Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Mariela Castro: consenso é de que homofobia e "transfobia" são incoerentes com a Revolução

Encaminhar Enviar por e-mail

Na quarta parte da entrevista, a ativista pelos direitos gays em Cuba fala sobre transexualidade e prostituição

Salim Lamrani

2013-02-02T10:49:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Leia a quarta parte da entrevista:

Opera Mundi: O Cenesex trabalha muito também com a problemática transexual.
MCE: A situação das pessoas transexuais é difícil não apenas em Cuba, mas no resto do mundo. É preciso aceitar como uma realidade a identidade de gênero que não é feminina nem masculina, como é o caso da transexualidade. Convém aceitar a ideia de que existem pessoas que podem mudar de identidade de gênero, que estão em conflito com sua identidade de gênero, e que podem dispor dos mesmos direitos que todos. Não deve ser um motivo para privá-las de seus direitos e discriminá-las.

Também propusemos trabalhar sobre uma linguagem de gênero com o Partido Comunista, pois cabe a ele situar-se na vanguarda da sociedade e apresentar as ideias mais avançadas e mais emancipadoras. É o que esperamos e exigimos como militantes deste. À medida que o partido desenvolver essa política, o Estado terá que seguir e tomar as medidas necessárias, adotando leis.

Leia as outras três partes da entrevista: 
1: Sobre homofobia, Fidel sempre assumiu responsabilidades, diz Mariela Castro

2: "PC era reflexo da sociedade cubana: machista e homofóbico", diz filha de Raúl
3: Mariela Castro: "uma nação socialista deve defender a igualdade de todos"

OM: Quantas pessoas foram beneficiadas pela lei que permite que transexuais mudem de sexo, com um financiamento total da operação pelo seguro social? Como se desenvolve esse processo?
MCE: Se minha memória não falha, foram realizadas 15 operações de mudança de sexo em Cuba. A primeira em 1988, ou seja, há mais de um quarto de século. Logo, a partir de 2007, o Ministério da Saúde voltou a implementar esse procedimento. Existe uma Comissão Nacional de Atenção Integral a transexuais desde 1970.  Recebemos cerca de 200 petições desde essa data e a cifra vai aumentar à medida que os meios de comunicação nacionais divulgarem a existência desse serviço.

As pessoas passam por um processo de acompanhamento de dois anos e os especialistas as acompanham e proporcionam tratamento hormonal personalizado, que permite a transição para o gênero com o qual se identificam. Após esse processo, a comissão analisa os diferentes casos e valida quem é apto para a operação e autoriza a mudança legal de identidade.

A operação responde a um procedimento científico aprovado em nível internacional e não a um simples capricho de ordem estética. É fundamental para o bem-estar das pessoas transexuais e permite aliviar a angústia permanente que essas pessoas sofrem desde sua primeira infância, por conta dos preconceitos, da incompreensão e da discriminação das quais são vítimas.

OM: Existe uma verdadeira política de luta contra todo tipo de discriminação em Cuba?
MCE: Hoje em dia, sim. Existe um consenso na sociedade cubana na consideração de que a homofobia e a “transfobia” são formas de discriminação incoerentes com o projeto emancipador da Revolução. Optamos por uma estratégia educativa e comunicacional, pois se trata de um processo de transformação cultural profundo. É imperativo adotar elementos de análise para eliminar os preconceitos que se estabeleceram historicamente para dominar as pessoas, sua sexualidade e seu corpo. A mudança de consciência social é um processo muito grande e complexo, mas imprescindível.

OM: Uma palavra sobre a prostituição em Cuba. O auge do turismo desde os anos 1990 está na origem de um fenômeno que quase havia desaparecido da sociedade cubana. Qual é a situação hoje em dia?
MCE: A prostituição é uma forma de exploração da mulher e também do homem, pois é uma relação que se baseia no poder, neste caso, do dinheiro. Como dizia o poeta espanhol Francisco Quevedo, o poder do dinheiro é imenso. A pessoa que dispõe de recursos tem a possibilidade de adquirir certo número de coisas, incluindo o sexo, e ele é humilhante para a pessoa que é vítima. A compra de um serviço sexual é degradante para a condição humana, pois é uma subordinação do outro, um rebaixamento do próximo. É uma forma de escravidão desprovida de qualquer componente democrático na relação sexual. Transforma o ser humano em mercadoria e, por conseguinte, o priva de seus direitos. A prostituição se baseia no sistema de exploração patriarcal e classista.

