Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Edward Snowden é indicado para Nobel da Paz

Encaminhar Enviar por e-mail

Professor sueco indicou ex-agente norte-americano por seu "esforço heróico com altos custos pessoais"

Redação

2013-07-15T22:43:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Um professor de sociologia sueco indicou Edward Snowden, o ex-analista da CIA responsável pelo vazamento de informações sobre programas de espionagem dos EUA, para o Prêmio Nobel da Paz, em carta endereçada ao comitê organizador e publicada no jornal Västerbottens-Kuriren, da Suécia.

Na carta, Stefan Svallfors escreveu que "Edward Snowden - num esforço heróico com altos custos pessoais - revelou a existência e a dimensão da vigilância que o governo dos EUA dedica às comunicações eletrônicas em todo o mundo, em violação das leis nacionais e dos acordos internacionais". Para o professor, essa ação “ajudou a tornar o mundo um pouco melhor e mais seguro”.

Leia mais: Mercosul considera programas dos EUA como maiores operações de espionagem da história

Svallfors diz ainda que o exemplo de Snowden é importante porque “desde os julgamentos de Nuremberg, em 1945, ficou claro que o slogan ‘eu só estava cumprindo ordens’ não pode ser usado como uma desculpa para atos contrários aos direitos e às liberdades humanas”.

Leia mais: Abandonado numa mala no Uruguai: o fim do colaborador nazista que criou o pedalinho da Lagoa

Ele enfatizou ainda que a decisão de dar o prêmio ao norte-americano neste ano “ajudaria a salvar o Prêmio Nobel da Paz do descrédito em que incorreu pela decisão precipitada e mal concebida de atribuir ao presidente dos EUA, Barack Obama, o prêmio em 2009".

Agência Efe

Edward Snowden durante encontro com ativistas políticos em Moscou

Entretanto, para Kristian Berg Harpviken, pesquisador sênior e vice-diretor do PRIO (Instituto Internacional de Pesquisa de Paz de Oslo, na sigla em inglês), é muito improvável que Snowden seja escolhido como vencedor do prêmio, segundo a agência de notícias Interfax.

De acordo com Harpviken, os prazos para inscrições de candidatos já passaram, o que significa que Snowden tem poucas chances de ser considerado nas listas finais. No entanto, quando questionado sobre se o norte-americano merece o prêmio, o professor respondeu com um “cuidadoso sim”. 

Espera-se que a nomeação de Edward Snowden seja considerada para o prêmio do próximo ano, uma vez que as indicações de candidatos, restritas a um seleto grupo no qual se inclui Svallfors, devem ser feitas no máximo até o dia 1º de fevereiro. As indicações feitas após esse prazo geralmente são incluídas na competição do ano seguinte. Se o ex-analista da CIA, de 30 anos,  for o vencedor, ele será a pessoa mais jovem da história a ganhar um Prêmio Nobel da Paz.

Já o deputado russo Alexei Pushkov escreveu no Twitter que “nem em um milhão de anos os Estados Unidos vão permitir que Snowden ganhe o Nobel da Paz. Mas a indicação dele é significativa. Muitos no Ocidente o veem como um campeão da democracia”.

Durante seu encontro com ativistas de direitos humanos e advogados no aeroporto de Sheremetievo na última sexta-feira (12/07), Snowden afirmou que fez o que achava ser certo e começou “uma campanha para corrigir essas transgressões”. Ele também disse não se arrepender de sua decisão.

Outros envolvidos em casos de vazamento de informações já foram indicados ao Prêmio Nobel da Paz no passado. Bradley Manning, o soldado norte-americano acusado de repassar material secreto do Exército dos EUA para o Wikileaks, foi nomeado no ano passado. Já Julian Assange, fundador do Wikileaks e abrigado na embaixada do Equador em Londres há mais de um ano, foi indicado em 2011. Nenhum dos dois foi escolhido, entretanto. 

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Hoje na História

Hoje na História: 1920 - Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz

Encaminhar Enviar por e-mail

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Duro demais e impraticável, o documento despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, defendendo a independência turca

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T14:15:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O Império Otomano, aliado da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, assina em 10 de agosto de 1920 a paz em Sèvres (Hauts-de-Seine). Os Aliados impõem um desmembramento do Império Otomano, cujo território fica reduzido à Anatólia, ou península anatoliana, uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção européia, a Trácia.

