Colômbia e Paraguai assinam acordo para combater "tráfico e terrorismo"
Colômbia e Paraguai assinam acordo para combater "tráfico e terrorismo"
A Colômbia e o Paraguai concretizaram hoje (9) um acordo de cooperação bilateral em segurança que inclui “ações conjuntas na luta contra o terrorismo, o narcotráfico e outras formas do crime organizado”, segundo informações dos chanceleres paraguaio e colombiano divulgadas pela imprensa dos dois países.
O documento, ratificado pelo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e que havia sido assinado mais cedo pelos ministros do exterior paraguaio, Héctor Lacognata, e colombiano, Jaime Bermúdez, tem objetivo declarado de formar policiais paraguaios e colombianos. A íntegra do acordo ainda não foi divulgada.
"Temos na Colômbia uma amizade muito particular com o presidente do Congresso [Miguel Carrizosa] e um respeito e admiração pela instituição”, declarou Lacognata após o encontro.
Lugo assinou o convênio ao receber Bermúdez no Palácio de López, sede do governo paraguaio. Segundo o ministro colombiano, o governo de Álvaro Uribe acredita que ambos "devemos trabalhar juntos para erradicar o terrorismo e o crime organizado no mundo".
Além do presidente e funcionários do Ministério das Relações Exteriores, Bermúdez encontrou membros do Congresso Nacional paraguaio.
O convênio também contempla intercâmbios comerciais e turísticos.
Durante a Cúpula da América Latina e do Caribe, realizada no México no mês passado, Lugo e Uribe disseram que manteriam o programa de cooperação em matéria de segurança.
“Temos com a Colômbia uma das melhores relações com a América Latina. Nessa cúpula, o único presidente com quem pedi uma reunião bilateral foi com Uribe para tratar de convênios de cooperação. Ele me assegurou que estamos em um bom momento para acabar com o mal do sequestro e do terrorismo”, declarou Lugo no evento, em fevereiro.
Retrocesso
O acordo é divulgado semanas após o ministro da Defesa do Paraguai, Luis Bareiro Spaini, ter desmentido que o país receberia auxílio de militares colombianos. Em um comunicado, Spaini dissera que o Paraguai "não teve, não tem, nem terá assessores nem especialistas estrangeiros para ditar normas" sobre como lidar com a segurança interna.
Alguns dias depois do comunicado do ministro, Lugo agradeceu à Colômbia por sua ajuda no caso do fazendeiro Fidel Zavala, que fora sequestrado pelo grupo armado EPP (Exército Popular Paraguaio) e permaneceu três meses em cativeiro. Nos últimos dias, o comandante da Polícia Nacional, José Gimenez, também reconheceu que cadetes e oficiais paraguaios foram treinados na Colômbia.
Atualmente, a Polícia Nacional e a Promotoria Geral do Estado paraguaias recebem apoio técnico do governo de Bogotá, que em janeiro deste ano enviou ao Paraguai 450 fuzis Galil, de fabricação colombiana, com 100 mil unidades de munições de 9 mm e 135 mil de 5,56 mm. O arsenal custou 500 mil dólares.
Apoio norte-americano
Também hoje, houve uma reunião entre o presidente da Corte Suprema de Justiça do Paraguai e a embaixadora dos Estados Unidos no país sul-americano, Liliana Ayalde. Segundo o jornal paraguaio Última Hora, Liliana afirmou que continuará “apoiando fortemente” o governo paraguaio na “luta contra o narcotráfico”.
A embaixadora informou também que o Paraguai continuará recebendo verbas dos EUA por meio do Plano Umbral, e que novas formas de fortalecer a Justiça paraguaia serão encontradas.
Elon Musk é processado por acionistas do Twitter
Ação nos EUA acusa bilionário de fazer postagens em redes sociais com objetivo de manipular o mercado
Acionistas do Twitter abriram um processo contra o empresário Elon Musk por manipulação de mercado, acusando o bilionário de agir para baixar o preço das ações da empresa de mídia social a fim de possivelmente negociar um desconto em sua oferta para comprar a companhia ou mesmo abandonar o negócio.
A ação, apresentada na quarta-feira (25/05), alega que o fundador das empresas Tesla e SpaceX fez uma série de declarações públicas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo de compra do Twitter, o que vem provocando alvoroço na rede social há semanas.
O processo pede a um tribunal federal de São Francisco que apoie a validade do acordo de compra, no valor de 44 bilhões de dólares, e compense os acionistas por quaisquer danos.
O imbróglio
No fim de abril, o conselho de administração do Twitter aprovou a oferta pública de compra da empresa feita por Musk, que assumiria a companhia integralmente e fecharia seu capital. O Twitter é uma empresa aberta, com ações negociadas em bolsa, desde 2013.
O empresário, que é o homem mais rico do mundo, disse que pretendia pagar aos acionistas 54,20 dólares por ação – o equivalente a cerca de 44 bilhões de dólares.
Mas em 13 de maio, Musk anunciou que suspendeu temporariamente o acordo de compra, citando detalhes pendentes sobre a proporção de contas falsas na rede social.
"O acordo sobre o Twitter está temporariamente suspenso à espera de detalhes pendentes que respaldem o cálculo de que as contas spam/fake representam de fato menos de 5% dos usuários", escreveu o bilionário no próprio Twitter.
Após o anúncio, as ações da plataforma caíram mais de 17%, para 37,10 dólares, o nível mais baixo desde que Musk anunciou que pretendia comprar a rede social.

Dado Ruvic/REUTERS
Com preço das ações mais baixo, Musk poderia negociar um desconto em sua oferta para comprar a empresa ou mesmo abandonar o negócio
De acordo com o processo apresentado nesta semana, o tuíte de Musk dizendo que o negócio estava "temporariamente suspenso" ignora o fato de que não há nada no contrato de compra que permita que isso aconteça.
Além disso, Musk negociou a compra do Twitter no final de abril sem realizar a devida diligência esperada em tais meganegócios, afirma a ação, acrescentando que o contrato precisava apenas ser aprovado pelos acionistas e reguladores do Twitter e deveria ser fechado em 24 de outubro.
"Musk já sabia das contas falsas"
Sobre os motivos alegados por Musk para a suspensão, os acionistas argumentam que o bilionário estava ciente de que algumas contas do Twitter eram controladas por robôs, e não por pessoas reais, e até tuitou sobre isso antes de fazer sua oferta para comprar a empresa.
"Musk passou a fazer declarações, enviar tuítes e se envolver em condutas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo e reduzir substancialmente as ações do Twitter", diz a denúncia.
Segundo a ação, o objetivo do empresário era ganhar vantagem para adquirir o Twitter a um preço muito mais baixo, ou desistir do acordo sem sofrer nenhuma penalidade.
"A manipulação de mercado de Musk funcionou – o Twitter perdeu 8 bilhões de dólares em avaliação desde que a compra foi anunciada", afirma o texto.
As ações do Twitter na quinta-feira fecharam ligeiramente em alta a 39,52 dólares, em um sinal de dúvida dos investidores de que a compra será consumada ao valor de 54,20 dólares por ação que Musk originalmente ofereceu.
"O desrespeito de Musk pelas leis de valores mobiliários demonstra como alguém pode ostentar a lei e o código tributário para construir sua riqueza às custas dos outros americanos", afirma a ação.
O Twitter disse em documentos regulatórios que está comprometido em concluir a aquisição sem demora no preço e nos termos acordados. Musk ainda não se pronunciou.