O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou nesta segunda-feira (02/09) que solicitou uma resposta “por escrito” do governo norte-americano sobre o suposto caso de espionagem contra a presidente Dilma Rousseff, revelado no domingo (1º/9) pelo programa Fantástico, da TV Globo. Só aí, afirmou Figueiredo, é que será decidido que eventuais ações tomar contra Washington.
“A reação dependerá do tipo de resposta que for dada. Por isso, queremos uma resposta formal e por escrito. Daí vamos ver”, afirmou Figueiredo. O governo brasileiro espera uma resposta ainda esta semana.
MRE
José Eduardo Cardozo (esq.) e Luiz Alberto Figueiredo disseram que governo brasileiro vai esperar resposta dos EUA
Questionado se já havia alguma medida em estudo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – que concedeu entrevista coletiva à imprensa junto com Figueiredo –, afirmou que “já há algum tempo”. “Estudando, estamos. Já há algum tempo. Precisamos acabar com o ciclo”, disse, ao lembrar que voltou dos Estados Unidos (aonde havia ido para tratar do tema das escutas feitas pelo governo norte-americano) no sábado e que, no domingo, foi surpreendido com as novas denúncias.
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Figueiredo afirmou também que esteve com o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, para pedir explicações. O embaixador teria tomado nota e se comprometido, mesmo sendo feriado nesta segunda-feira nos Estados Unidos, a passar as informações para a Casa Branca.
Cardozo voltou a classificar de “violação inadmissível da soberania” o fato, caso se confirme a espionagem. Já seria ruim, afirmou o ministro, se a violação se desse para investigar ilícitos – mas, para objetivos políticos e empresariais, “a situação fica piorada”.
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A NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) teria investigado Dilma e seus principais assessores, além do então candidato à presidência do México (e atual presidente) Enrique Peña Nieto, de acordo com documentos ultrassecretos vazados da agência pelo ex-funcionário da CIA Edward Snowden. As informações foram repassadas pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que recebeu a maior parte dos documentos de Snowden, atualmente exilado na Rússia e procurado pelos EUA.
Os documentos vazados fazem parte de uma apresentação interna da NSA. Eles mostram que foi feita espionagem de Dilma nas comunicações, incluindo o conteúdo de mensagens de texto entre assessores e colaboradores do Planalto.