Raciocino a partir do princípio de que toda pessoa é livre para usar seu corpo. No entanto, falei com muitas prostitutas em todo o mundo e é possível assegurar que nenhuma delas realiza essa atividade por prazer, mas por necessidade. Não há uma escolha na prostituição, mas uma imposição, seja de uma pessoa ou da sociedade. Por isso, sou contra a prostituição e não desejo que essa atividade seja reconhecida como um trabalho como as demais. Os Estados devem garantir aos cidadãos opções de trabalho que lhes permitam alcançar a dignidade plena e duradoura, como disse nosso herói nacional José Martí.

OM: Você é a favor de políticas que penalizam os clientes?
MCE: Sou muito favorável e acho que as medidas adotadas pela Suécia deveriam ser generalizadas para o mundo todo. É o cliente que está na origem da demanda e faz com que se explorem outros seres humanos e os convertam em mercadorias. É ele que estabelece o abuso de poder com sua capacidade financeira.

OM: E no caso de Cuba?
MCE: Uma perspectiva histórica é necessária. Em 1959, a Federação de Mulheres Cubanas se dedicou ao problema da prostituição, que afetava principalmente mulheres pobres provenientes de minorias étnicas. Havia mais de 100 mil prostitutas naquela época e viviam em condições humilhantes e precárias. A Revolução mudou suas vidas e permitiu que voltassem a encontrar a dignidade, e as libertou da exploração. O esforço do processo revolucionário para erradicar o fenômeno da prostituição é verdadeiramente uma fonte de orgulho nacional, pois foi um grande êxito. As mulheres constituem hoje a principal força técnica do país.

Agora, é verdade que a crise dos anos 1990, o “Período Especial”, ocasionou um ressurgimento desse fenômeno social, com novas características, já que a prostituição é vinculada ao turismo internacional, com a presença de clientes que pagam para obter serviços sexuais. Creio que as políticas atuais destinadas lutar contra esse fenômeno não são suficientes. Seria preciso realizar um trabalho qualitativo muito mais profundo para dispor das ferramentas e das pistas necessárias para fazer frente à problemática da prostituição. É necessário penalizar o cliente, já que essa política demonstrou sua eficiência na Suécia.

OM: Em que fase se encontra o projeto de lei destinado a permitir a união dos casais homossexuais?
MCE: Os especialistas do Ministério da Justiça e da União Nacional de Juristas de Cuba analisaram o projeto de lei destinado a modificar o Código da Família. Ele será logo debatido no Parlamento. Espero que nossos deputados adotem uma política de não discriminação no que se refere à orientação sexual e à identidade de gênero e contribuam de fato para por fim aos preconceitos na sociedade. O Parlamento tem o dever de reconhecer e proteger os direitos de todos os nossos cidadãos.

A sociedade cubana está pronta para aceitar o casamento homossexual. Cabe a nossos políticos colocarem-se à altura do povo. Em Caibarién, no centro da ilha, José Agustín Hernández, apelidado de Adela, é um enfermeiro transexual de 48 anos e foi eleito delegado da Assembleia Municipal. É a primeira vez na história do país e isso demonstra que nosso povo está pronto. Mas você poderia citar muitos países nos quais foram eleitas pessoas transexuais? Por acaso, há pessoas assim na França, Estados Unidos ou Brasil? Não temos certeza disso.

OM: Como você passou a defender o direito à diversidade sexual?
MCE: O papel de minha mãe foi fundamental. Ela sempre rechaçou todas as formas de injustiça. Desde cedo, ela se opôs às Umap e ao Quinquênio Cinza. Era uma mulher do futuro. Quando o Código da Família foi elaborado em meados dos anos 1970, foi proposto que se definisse o casamento como a “união de duas pessoas”. Não se queria especificar o sexo, já que se tinha em mente a problemática do casamento homossexual e que os direitos conquistados com o Triunfo da Revolução Cubana em 1950 deveriam ser os mesmos para todos, sem distinção alguma de raça, gênero, classe ou orientação sexual.

OM: E seu pai?
MCE: Meu pai não compartilhava da homofobia que reinava naquela época, já que minha mãe o sensibilizou sobre essa realidade. Cresceu em uma sociedade patriarcal e homofóbica, mas conseguiu se liberar de seus preconceitos graças à ela. Mas não é isso o que ocorre à sua volta, onde lamentavelmente há muitas pessoas homofóbicas. Mas não perdemos a esperança.

OM: Alguns se espantam pelo fato de uma mulher heterossexual como você, casada, com filhos, defender o direito à diversidade sexual.
MCE: Por acaso é preciso fazer parte de uma minoria ética para combater o racismo? Por acaso é preciso ser uma mulher para defender as mulheres? Por acaso é preciso ser deficiente para defender os direitos dos deficientes? Por acaso é preciso ser um trabalhador para defender os direitos da classe trabalhadora? Por acaso é preciso ser um trabalhador rural para defender os direitos dos sem terra? José Martí era um grande intelectual e sempre defendeu a causa do povo. Marx também. A luta pela igualdade e contra todas as injustiças é um dever universal que deve implicar a todos os cidadãos.

