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Política e Economia

Agricultores da Califórnia temem colapso com escassez de imigrantes sem visto

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Como consequência das dificuldades econômicas na região, maioria dos californianos defende leis mais flexíveis para estrangeiros pela primeira vez na história

Dodô Calixto

2013-03-31T11:41:00.000Z

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O governo dos EUA fechou o cerco contra o fluxo clandestino na divisa com o México na última década. Do lado mexicano, foram notadas melhorias contínuas nos índices sociais, como queda no desemprego. Do outro lado da fronteira, no entanto, surgiu uma consequência inesperada e indesejada com a forte redução na entrada de trabalhadores sem visto, que já foi de 200 mil pessoas por ano. 

Com a escassez de latinos, empresários já falam em colapso na agricultura da Califórnia para os próximos meses, caso não seja permitida a entrada de novos trabalhadores pela fronteira mexicana. Desde 2011, a imigração ilegal entre os países é de 0%, segundo pesquisa do instituto de pesquisas PHC (Pew Hispanic Center).

“Nós precisamos da força de trabalho dos imigrantes. Cerca de 70% dos trabalhos nas fazendas e na agricultura da Califórnia são feitos por trabalhadores sem visto. Sem eles não temos negócio”, afirma a Opera Mundi o diretor da Confederação dos Agricultores da Califórnia, Rayne Pegg.

Wikicommons

Divisa entre EUA e México: agricultores da Califórnia pedem uma urgente reforma para que novos trabalhadores possam entrar no país

Apreensivos com uma possível crise, empresários do setor agrário da Califórnia – o maior dos EUA e um dos mais importantes do mundo – clamam por leis mais flexíveis, que permitam a entrada de trabalhadores mexicanos pelas fronteiras. Constantes intervenções policiais, deportando estrangeiros, têm afastado ainda mais os trabalhadores desse Estado e esvaziado as lavouras.

“São esses trabalhadores, chamados de ilegais, os responsáveis por colocar frutas e comida na nossa mesa. Acredito que deva ser aprovada uma lei que permita aos trabalhadores receberem uma documentação legal para trabalhar”, argumenta Pegg.

 

“Marco na história”

Em meio à pressão dos agricultores por reformas na lei migratória, uma pesquisa divulgada nesta semana pela Universidade da Califórnia Dornsife e o jornal LA Times revelou que, pela primeira vez na história da Califórnia, a maioria da população é favorável à presença de imigrantes e à regularização da documentação daqueles que estão sem visto.

Segundo o levantamento, apenas 19% dos californianos acreditam que os estrangeiros devem deixar o país. Cerca de 74% defendem que o país implemente uma nova lei que favoreça os imigrantes que entraram de forma irregular em seu território. Os números expressivos são tratados pelos responsáveis pela pesquisa como “um marco na história”.

“É uma mudança fundamental na forma como os cidadãos enxergam a contribuição dos imigrantes ilegais no país. É claro que o resultado mostra que os californianos querem uma reforma mais abrangente promulgada o mais rápido possível. Mesmo com a oposição dos republicanos, 74% da população acreditam que imigrantes deveriam receber uma cidadania norte-americana. Esse é um número histórico”, afirma o diretor da pesquisa Dan Schnur.

Wikicommons

Califórnia tem um dos mais ricos e eficientes sistemas agrários do mundo; são 39 bilhões de dólares movimentados todos os anos


Trabalhadores ilegais, sobretudo os mexicanos, são forçados a trabalhar em péssimas condições e sob o risco de serem deportados. O alto risco e melhores condições de vida no país natal fizeram que a Califórnia não fosse mais um destino tão atrativo como antigamente.

"Uma vez que esses trabalhadores sejam legalizados, além de poderem colaborar ainda mais com a economia do país, eles vão poder se organizar em sindicatos, lutar por direitos e não aceitar nunca mais abusos, discriminações e as ameaças de deportação”, afirma a diretora da União dos Trabalhadores Agrários da Califórnia, Maria Machuca.

Um estudo do CAPI (Center for American Progress and the Immigration Policy Center) afirma que, se o governo norte-americano chegar a um acordo flexível quanto à reforma migratória, o crescimento de empregos pode alcançar o número de 900 mil novas vagas e um lucro líquido de 5,4 bilhões de dólares.

Atualmente, o setor agropecuário da Califórnia é responsável pela movimentação de cerca de 39 bilhões de dólares (cerca de 79 bilhões de reais) por ano. O número de imigrantes que trabalha nos EUA é de 2 milhões de pessoas, sendo que metade atua sem visto. Apenas na Califórnia são 600 mil sem a documentação legal.

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Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

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'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

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Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

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