Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

ONU e Parlamento britânico freiam planos dos EUA para intervenção na Síria

Encaminhar Enviar por e-mail

Conselho de Segurança não chegou a decisão; oposição do Reino Unido decidirá após relatório de investigação

Marina Castro

2013-08-28T23:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Agência Efe
A intervenção dos Estados Unidos na Síria, prevista para esta quinta-feira (29/08) segundo a imprensa norte-americana, encontrou dois empecilhos nesta quarta, depois que a reunião do Conselho de Segurança da ONU terminou sem decisão sobre o pedido de apoio do Reino Unido para uso da força no país. Além disso, o jornal britânico The Guardian informa que lutas internas no Parlamento do país europeu também incitam o presidente Barack Obama a adiar seus planos.

Leia mais:
Síria resistirá à intervenção do Ocidente

Fontes diplomáticas confirmaram que a reunião do Conselho de Segurança realizada hoje foi marcada pela falta de consenso entre os cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Segundo a Agência Efe, representantes de Pequim e Moscou, aliados do regime de Bashar al-Assad, deixaram a sala “após concluir o encontro”, enquanto os outros embaixadores permaneceram reunidos.

[O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fala na Holanda sobre a situação na Síria]

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse hoje na Holanda que os inspetores enviados à Síria precisam de quatro dias para concluir a investigação sobre o ataque com armas químicas da última quarta-feira (21), denunciado pelos rebeldes. Depois, eles deverão preparar e apresentar um relatório ao Conselho de Segurança.

Leia mais:
Síria responde ameaças de invasão: “vamos nos defender e surpreender o mundo”

Ban afirmou que sua responsabilidade "neste momento é dirigir e completar a investigação" da ONU em Damasco e não quis especular sobre uma possível resposta da comunidade internacional ao suposto ataque químico.

Leia mais:
Roteiro de guerra na Síria segue trama de filme B

O Reino Unido, por meio de documento, já apontou o “fracasso do Conselho de Segurança da ONU nos últimos dois anos em tomar uma ação conjunta em resposta à crise na Síria". Na moção, que deve ser apresentada amanhã, os britânicos dizem que “todo esforço deve ser feito para assegurar uma resolução apoiando a ação militar antes que essa ação seja tomada” e prometem consultar o Parlamento antes de aprovar o “envolvimento direto” do país em uma intervenção na Síria. 

O Departamento de Estado dos EUA, por sua vez, afirmou na tarde desta quarta-feira que, com a oposição da Rússia a uma intervenção na Síria, não acredita que o Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiará uma resolução quanto às denúncias contra o governo de Assad.

"O Conselho de Segurança deveria assumir suas responsabilidades, condenar esses atos [ataques com armas químicas] e cobrar uma resposta internacional robusta, mas todas as tentativas anteriores para que o Conselho aja foram bloqueadas pela Rússia", criticou a porta-voz Marie Harf.

Em sua entrevista coletiva diária, Harf disse que está claro que a Síria violou as leis internacionais que regulamentam guerras ao utilizar armas químicas em grande escala, mas não comentou sobre uma possível intervenção dos EUA e de aliados no país, mesmo com oposição da ONU.

Parlamento britânico

Além da falta de decisão do Conselho de Segurança, problemas políticos internos do Reino Unido, aliado dos EUA, podem levar a um adiamento da ação dos norte-americanos na Síria, uma vez que ficou claro hoje que o Parlamento não chegará a uma decisão sobre uma possível intervenção antes da próxima semana, segundo o Guardian.

O primeiro-ministro, David Cameron, anunciou que, além da votação de emergência prevista para amanhã na Câmara dos Comuns, os membros do Parlamento deverão votar novamente sobre a resposta do Reino Unido ao suposto ataque químico em Damasco depois que os inspetores da ONU apresentarem um relatório ao Conselho de Segurança.

Agência Efe

Manifestantes no Reino Unido protestam contra possível intervenção do país na Síria; Câmara dos Comuns deve votar amanhã 

A decisão ocorreu após o Partido Trabalhista, de oposição, ter dito que se oporia no Parlamento à resolução do governo sobre uma resposta militar à Síria se não fosse respeitado o tempo necessário aos inspetores da ONU na Síria. A oposição dos cidadãos britânicos a essa ação também vem crescendo nos últimos dias.

Segundo fontes citadas pelo Guardian, os EUA devem adiar os planos de intervir na Síria pelo menos até terça-feira que vem (03/09), quando Obama deve partir para a reunião do G20 na Rússia. Desse modo, Cameron teria tempo suficiente para impedir uma crise entre a oposição e a coalizão conservadora da qual faz parte.

