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Política e Economia

Mostra de cinema em SP aborda ditadura e resistência política na América do Sul

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Biblioteca Viriato Corrêa também fará ciclo de debates até o dia 28 deste mês

Daniella Cambaúva

2013-05-17T12:01:00.000Z

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A última ditadura militar argentina (1976-1983) foi uma das mais sangrentas do continente americano. Deixou um saldo de 30 mil desaparecidos ao longo de seis anos marcados por perseguição a opositores, tortura e adoção ilegal dos filhos de prisioneiros políticos.

O filme Kamchatka (2001) compõe a lista das mais de dez produções argentinas cujo enredo se baseia naquele período. Conta a vida dos perseguidos, dos torturados, dos desaparecidos e o drama de quem sobreviveu. Sua narrativa, no entanto, se diferencia das demais: não aparecem prisões, choques, nem corpos sedados sendo atirados ao mar. Tampouco se assemelha a um filme panfletário.

A história é conduzida a partir do ponto de vista de Harry, um menino de 10 anos. Na história, ele é filho de David, interpretado pelo argentino Ricardo Darín, e de “Mamá”, interpretada por Cecilia Roth, protagonista de Tudo sobre minha mãe, do espanhol Pedro Almodóvar. Em Kamchatka, a violência da ditadura é colocada na tela a partir da história dessa família de classe média portenha, que se esconde da repressão em uma chácara.




A produção argentina é um dos filmes que integram a mostra “A Luta é Contínua”, realizada em São Paulo na Biblioteca Viriato Corrêa. Sua exibição será em 1º de junho às 16h. Contando com Kamchatka, serão exibidos dez filmes a partir desta sexta-feira (17/05). A entrada é gratuita. Para ver a programação completa e a classificação etária, clique aqui.

A escolha da biblioteca para sediar a mostra é proposital, segundo a curadora do evento, Valdirene Gomes, pois naquele local a história oficial está presente através dos livros. “Esse é o debate mais importante da atualidade para nós, brasileiros. Para nos situarmos na nossa sociedade, precisamos entender o passado”, disse a Opera Mundi. 

Paralelamente à mostra, a biblioteca realiza um ciclo de debates sobre a resistência à ditadura, iniciado em 3 de maio e que se estenderá até 28 deste mês.

O filme Kamchatka foi dirigido por Marcelo Piñeyro, mesmo diretor de Plata Quemada, ganhador do Prêmio Goya (1998), e de A história oficial (1985), um dos pioneiros na abordagem do sequestro de bebês durante a ditadura e ganhador de prêmios como Oscar, Globo de Ouro, Cóndor de Plata. Kamchatka foi escolhido para representar a Argentina na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar, de 2002, mas não chegou à seleção final.

Mas não é apenas a ditadura argentina que aparece na mostra. O governo militar brasileiro (1964-1985) é abordado em cinco produções: Ação entre amigos, dirigido por Beto Brandt, Jango, de Silvio Tendler, Em nome da segurança nacional e O fim do esquecimento, ambos de Renato Tapajós, e Eu me lembro, de Luis Fernando Lobo.

Enquanto a Argentina é representada pelo drama, a história brasileira é contada principalmente por documentários. O nome mais famoso é Jango, de 1984. Narrado pelo ator José Wilcker, trata do governo de governo de João Goulart (1961-1964), deposto pelo golpe em 64.  A reconstituição da trajetória de Jango é feita a partir de imagens de arquivo e de entrevistas com personalidades como Afonso Arinos, Leonel Brizola, Celso Furtado e Frei Betto. Ganhador de três prêmios e com meio milhão de espectadores, é o sexto documentário de maior bilheteria do cinema brasileiro. Jango será exibido no primeiro dia da mostra. Com a temática brasileira, o único filme de ficção é Ação entre amigos, 1998.

Na programação, há também a trilogia documental A Batalha do Chile, do cineasta chileno Patricio Guzmán. Em preto e branco, retrata a ascensão e queda do governo Salvador Allende (1970-1973) a partir dos gabinetes e das ruas. A produção já ganhou seis grandes prêmios europeus e latino-americanos e foi distribuída em salas comerciais de 35 países. Estreou no Chile em 96, cinco anos depois do fim da ditadura de Augusto Pinochet.

De acordo com Valdirene, a escolha dos filmes da mostra privilegiou aqueles que retratam a participação coletiva contra a repressão, com narrativas de luta coletiva, a partir da disputa de grupos. “A ideia é sensibilizar a juventude e as pessoas da sociedade civil que ainda não se sensibilizaram. É continuar trabalhando o assunto para que aquele passado não volte a acontecer”.  

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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