Leia as outras três partes da entrevista: 
1: Sobre homofobia, Fidel sempre assumiu responsabilidades, diz Mariela Castro

2: "PC era reflexo da sociedade cubana: machista e homofóbico", diz filha de Raúl
3: Mariela Castro: "uma nação socialista deve defender a igualdade de todos"

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Setores populares na Argentina demandam medidas para enfrentar inflação e informalidade

Encaminhar Enviar por e-mail

Variação mensal deve registrar 7,5% de aumento de preços em julho

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-08-14T20:05:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Os primeiros movimentos de relançamento do governo do presidente Alberto Fernández, na Argentina – com a criação de um "superministério"da Economia –, deixaram nos setores populares uma sensação de desamparo. Desde então, os movimentos sociais do país têm se mobilizado para reivindicar respostas do governo diante da crise inflacionária no contexto de relançamento dos ministérios.

Após a unificação dos ministérios da economia, agricultura e desenvolvimento produtivo, os primeiros anúncios do novo "superministro" Sergio Massa apontaram para o setor econômico, como programas de financiamento especiais para as exportações (em um contexto em que os agroexportadores têm retido suas colheitas em modo de especulação financeira pela desvalorização do peso argentino), o fortalecimento de reservas através de programas com órgãos internacionais e o incentivo para a produção e exportação para os setores da agroindústria, mineração e hidrocarbonetos.

Em relação aos movimentos sociais, o novo ministro anunciou que haverá uma política de reordenamento nos próximos 12 meses, incluindo o retorno ao mercado de trabalho, o fortalecimento das cooperativas e a proteção em caso de situações de vulnerabilidade.

Não foram gestos suficientes para o setor que mais sofre com a crise inflacionária e ainda se recupera dos efeitos da pandemia, como destaca a secretária-geral da União dos Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), Dina Sánchez. "Escutamos com expectativa os anúncios de Massa, porque nos parecia importante que os setores populares começassem a obter respostas. Mas não tivemos", afirma Sánchez.

A dirigente destaca como a população nas favelas sustentou as necessidades das próprias comunidades durante a pandemia, desde a confecção de máscaras até a distribuição de comida e produtos de limpeza. Também impulsionaram políticas específicas para os bairros populares, como o teste móvel de covid-19 através do programa DetectAr, que aproximava veículos equipados para os testes às comunidades.

"O governo atual é o governo que militamos para que fosse eleito, porque não podíamos seguir com um governo de direita. Unimos espaços políticos e sindicais para tirar [Mauricio] Macri do governo. Mas vemos que não há vontade para determinar um rumo", afirma Sánchez.

Entre os anúncios, o novo ministro também comunicou um novo plano para eliminar os subsídios aos serviços de gás, água e energia elétrica, algo já planejado pelo ex-ministro Martín Guzmán e iniciado por Silvina Batakis. Será uma eliminação planejada e de acordo com o nível de consumo: o subsídio deixa de ser aplicado a partir dos 400kw.

Em meados deste mês, serão divulgados os dados de inflação de julho, mês em que o país presenciou três nomes diferentes no ministério da economia e que, em consequência, desencadeou uma grave corrida cambial e a pressão dos agroexportadores para uma desvalorização da moeda. A perspectiva é de uma inflação mensal próxima de 7,5% para julho, segundo previsões do Banco Central.

Propostas não anunciadas

Sergio Massa chegou ao Executivo com o comum acordo entre Alberto Fernández e Cristina Kirchner, uma tendência de diálogo marcada pela saída intempestiva de Martín Guzmán da pasta mais importante dos ministérios no país. Mas, desde que assumiu, e após uma foto reunida com o novo ministro, Kirchner voltou ao silêncio e não tem se manifestado diante da nova bateria de anúncios e medidas.

As águas parecem mais calmas no âmbito interno da coalizão governista. E também nos mercados, já que o dólar paralelo freou o aumento descontrolado durante as três semanas de mandato de Silvina Batakis. O rumo econômico, no entanto, pode levar à primeira ruptura na atribulada coalizão governista.

Após os anúncios de Massa como ministro, dirigentes do partido Frente Pátria Grande expressaram a intenção de deixar a coalizão Frente de Todos (FdT) diante da falta de políticas dirigidas aos setores populares por parte do governo. 

"Decidimos reavaliar nosso vínculo com a FdT", conta a deputada provincial de Buenos Aires Lucía Klug, da Frente Pátria Grande, ao Brasil de Fato. "Nós representamos um setor da sociedade que não foi acolhido nos últimos anúncios do governo: os setores da economia popular, do trabalho informal, ou até do trabalho formal, privado e público, que estão abaixo da linha da pobreza", afirma.

