Diante da valorização mundial do dólar, os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão definir uma ação conjunta do bloco, como foi conversado nesta segunda-feira (24/06) entre Dilma Rousseff e o presidente chinês Xi Jinping. A intenção do governo brasileiro é falar até o final desta semana com os presidentes de Rússia, Vladimir Putin, Índia, Pranab Mukherjee, e África do Sul, Jacob Zuma.
Dilma pretende acelerar, no âmbito dos Brics, a criação de um “arranjo contingente de reservas” (CRA, na sigla em inglês), com previsão de recursos de US$ 100 bilhões, numa ação coordenada pelos bancos centrais desses países.
Agência Brasil
Presidente Dilma Rousseff pretende falar com presidentes da Rússia, da Índia e da África do Sul sobre fundo ainda nessa semana
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Esse fundo de reservas cambiais começou a ser discutido na reunião de Durban, na África do Sul, em março. Seria um “colchão” de reservas que os governos deixariam à disposição do grupo para prover liquidez em casos de retração nas linhas de crédito internacionais, queda de investimentos ou ataques especulativos. A expectativa da presidente é que esse arranjo seja aprovado na próxima reunião dos Brics, em julho.
A urgência para a criação do fundo se deve ao anúncio do Fed (Banco Central norte-americano), na última quarta-feira, de que pode diminuir os estímulos monetários até o fim do ano caso a economia dos Estados Unidos continue se recuperando. Esses estímulos hoje irrigam o mercado na base de US$ 85 bilhões por mês em compra de ativos pelo Fed.
“A presidente Dilma teve uma conversa com o presidente chinês Xi Jinping para discutir a situação financeira após a decisão do Fed [Federal Reserve] da semana passada. Concordaram que é necessária uma coordenação maior entre os países do Brics e avaliar melhor os efeitos disso no mercado financeiro mundial”, informou o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.
A expectativa do fim dessa política expansionista tem agitado o sistema financeiro global nas últimas semanas. Caso a ajuda diminua, o volume de moeda norte-americana em circulação cai e, consequentemente, o preço do dólar aumenta em todo o mundo. De 22 de maio para cá o dólar, no Brasil, passou de pouco menos de R$ 2,00 para R$ 2,228, ontem.