Ainda de acordo com o jornal, EUA e Reino Unido devem publicar em conjunto nesta quinta-feira um resumo das inteligências, no qual apontam que a responsabilidade pelo ataque com armas químicas foi do governo de Assad. O comunicado seria um esforço para conquistar mais apoio às medidas punitivas à Síria.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Hoje na História

Hoje na História: 1920 - Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz

Encaminhar Enviar por e-mail

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Duro demais e impraticável, o documento despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, defendendo a independência turca

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T14:15:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O Império Otomano, aliado da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, assina em 10 de agosto de 1920 a paz em Sèvres (Hauts-de-Seine). Os Aliados impõem um desmembramento do Império Otomano, cujo território fica reduzido à Anatólia, ou península anatoliana, uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção européia, a Trácia.

A Grécia ontem a costa do mar Egeu, a Armênia e o Curdistão obtêm o direito à independência e as províncias árabes são colocadas sob mandatos britânicos e franceses. Os nacionalistas turcos, comandados por Mustafá Kemal Ataturk, rejeitariam esse tratado. O tratado seria revisto em Lausanne (Suíça) em 1923.

O período final do Império Otomano aconteceu durante a Segunda Era Constitucional do Império Otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, na região do Oriente Médio, a batalha aconteceu entre as Forças Aliadas, formadas pela Grã Bretanha, França e Rússia e as Forças Centrais, formada basicamente pelo Império Otomano.

O Império Otomano foi bem-sucedido no início da guerra. Os Aliados foram derrotados nas batalhas de Galipoli, Iraque e Bálcãs. No entanto, alguns territórios anteriormente perdidos foram reconquistados. A Revolução Russa também foi um fator favorável para a reconquista de territórios Otomanos, como Trabzon e Erzurum. As ofensivas incessantes dos ingleses mostraram-se decisivas e o Império Otomano acabou sendo derrotado em 1917.

As tropas aliadas vitoriosas, lideradas pelo general inglês Edmund Allenby, com apoio das revoltas árabes e assistência da recém declarada República da Armênia, anexaram territórios otomanos.

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Este tratado mostrou-se duro demais e impraticável, o que despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, passando a defender a independência da Turquia. Em resposta a tal partilha surge a figura do mito nacional Mustafa Kemal Pasha, logo renomeado Ataturk (Pai dos Turcos), mobilizando o nacionalismo turco e reorganizando parte do extinto exército otomano na Anatólia.

Wikimedia Commons/Cumhuriyet
Os quatro signatários do Tratado de Sévres, que entrou na história ao por um fim ao Império Otomano, em 1920

Vitorioso na luta da independência, que resultou na expulsão das forças aliadas, Ataturk funda a República da Turquia em 1922, tornando-se seu primeiro presidente. Muda o nome de Constantinopla para Istambul e transfere a capital para Ancara, no centro do país, além de extinguir os vestígios do sultanato otomano ao exilar o último sultão.

O tratado de Lausanne de 1923 reconheceu a Turquia em suas atuais fronteiras. Ataturk implantou reformas radicais no país: tornou a Turquia um país secular; unificou o sistema educacional e fez com que o turco passasse a ser ensinado no alfabeto latino em vez do persa-árabe, com o intuito de se alfabetizar a maioria da população; baniu o uso do véu feminino nas universidades e em locais públicos e concedeu às mulheres direitos civis iguais aos homens; aboliu os trajes típicos que expressavam a hierarquia religiosa e social dos cidadãos.

Para Ataturk, o fato de a Europa cristã ter tido sua super-estrutura (leis, escolas, comércio) drasticamente alterada por eventos como o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa estabeleceu a diferença com o mundo islâmico, que preservara suas próprias estruturas em que a religião ainda determinava o funcionamento da sociedade e se constituiu na causa real do fim do império otomano.

O fato de tais reformas terem ocorrido muito rapidamente e sem consultas maiores aos líderes das antigas estruturas causou e ainda causa certa tensão entre uma sociedade mais modernizada, visível nos grandes centros urbanos, e outra mais apegada aos antigos costumes, no interior e em povoados afastados, que não as absorveram por completo. 

Cerca de 85% dos atuais 70 milhões de habitantes do país são turcos étnicos, 97% islâmicos, sunitas em sua maioria. Quatro milhões e meio vivem na capital Ancara e cerca de 12 milhões, vivem no coração cultural e econômico do país, na área metropolitana de Istambul.

Cerca de 12 milhões de turcos vivem fora do país, 3 milhões só na Alemanha. Persistem ainda três fontes de tensões internacionais: o conflito com a Grécia pelo Chipre; as rebeliões da minoria curda (12 milhões) por autonomia no sudeste do país e o reconhecimento turco do genocídio Armênio ao fim da primeira guerra mundial, quando 1.5 milhão de Armênios, que chegaram a compor 25% da população otomana, foram massacrados ou deportados.

(*) A série Hoje na Hist´ória foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados