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Política e Economia

Pentágono admite já preparar EUA para invadir Síria; governo Al Assad denuncia oposição por armas químicas

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ONU tenta convencer regime a ter acesso total para averiguação da ocorrência de denúncias ocorridas na quarta-feira

Redação

2013-08-24T12:33:00.000Z

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O Pentágono (departamento de Defesa dos EUA) revelou na noite desta sexta-feira (23/08) que já começou a mobilizar forças para uma possível ação militar contra a Síria caso o presidente Barack Obama decida por esta opção. A informação foi divulgada pelo secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel. Obama deu entrevista à CNN. Por outro lado, no país árabe, as forças militares leais ao presidente sírio Bashar al Assad afirmaram neste sábado (24/08) ter encontrado indícios de uso de armas químicas ao invadirem refúgios das tropas rebeldes nos arredores de Damasco.

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Segundo Hagel, diante dos apelos para uma intervenção militar após a denúncia de um ataque com armas químicas por parte do governo sírio (que nega essa versão) ocorrido nesta semana, os comandantes norte-americanos preparam uma gama de "opções" para o caso de Obama decidir lançar um ataque contra o regime de Damasco, disse Hagel a bordo de um avião a caminho da Malásia.

Agência Efe (12/06)

O secretário norte-americano de Defesa, Chuck Hagel, já estuda ataque norte-americano à Síria

Hagel, que não revelou qualquer detalhe sobre posicionamento de tropas, destacou que "o departamento de Defesa tem a responsabilidade de prover ao presidente opções para todo tipo de contingência".

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"O presidente solicitou opções ao departamento de Defesa. Como sempre, o departamento de Defesa está preparado para proporcionar todas as opções para todas as contingências ao presidente dos Estados Unidos", destacou Hagel.

Divergências

A imprensa dos EUA tem revelado divergências dentro do governo sobre os riscos de outra intervenção militar dos Estados Unidos no Oriente Médio.

Obama classificou nesta sexta-feira de muito preocupante a possibilidade de o regime sírio ter usado armas químicas: 'o que temos visto indica que é claramente um grande evento, de muita preocupação, e nós já estamos em contato com toda a comunidade internacional'.

Na quarta-feira, o Exército sírio realizou uma ofensiva contra os redutos rebeldes de Ghuta oriental e Mouadamiyat al Sham, localizados, respectivamente, na periferia leste e oeste de Damasco.
 


A oposição acusou o regime de utilizar gases tóxicos contra civis nos subúrbios da capital, em um ataque que deixou 1.300 mortos, o que é negado categoricamente pelo governo sírio.

O opositor OSDH (Observatório Sírio para os Direitos Humanos), que se baseia em uma ampla rede de ativistas e médicos em todo o país, registrou 170 mortes na região, e não confirmou o uso de armas químicas.

A ONG, no entanto, afirmou que o regime bombardeou de forma sistemática a zona citada entre quarta e quinta-feira.

Uma eventual intervenção militar na Síria é rejeitada pela Rússia, tradicional aliado de Damasco, que considera o 'uso da força inaceitável'.

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Moscou reagiu assim à posição do ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que declarou que, se o uso de armas químicas pelo regime sírio for comprovado, será necessário 'uma ação que pode assumir a forma de uma reação de força'.

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, declarou na sexta-feira (24/08) que o atentado de quarta foi sim 'um ataque químico do regime de Assad'.

Leia mais:
França defende uso da força caso seja comprovado ataque com armas químicas na Síria

A Suécia também manifestou sua certeza quanto a autoria do ataque e o uso de substâncias tóxicas.

Ataque com armas químicas

O regime sírio assegurou neste sábado que muitos de seus soldados tiveram contato com "elementos químicos e sofreram asfixia" quando entraram em refúgios rebeldes em Yobar, na periferia de Damasco, disse uma fonte oficial à televisão estatal.

"Os heróis das Forças Armadas estão entrando nos túneis dos terroristas em Yobar e viram elementos químicos. Muitos soldados sofreram asfixia", assinalou a fonte, que não foi identificada.

A emissora não forneceu mais detalhes sobre essa informação.

A acusação do regime aconteceu pouco depois da chegada da representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, hoje em Damasco, que vai tentar convencer as autoridades sírias a permitirem o acesso imediato dos investigadores à região do suposto ataque com armas químicas na periferia da capital.

Angela chegou a Damasco através da estrada que une esta cidade com Beirute, e entrou no hotel sem dar declarações à imprensa, informaram à Agência Efe fontes oficiais.

A representante da ONU deve se reunir com urgência com altos cargos do regime sírio, a quem pedirá permissão imediata para a entrada da missão das Nações Unidas que investiga o uso de armas químicas no subúrbio de Guta Oriental, onde teriam morrido mais de 1,3 mil pessoas segundo a oposição.

Até o momento, as autoridades sírias não deram uma resposta para as reivindicações da comunidade internacional apara permitir o acesso dos investigadores da ONU ao local.

Histórico

A Síria enfrenta, desde março de 2011, uma guerra civil que já deixou pelo menos 100 mil mortos, segundo a ONU. Mais de 2 milhões de sírios deixaram o país rumo aos vizinhos, gerando uma crise de refugiados e aumentando a instabilidade da região.

Assim como a França e o Reino Unido, os EUA apoiam a oposição e, oficialmente, oferecem apoio não letal aos rebelde, além de ajuda humanitária.
 

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Hoje na História

Hoje na História: 1920 - Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz

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O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Duro demais e impraticável, o documento despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, defendendo a independência turca

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T14:15:00.000Z

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O Império Otomano, aliado da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, assina em 10 de agosto de 1920 a paz em Sèvres (Hauts-de-Seine). Os Aliados impõem um desmembramento do Império Otomano, cujo território fica reduzido à Anatólia, ou península anatoliana, uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção européia, a Trácia.

A Grécia ontem a costa do mar Egeu, a Armênia e o Curdistão obtêm o direito à independência e as províncias árabes são colocadas sob mandatos britânicos e franceses. Os nacionalistas turcos, comandados por Mustafá Kemal Ataturk, rejeitariam esse tratado. O tratado seria revisto em Lausanne (Suíça) em 1923.

O período final do Império Otomano aconteceu durante a Segunda Era Constitucional do Império Otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, na região do Oriente Médio, a batalha aconteceu entre as Forças Aliadas, formadas pela Grã Bretanha, França e Rússia e as Forças Centrais, formada basicamente pelo Império Otomano.

O Império Otomano foi bem-sucedido no início da guerra. Os Aliados foram derrotados nas batalhas de Galipoli, Iraque e Bálcãs. No entanto, alguns territórios anteriormente perdidos foram reconquistados. A Revolução Russa também foi um fator favorável para a reconquista de territórios Otomanos, como Trabzon e Erzurum. As ofensivas incessantes dos ingleses mostraram-se decisivas e o Império Otomano acabou sendo derrotado em 1917.

As tropas aliadas vitoriosas, lideradas pelo general inglês Edmund Allenby, com apoio das revoltas árabes e assistência da recém declarada República da Armênia, anexaram territórios otomanos.

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Este tratado mostrou-se duro demais e impraticável, o que despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, passando a defender a independência da Turquia. Em resposta a tal partilha surge a figura do mito nacional Mustafa Kemal Pasha, logo renomeado Ataturk (Pai dos Turcos), mobilizando o nacionalismo turco e reorganizando parte do extinto exército otomano na Anatólia.

Wikimedia Commons/Cumhuriyet
Os quatro signatários do Tratado de Sévres, que entrou na história ao por um fim ao Império Otomano, em 1920

Vitorioso na luta da independência, que resultou na expulsão das forças aliadas, Ataturk funda a República da Turquia em 1922, tornando-se seu primeiro presidente. Muda o nome de Constantinopla para Istambul e transfere a capital para Ancara, no centro do país, além de extinguir os vestígios do sultanato otomano ao exilar o último sultão.

O tratado de Lausanne de 1923 reconheceu a Turquia em suas atuais fronteiras. Ataturk implantou reformas radicais no país: tornou a Turquia um país secular; unificou o sistema educacional e fez com que o turco passasse a ser ensinado no alfabeto latino em vez do persa-árabe, com o intuito de se alfabetizar a maioria da população; baniu o uso do véu feminino nas universidades e em locais públicos e concedeu às mulheres direitos civis iguais aos homens; aboliu os trajes típicos que expressavam a hierarquia religiosa e social dos cidadãos.

Para Ataturk, o fato de a Europa cristã ter tido sua super-estrutura (leis, escolas, comércio) drasticamente alterada por eventos como o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa estabeleceu a diferença com o mundo islâmico, que preservara suas próprias estruturas em que a religião ainda determinava o funcionamento da sociedade e se constituiu na causa real do fim do império otomano.

O fato de tais reformas terem ocorrido muito rapidamente e sem consultas maiores aos líderes das antigas estruturas causou e ainda causa certa tensão entre uma sociedade mais modernizada, visível nos grandes centros urbanos, e outra mais apegada aos antigos costumes, no interior e em povoados afastados, que não as absorveram por completo. 

Cerca de 85% dos atuais 70 milhões de habitantes do país são turcos étnicos, 97% islâmicos, sunitas em sua maioria. Quatro milhões e meio vivem na capital Ancara e cerca de 12 milhões, vivem no coração cultural e econômico do país, na área metropolitana de Istambul.

Cerca de 12 milhões de turcos vivem fora do país, 3 milhões só na Alemanha. Persistem ainda três fontes de tensões internacionais: o conflito com a Grécia pelo Chipre; as rebeliões da minoria curda (12 milhões) por autonomia no sudeste do país e o reconhecimento turco do genocídio Armênio ao fim da primeira guerra mundial, quando 1.5 milhão de Armênios, que chegaram a compor 25% da população otomana, foram massacrados ou deportados.

(*) A série Hoje na Hist´ória foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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