A Grécia ontem a costa do mar Egeu, a Armênia e o Curdistão obtêm o direito à independência e as províncias árabes são colocadas sob mandatos britânicos e franceses. Os nacionalistas turcos, comandados por Mustafá Kemal Ataturk, rejeitariam esse tratado. O tratado seria revisto em Lausanne (Suíça) em 1923.

O período final do Império Otomano aconteceu durante a Segunda Era Constitucional do Império Otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, na região do Oriente Médio, a batalha aconteceu entre as Forças Aliadas, formadas pela Grã Bretanha, França e Rússia e as Forças Centrais, formada basicamente pelo Império Otomano.

O Império Otomano foi bem-sucedido no início da guerra. Os Aliados foram derrotados nas batalhas de Galipoli, Iraque e Bálcãs. No entanto, alguns territórios anteriormente perdidos foram reconquistados. A Revolução Russa também foi um fator favorável para a reconquista de territórios Otomanos, como Trabzon e Erzurum. As ofensivas incessantes dos ingleses mostraram-se decisivas e o Império Otomano acabou sendo derrotado em 1917.

As tropas aliadas vitoriosas, lideradas pelo general inglês Edmund Allenby, com apoio das revoltas árabes e assistência da recém declarada República da Armênia, anexaram territórios otomanos.

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Este tratado mostrou-se duro demais e impraticável, o que despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, passando a defender a independência da Turquia. Em resposta a tal partilha surge a figura do mito nacional Mustafa Kemal Pasha, logo renomeado Ataturk (Pai dos Turcos), mobilizando o nacionalismo turco e reorganizando parte do extinto exército otomano na Anatólia.

Wikimedia Commons/Cumhuriyet
Os quatro signatários do Tratado de Sévres, que entrou na história ao por um fim ao Império Otomano, em 1920

Vitorioso na luta da independência, que resultou na expulsão das forças aliadas, Ataturk funda a República da Turquia em 1922, tornando-se seu primeiro presidente. Muda o nome de Constantinopla para Istambul e transfere a capital para Ancara, no centro do país, além de extinguir os vestígios do sultanato otomano ao exilar o último sultão.

O tratado de Lausanne de 1923 reconheceu a Turquia em suas atuais fronteiras. Ataturk implantou reformas radicais no país: tornou a Turquia um país secular; unificou o sistema educacional e fez com que o turco passasse a ser ensinado no alfabeto latino em vez do persa-árabe, com o intuito de se alfabetizar a maioria da população; baniu o uso do véu feminino nas universidades e em locais públicos e concedeu às mulheres direitos civis iguais aos homens; aboliu os trajes típicos que expressavam a hierarquia religiosa e social dos cidadãos.

Para Ataturk, o fato de a Europa cristã ter tido sua super-estrutura (leis, escolas, comércio) drasticamente alterada por eventos como o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa estabeleceu a diferença com o mundo islâmico, que preservara suas próprias estruturas em que a religião ainda determinava o funcionamento da sociedade e se constituiu na causa real do fim do império otomano.

O fato de tais reformas terem ocorrido muito rapidamente e sem consultas maiores aos líderes das antigas estruturas causou e ainda causa certa tensão entre uma sociedade mais modernizada, visível nos grandes centros urbanos, e outra mais apegada aos antigos costumes, no interior e em povoados afastados, que não as absorveram por completo. 

Cerca de 85% dos atuais 70 milhões de habitantes do país são turcos étnicos, 97% islâmicos, sunitas em sua maioria. Quatro milhões e meio vivem na capital Ancara e cerca de 12 milhões, vivem no coração cultural e econômico do país, na área metropolitana de Istambul.

Cerca de 12 milhões de turcos vivem fora do país, 3 milhões só na Alemanha. Persistem ainda três fontes de tensões internacionais: o conflito com a Grécia pelo Chipre; as rebeliões da minoria curda (12 milhões) por autonomia no sudeste do país e o reconhecimento turco do genocídio Armênio ao fim da primeira guerra mundial, quando 1.5 milhão de Armênios, que chegaram a compor 25% da população otomana, foram massacrados ou deportados.

(*) A série Hoje na Hist´ória foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados