Turquia e Israel continuam negociando para retomar as relações bilaterais, suspensas após um ataque israelense contra o navio de ajuda humanitária (Mavi Marmara) enviado pela Fundação turca IHH à Faixa de Gaza, em 2010. Os dois países discutem um acordo para que a Turquia retire as acusações contra os crimes cometidos pelo regime israelense, enquanto Tel Aviv se comprometeria a indenizar as vítimas. O último ciclo de diálogos foi finalizado nesta segunda-feira (06/05), em Jerusalém.
Wikicommons
A embarcação Mavi Marmara, de bandeira turca, tentou furar bloqueio marítimo à Faixa de Gaza para levar medicamentos
A IHH, que desempenhou um importante papel na organização do transporte realizado pelo navio turco Mavi Marmara, tentou enviar suprimentos à Faixa de Gaza em 2010, mas o navio foi interceptado pela guarda costeira israelense. No desenvolver das tensões entre soldados israelenses que invadiram o navio e os tripulantes, nove cidadãos turcos foram mortos.
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Após visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Israel, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu telefonou às autoridades turcas para fazer um pedido de desculpas formal pelo incidente, o que foi aceito.
A IHH critica a contrapartida israelense nas negociações atuais, com o pagamento de indenização. Para a organização, além de o acordo debilitar Ankara, ele foi iniciado sem que fossem determinados valores.
Em 2012, o promotor turco Abdurrahman Yalcinkaya anunciou que divulgaria um processo de 144 páginas contra os antigos chefes da inteligência militar israelense, da marinha e da força aérea, com acusações que envolvem ordens para matar, ferir e sequestrar. Os líderes militares também seriam acusados de encorajar a tortura e o saqueamento de bens pessoais. Yalcinkaya pedia a sentença de 10 prisões perpétuas para cada oficial israelense.