguir essa quantidade importante de votos.

Nesse sentido, pode-se esperar uma forte campanha orquestrada não apenas contra o presidente Lobo e Hernández, mas também contra o LIBRE, talvez até reativando os velhos julgamentos contra os ex-funcionários do governo de Manuel Zelaya.

OM: Poderíamos então dizer que o que aconteceu nesses dias no Congresso é o reflexo dessa luta de poder?
ES: Definitivamente, sim. O presidente Lobo sente que esses grupos estão conspirando contra ele, não lhe permitindo levar adiante suas políticas. A Suprema Corte de Justiça converteu-se no instrumento privilegiado para boicotar as políticas do governo. É por isso que, em um primeiro momento, ele saiu denunciando um possível golpe contra seu governo e, posteriormente, seus deputados, encabeçados por Juan Orlando Hernández, destituíram os quatro magistrados que haviam votado para declarar a inconstitucionalidade das provas de confiança a que são submetidos os policiais, como parte do processo de depuração da instituição. É uma resposta à Corte e aos empresários que estão por trás de Ricardo Álvarez. São forças políticas de grupos de poder.

Além disso, poderes do Estado como a Suprema Corte de Justiça e o Ministério Público devem se cuidar, pois o tema da depuração poderia, em breve, envolvê-los.

Giorgio Trucchi/Opera Mundi

Atual presidente do Congresso, Juan Orlando Hernández é vinculado a Porfirio Lobo


OM: Qual pode ser o cenário futuro?
ES: De imediato, não acredito que se possa dar um golpe, como em 2009. No entanto, é possível que as contradições entre poderes se agravem e, uma vez agravadas, é preciso ver os efeitos. Mas, ao contrário de Zelaya em 2009, o presidente Lobo e Hernández têm o controle do Congresso e isso dá a eles uma certa confiança em sua estratégia.

OM: Como o senhor vê o Exército, que em 2009 cumpriu um papel fundamental na derrocada e na expulsão de Zelaya?
ES: Acredito que agirá dentro das expectativas, mas não duvido que, mais cedo ou mais tarde, vá tomar partido para defender as posições de poder político e econômico que voltou a ocupar após o golpe.

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Política e Economia

Maioria dos norte-americanos apoia restrições a armas, diz pesquisa

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Levantamento foi realizado após massacre em escola do Texas que ocorreu em 24 de maio

Redação

ANSA ANSA

Washington (Estados Unidos)
2022-05-26T21:35:00.000Z

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Uma pesquisa divulgada na última quarta-feira (25/05) aponta que a maioria dos americanos quer leis mais rígidas sobre armas de fogo.

A sondagem foi realizada pelo instituto Ipsos para a agência Reuters e chega na esteira do massacre em uma escola de Uvalde, no Texas, que deixou 19 estudantes e dois professores mortos na última terça (24/05).

O ataque foi cometido pelo jovem Salvador Ramos, que comprara as armas legalmente após ter completado 18 anos de idade.

De acordo com a pesquisa, 84% das pessoas defendem a checagem de antecedentes na venda de qualquer tipo de armas de fogo, enquanto 70% são favoráveis a leis que permitiriam o confisco de armamentos de indivíduos considerados como ameaça à segurança pública.

Fibonacci Blue/Flickr
Protesto pelo controle de armas em Minnesota, nos EUA, em 7 de março de 2018

Além disso, 72% apoiam o aumento da idade mínima para comprar armas de 18 para 21 anos. Por outro lado, apenas 35% dos entrevistados disseram estar confiantes de que o Congresso vai tomar medidas para restringir o acesso a armas.

A sondagem também mostrou que 54% das pessoas acreditam que portar uma arma é a melhor maneira de se proteger de um tiroteio, enquanto 45% apoiam que professores e funcionários de escolas básicas andem armados.

No próximo dia 11 de junho, a capital Washington deve ser palco de um grande protesto em defesa da restrição do acesso a armas de fogo, convocado pelo movimento March for Our Lives (Marcha pelas Nossas Vidas), fundado em 2018, após o massacre que deixou 17 mortos em uma escola de Parkland, na Flórida. 

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