Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Podcasts
Política e Economia

Na posse, Maduro acena à unidade nacional: "estou disposto a conversar até com o diabo"

Encaminhar Enviar por e-mail

Novo presidente da Venezuela convocou a população a "fazer nesses seis anos um milagre econômico e social"

Marina Terra

2013-04-19T20:31:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Em uma cerimônia carregada de emoção, Nicolás Maduro foi juramentado como presidente constitucional da Venezuela nesta sexta-feira (19/04). Maduro se postulou ao cargo após a morte de Hugo Chávez em 5 de março e a convocação de eleições pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), realizadas no domingo (14/04). No dia, o presidente saiu vencedor com pouco mais de 50% dos votos sobre o candidato derrotado Henrique Capriles. Ele, por sua vez, questiona o resultado. O poder eleitoral venezuelano aceitou nesta quinta-feira (18/04) auditar 46% dos votos restantes, processo que deve demorar um mês.

Efe

A filha de Chávez, Maria Gabriela, entregou a faixa presidencial a Maduro, ajudada pelo presidente da assembleia, Diosdado Cabello

“Venezuelanos e venezuelanas, me dirijo sem exclusões. Falo à uma pátria inclusiva, de todos e todas”, disse Maduro no início do discurso de posse, já com a faixa presidencial, entregue pela filha de Chávez, Maria Gabriela. Ele em seguida agradeceu a presença das mais de 60 delegações internacionais à cerimônia. “Agradeço o esforço, dadas as circunstâncias especiais que estamos vivendo”, afirmou, se referindo aos dias de tensão vividos na Venezuela desde a eleição. Pouco depois, um homem interrompeu o discurso. Ele logo foi retirado do local por seguranças. 

Maduro lembrou as oito pessoas que morreram durante onda de violência na segunda-feira (15/04), desatada após Capriles rechaçar a proclamação de Maduro como presidente no CNE, um procedimento obrigatório após o anúncio do resultado. Na ocasião ele pediu que seus simpatizantes descarregassem a "arrechera" (indignação) nas panelas, mas alguns setores promoveram incêndios e vandalização. “Não vai existir impunidade com os crimes contra os humildes”, ressaltou.

Maduro acenou para a oposição. “Quero um diálogo direto com o camponês, o trabalhador, a classe média. Que demos um abraço. Se têm diferenças, mantenham. Mas se aceitam meu convite, venham comigo. Nós garantimos a paz desse país”, disse. “Só estou aqui pelas circunstâncias histórias. Estou disposto a conversar até com o diabo. Até com o novo Carmona se for necessário, para que acabe o ódio contra o povo venezuelano”, continuou, ao se referir a Capriles, fazendo alusão ao empresário Pedro Carmona, que deu golpe em Chávez em 2002.

Efe

Maduro chega à Assembleia Nacional para a cerimônia de posse, que foi acompanhada por centenas de chavistas do lado de fora

O presidente eleito fez uma reflexão sobre a perda de votos do chavismo para a oposição. A diferença entre Maduro e Capriles foi de quase 2%, com o candidato opositor recebendo pelo menos 600 mil votos a mais do que na eleição passada, de outubro de 2012. “É fundamental escutar e trabalhar pela parte do país que não votou em nós. Me assumi como filho de Chávez, assumi como aquele que vai garantir seus sonhos, mas somente juntos somos Chávez. Esse governo será de ressurreição nacional”, pontuou Maduro. “Ganhamos apesar da guerra econômica, elétrica e psicológica”, sublinhou.



Maduro convocou a população a “fazer nesses seis anos um milagre econômico e social”, anunciando que irá completar a Missão Vivenda com um “poderoso plano Barrio Tricolor para melhorar os setores populares do país”, sem dar maiores detalhes. “Quero fazer uma revolução dentro da revolução”, prometeu, completando que pretende empreender a revolução da “eficácia, contra o burocratismo e as falhas”, propondo a criação de micromissões, para gestão pública e acompanhamento constante.

Sobre o tema da violência, Maduro afirmou que “essa é a grande revolução que precisamos fazer”, ressaltando que, de acordo com pesquisas feitas pelo governo, a insegurança é a principal preocupação de 80% da população. “Jovens que estão em grupos violentos já responderam positivamente ao nosso chamado, que entreguem as armas. Vamos construir novos valores, por um lado dizendo não ao culto das armas e à violência e do outro fortalecendo a autoridade”, disse.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo

Encaminhar Enviar por e-mail

Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-04-13T22:50:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo. 

Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.

O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.

Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.

Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.

Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa. 

A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente.  Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó

O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó. 

"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.  

Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.   

Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela. 

"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros. 

A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.

O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Rua Rui Barbosa, 381 - Sala 31
São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 3012-2408

  • Contato
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Expediente
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados