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Política e Economia

Ação do FMI na Grécia foi "criminosa", afirma economista

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Para Yanis Varoufakis, da Universidade de Atenas, fundo sabia que projeções econômicas nunca seriam atingidas

Roberto Almeida

2013-06-10T14:30:00.000Z

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O mea culpa do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre a catastrófica crise na Grécia, com seus altos índices de desemprego, suicídio, descrença na democracia e levante neonazista, comprova que o órgão foi cúmplice de uma ação criminosa no país, afirmou o economista grego Yanis Varoufakis, da Universidade de Atenas, a Opera Mundi.

Na quarta-feira passada (06/06), o FMI admitiu em relatório que cometeu erros na condução da crise econômica grega. Já são cinco anos de recessão, protestos e demissões em massa. Suas estimativas para recuperação do país passaram longe do resultado atual.

Roberto Almeida/Opera Mundi

Toalhas com estampas que imitam notas de euros, em Atenas. FMI admitiu que cometeu erros na condução da crise grega

O fundo disse em 2009 esperar 5,5% de retração até 2012, mas a economia grega retraiu robustos 17% e espirrou o desemprego para 27% da população. “Esses erros [de cálculo] foram motivados”, disse Varoufakis, por telefone. “Eles sabiam que as estimativas nunca seriam atingidas. A situação atual do país mostra que o FMI é cúmplice de uma ação econômica criminosa na Grécia.”

Segundo o relatório do fundo sobre a economia grega, houve “falhas notáveis” na condução da crise. O FMI operou em conjunto com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, a chamada troika. “A confiança do mercado não se restabeleceu, o sistema bancário perdeu 30% de seus depósitos e a economia encontrou uma recessão muito mais profunda do que a esperada com um índice de desemprego excepcionalmente alto”, diz o texto.

Divulgação
“A dívida pública continuou alta demais e eventualmente teve de ser reestruturada, com danos colaterais para saldos bancários que também saíram enfraquecidos pela recessão. A competitividade melhorou um pouco pela queda nos salários, mas reformas estruturais emperraram e os ganhos de produção se provaram ilusórios”, continua o FMI.

[Varoufakis: "situação atual do país mostra que o FMI é cúmplice de uma ação econômica criminosa na Grécia"]

De acordo com Varoufakis, a razão pelo mea culpa tem relação direta com um desentendimento entre FMI e a Alemanha. Enquanto o fundo estava cada vez mais preocupado em não sair com a imagem arranhada da desastrosa reestruturação da dívida grega, os alemães passaram a deixar claro que a iniciativa para a união bancária europeia não passava de fogo de palha - contrariando os desejos do fundo.

Otimismo "venenoso"

O relatório melancólico do fundo contradiz a série recente de manchetes otimistas sobre a economia grega, baseada em relatórios de agências de risco, como Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch, que elevaram as notas dos títulos públicos da Grécia. Segundo Varoufakis, isso faz parte de uma “propaganda venenosa”, como a exaltada pelo FMI durante o processo de reestruturação da dívida grega.

“Nada vai mudar. O atual premiê, Antonis Samaras [do partido de centro-direita Nova Democracia], não sairá tão cedo, apesar da falta de representatividade. Nem quem vota nele acredita mais nele. O nível da credibilidade da democracia grega está muito baixo e o neonazismo [institucionalizado no partido Aurora Dourada, de extrema-direita] tem se aproveitado disso”, afirmou o economista. Para Varoufakis, a partir de agora milhões de europeus, assim como latinos e asiáticos, também vão “cuspir no chão” ao ouvir a sigla FMI.

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Sociedade

Número de vítimas de pedofilia dentro da Igreja pode chegar a 10 mil na França

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Em parceria com o Ministério da Justiça, uma linha telefônica foi colocada à disposição em 2019 para receber testemunhos de vítimas de todo o país

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-03-02T22:41:00.000Z

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Desde 1950, 10.000 crianças e adolescentes podem ter sido vítimas de violências sexuais cometidas por membros da Igreja Católica na França. Essa é a estimativa do presidente da comissão independente que investiga a pedofilia dentro da maior instituição religiosa no país. 

A comissão foi criada em 2018 pelo episcopado francês e institutos religiosos após diversos escândalos no país. Em parceria com o Ministério da Justiça, uma linha telefônica foi colocada à disposição em 2019 para receber testemunhos de vítimas de todo o país. A estimativa foi feita a partir dos relatos recolhidos.

O número de crianças e adolescentes sexualmente abusados, no entanto, ainda pode mudar. “Nossa campanha está pedindo testemunhos, certamente não reuniu a totalidade [de vítimas]”, afirmou o presidente da comissão Jean-Marc Sauvé nesta terça-feira (02/03). “A grande pergunta neste momento é qual o percentual de vítimas que atingimos. 25%? 10%? 5%?”, completou.

O presidente da comissão não informou quantos são os possíveis agressores envolvidos. Segundo ele, no entanto, "em várias instituições católicas ou comunidades religiosas, tem havido um verdadeiro sistema de abuso, mas esta situação representa uma minoria muito pequena dos casos de que ouvimos falar".

Pxhere
Cerca de 10.000 possíveis vítimas de pedofilia cometida por membros da Igreja Católica na França foram identificadas desde 1950

O relatório final com recomendações de práticas de combate à pedofilia na Igreja deve ser divulgado em setembro. 

Responsabilidade pelo passado

Em fevereiro, a Conferência de Bispos da França reuniu 120 representantes ao longo de três dias para discutir a responsabilidade nos casos de pedofilia do passado. A discussão terminou sem nenhuma decisão prática.

"Nós concordamos todos que, no passado, houve falhas na gestão das coisas, sem falar dos crimes cometidos", afirmou o Monsenhor Luc Ravel. "Mas ainda estamos divididos sobre a noção de responsabilidade coletiva em relação ao passado. Alguns acreditam que é preciso solidariedade em relação às gerações precedentes", disse na ocasião da conferência.

Os 120 bispos devem se encontrar novamente no final deste mês para votar um dispositivo de reconhecimento do sofrimento vivido pelas vítimas que, se aprovado, pode prever medidas financeiras, criação de monumentos e políticas de prevenção à pedofilia.

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