Flickr
Protesto na Praça de Maio nesta quarta-feira (10/08) levantou demandas por melhores salários e uma reunião com o novo Ministro

"As últimas declarações [de Massa] priorizam atender aos setores de poderes econômicos da Argentina, especialmente o agropecuário. Justamente um setor que está especulando com a fome dos argentinos e levando o país a níveis inflacionários altíssimos", diz Klug.

A deputada destaca que a Frente Pátria Grande tomou um tempo com sua militância para repensar a integração à FdT e debater estratégias para alcançar alguma política para os setores mais vulneráveis nesse contexto. "Nem que seja para o universo de 4 milhões de pessoas na indigência", conclui.

Uma das propostas do partido, liderado pelo ativista político Juan Grabois, é o projeto conhecido como Salário Básico Universal, um valor equivalente a uma cesta básica individual (cerca de R$ 550) que visa complementar a renda de trabalhadores que, mesmo cumprindo jornadas completas, não superam a linha da pobreza. O valor também reconhece o trabalho de cuidado, desempenhado em sua maioria por mulheres, de forma gratuita e em tempo integral.

Mobilizações

Nesta última semana, organizações populares e piqueteras tomaram as ruas do país para reivindicar medidas contra a fome e a pobreza, que atinge cerca de 37,3% da população na Argentina, segundo o último relatório do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), referente ao segundo semestre de 2021. Esse mesmo relatório aponta para 8,2% de pessoas na indigência – ou seja, que não possuem a renda mínima para atender às necessidades energéticas e proteicas.

No último domingo (07/08), organizações convocadas pela União dos Trabalhadores da Economia Popular (Utep) realizaram um protesto na Praça de Maio, na capital federal, reivindicando medidas para a população mais vulnerável nesse contexto.

As organizações piqueteras acamparam na mesma Praça de Maio para protestar contra os cortes de gastos do Estado e por políticas básicas, como a recuperação da entrega total de alimentos fornecidos pelo Estado aos bairros populares e cantinas escolares, cortadas pela metade durante a pandemia sem prévio aviso aos movimentos sociais.

Mobilizações foram realizadas em todo o país nesta semana também contra a perseguição aos movimentos sociais, outra questão que tem sido agravada com a maior presença dos militantes nas ruas. Nas últimas semanas, em Jujuy, ao norte do país, ocorreram vários episódios de invasões policiais em casas particulares, cantinas populares e locais de movimentos sociais que administram os planos aos beneficiários do Potenciar Trabajo. 

"Muitos questionam as organizações sociais, mas os auxílios sociais existem e cresceram tanto devido às má políticas dos diferentes governos. Não é culpa dos pobres que haja pobreza na Argentina", afirma Dina Sánchez. "A perseguição às organizações e dirigentes é grave. Existe um lobby midiático muito forte e instalam um sentido comum de ódio, o que é bastante aproveitado pela direita para promover essas perseguições. Está acontecendo na capital, mas com muito mais força em Jujuy", conta.

Outra demanda é pela ampliação do programa Potenciar Trabajo, como ressalta Damaris Rolón, integrante da Frente de Organizacões em Luta (FOL). "O aumento do salário mínimo impacta nos programas de trabalho, sendo o mais popular deles o Potenciar Trabajo, que atende a, aproximadamente, um milhão de pessoas", diz. O salário social corresponde à metade do salário mínimo fixado no país.

O governo convocou uma reunião do Conselho do Salário Mínimo, Vital e Móvel para o próximo dia 18. Representantes dos setores privados e sindicais irão discutir o ajuste do salário mínimo sobre a inflação – que, para tanto, os valores deveriam ser ajustados em cerca de 50%.

"A pedra angular de todo esse ajuste e dessa situação, que não vai permitir um crescimento para as massas, é o acordo com o FMI [Fundo Monetário Internacional]", destaca Rolón. "E é a pedra que temos que remover se queremos pensar, de verdade, em construir uma Argentina que ofereça trabalho e oportunidades, onde as crianças e jovens que, hoje, são os que mais sofrem com a pobreza e a fome, tenham perspectiva de vida. Docentes que trabalham com jovens nas nossas organizações estão alertando sobre os suicídios entre jovens", diz, destacando que, em uma das escolas, com 300 alunos, em um ano, houve registro de três suicídios.

"É uma situação grave em que os jovens não encontram contenção. Por outro lado, a direita aproveita para atraí-los com um discurso supostamente disruptivo. Aí temos que travar outra batalha, que é a cultural, e mostrar que não há nada de novo nesse discurso, e que disruptivo mesmo é construir um mundo diferente, que inclua a todes."

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados