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Política e Economia

"Silêncio ensurdecedor": o que as escolas nos EUA ensinam sobre a Guerra do Iraque

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Dez anos após invasão de Bagdá, debate foge das salas de aula; jovens pouco sabem sobre como e o que foi feito pelas tropa

Revista Samuel

2013-03-20T11:23:00.000Z

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Completados dez anos da incursão norte-americana em Bagdá, a Guerra do Iraque gradualmente deixa o campo das “atualidades” para passar a ser estudada nas páginas dos livros de história. Prisioneiros de Guantánamo estão em greve de fome desde 6 de fevereiro. À medida que o assunto míngua do noticiário, muitos começam a se perguntar como o tema é abordado nas escolas dos Estados Unidos. Será que os jovens norte-americanos confrontam e discutem a presença das tropas do seu país em outro continente?

Leia a matéria na Revista Samuel aqui

Para achar a resposta, Jonathan Zimmerman, da publicação Salon, foi às apostilas e livros didáticos usados nos colégios dos EUA. E teve uma feliz surpresa. “Os livros apresentam um balanço complexo e equilibrado da guerra no Iraque, sem as manipulações que diversas vezes mancharam a historiografia norte-americana”, diz.

Leia também:
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Prisioneiros de Guantánamo estão em greve de fome desde 6 de fevereiro

Aparentemente livres de propaganda chapa-branca das ações dos EUA, as apostilas incluem passagens de fôlego sobre temas controversos. Tanto os prisioneiros torturados e abusados pelas tropas dos EUA fora do país, quanto a volta da vigilância interna são lembrados nas páginas dos livros.

O buraco, no entanto, é mais embaixo: uma combinação de política educacional com decisões judiciais restritivas parece fazer com que os jovens pouco ou nada saibam sobre o que foi empreendido no Iraque.

Política educacional e tribunais

Zimmerman lembra ainda que nunca houve uma “era de ouro” para as escolas dos EUA — em que professores e alunos protagonizassem debates e discussões profundas sobre os assuntos do cotidiano. Durante as duas grandes guerras, por exemplo, houve demissões dos professores que ousaram fazer um contraponto. No Vietnã, o contrário: docentes tentavam frear manifestações vindas dos próprios alunos.
 


Atualmente, o problema é outro e o pensamento crítico, ainda mais rarefeito. Estudiosos reclamam que não há mais tempo para tentar levantar questões desse tipo. Desde os anos 1980, o sistema educacional nos EUA passa por um processo forte de padronização do ensino, que impõe exames periódicos para avaliar os alunos e, por extensão, as escolas. A pressão por bons resultados nos testes acaba por ditar o ritmo (intenso) e o conteúdo (canônico) nas salas de aula — sem que haja brechas para digressões.

Pior que isso, está se consolidando uma jurisprudência nas cortes norte-americanas que impõe limites às liberdades de discurso dos professores dentro das suas próprias salas de aula. Basta ver o caso de Deborah Mayer, professora de uma escola primária no estado de Nova York. Em 2003, durante uma das suas atividades surgiu na sala de aula uma discussão a respeito de uma manifestação antiguerra. Uma de suas alunas perguntou a Mayer se ela iria a um protesto desse tipo. Ela disse que sim e que as pessoas deveriam procurar maneiras pacíficas de resolver os conflitos. A declaração foi repudiada pelos pais e, após a polêmica, a escola não quis renovar o contrato de trabalho com Mayer.

Ela acionou a Justiça e, após diversas cortes locais validarem a decisão da diretoria do colégio, o caso chegou até a Suprema Corte dos EUA em 2006. Julgando a questão, os magistrados do mais alto tribunal do país decidiram que funcionários públicos não têm liberdade irrestrita para manifestar seu pensamento no local de trabalho. Suas palavras pertencem ao empregador.

Em suma, o professor atua como um “ventríloquo cívico”, pago para repetir frases que são colocadas na sua boca. Não importa que o professor tenha uma opinião própria, se a matriz curricular do colégio compactua com o discurso “Support our Troops”, então é o que será feito.

O resultado é o que Zimmerman chama de “silêncio ensurdecedor” a respeito da Guerra do Iraque nas escolas dos EUA. O assunto não é discutido e os jovens não percebem a sua ausência. A escola da filha de Zimmerman, por exemplo, adota um dos livros didáticos completos e balanceados sobre o conflito. No entanto, a versão utilizada em sala de aula é a edição de 2002, impressa antes das terras iraquianas serem invadidas.
 

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Guerra na Ucrânia

União Europeia terá plano emergencial de fornecimento de gás em julho

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Representante anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás dentro de duas semanas

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-07-06T14:45:00.000Z

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá um plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás russo dentro de duas semanas.

"É importante ter uma abordagem coordenada baseada em dois pontos: verificar onde há mais necessidade de gás e como fazer com que esse gás vá para essas áreas. Estamos preparando esse plano porque não queremos que, em caso de emergência, haja 27 diferentes intervenções em nível nacional, como aconteceu no início da covid", pontuou a líder do Executivo ao Parlamento Europeu.

Von der Leyen afirmou que é preferível que cada Estado-membro da União Europeia tenha seu próprio plano interno, "mas se reduzirmos a demanda de energia em alguns setores da economia, isso deve ocorrer sem obstáculos no mercado interno".

A presidente da comissão ainda acrescentou que "o gás e o petróleo devem ser distribuídos onde houver mais necessidade", e alertou que os países-membros devem estar "preparados" para novos cortes no fornecimento dos combustíveis fósseis russos, como vem ocorrendo nas últimas semanas por conta das sanções contra a o país, devido a guerra na Ucrânia.

"Precisamos nos preparar para novas interrupções do fornecimento de gás, até mesmo uma interrupção completa do fornecimento por parte da Rússia. Hoje, ao todo, 12 Estados-membros são diretamente afetados por reduções parciais ou totais no fornecimento de gás. É evidente que [Vladimir] Putin está usando a energia como arma. Por isso, a Comissão está elaborando o plano de emergência europeu", disse Von der Leyen.

Flickr
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, se manifestou sobre o possível corte do fornecimento de gás russo para a Europa

A presidente da comissão também apontou que todas os países europeus já estão "diversificando as fontes" de fornecimento de energia, usando outros parceiros e "se afastando da Rússia":

"Desde março, as exportações globais de GNL para a Europa aumentaram 75% em relação a 2021. Ao mesmo tempo, a importação média mensal de gás russo teve uma forte queda de 33% na comparação com o ano passado. E estamos fazendo mais progressos, mas isso tudo funcionará só se acelerarmos a nossa transição para os renováveis. As mudanças climáticas não vão esperar o fim da guerra de Putin", acrescentou a presidente da Comissão Europeia.

A representante ainda negou especulações de que, por conta do conflito e de questões de segurança, seria necessário "atrasar a transição verde" para focar na segurança do bloco:

"É exatamente o contrário. Se não fizermos nada além de limitar combustíveis fósseis, os preços vão explodir no futuro e vão reforçar Putin. A melhor saída, mais limpa e mais segura da nossa dependência são as energias renováveis", disse.

(*) Com Ansa.

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