René González, um dos cinco cubanos condenados nos Estados Unidos por espionagem e que está atualmente em liberdade condicional após 13 anos de prisão, poderá ficar de maneira definitiva em Cuba, após renunciar à cidadania norte-americana.
“O acusado poderá cumprir o resto de seu período de liberdade condicional em Cuba e não terá que voltar aos Estados Unidos”, afirma a sentença de sete páginas emitida nesta sexta-feira (03/05) pela juíza Joan A. Lenard, em Miami.
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Os cinco antiterroristas (da esq. para dir) Antonio Guerrero, René González, Fernando González, Gerardo Hernández e Ramón Labañino
González, de 56 anos, recebeu uma autorização para viajar ao seu país de origem, onde está desde 22 de abril, para acompanhar o funeral do pai, que morreu um mês antes.
“O acusado ofereceu sua renúncia à cidadania norte-americana diante do escritório consular (em Havana) como orientavam” as autoridades dos Estados Unidos, afirmam documentos judiciais a que teve acesso a Agência Efe.
Com isso, foi invalidada a recusa de Washington para que González permanecesse em Cuba. O agente está em liberdade condicional desde outubro de 2011.
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Em abril de 2012, o agente já havia viajado à ilha com outra permissão judicial, para visitar um irmão que estava em estado terminal.
Casado e com duas filhas em Cuba, González foi detido em 1998 nos EUA, junto a Gerardo Hernández, Ramón Labaniño, Fernando González e Antonio Guerrero, quando o FBI desmantelou a rede “Vespa”, que atuava no sul da Flórida.
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Gerardo Hernández, que era o líder do grupo, segundo as autoridades norte-americanas, cumpre penas de prisão perpétua, uma delas imposta por envolvimento na queda de dois aviões do grupo anticastrista “Irmãos ao Resgate” de Miami, em 1996.
René González é acusado de fornecer informação sobre as atividades dos grupos anticastristas de Miami a Hernández, que, por sua vez, transmitia os dados ao governo da ilha caribenha.
“Os Cinco”, como são conhecidos em Cuba, admitiram que eram agentes do governo cubano, mas que não espionavam Washington e sim “grupos terroristas de exilados que conspiravam” contra o ex-presidente Fidel Castro.