Brasileira que forjou ataque xenófobo terá de deixar a Suíça
Brasileira que forjou ataque xenófobo terá de deixar a Suíça
Paula Oliveira, a advogada brasileira que se mutilou para simular uma agressão, na Suíça, deverá deixar o país até o final de março de 2010, depois de as autoridades locais negarem a renovação de seu visto, anunciou hoje (11) o escritório regional de migrações em Zurique.
Condenada por falsa denúncia em dezembro do ano passado, Paula, 27 anos, pediu renovação de sua permissão de estada na Suíça, já que seu visto expirou hoje. Segundo o site do jornal Tribune de Genéve, a brasileira teria usado o argumento de que não teria mais condições de voltar a viver no Brasil após a repercussão do caso no país. As justificativas, porém, não foram aceitas pelas autoridades de Zurique.
Walter Bieri/Efe
Em fevereiro de 2009, ela denunciou ter sido vítima de um ataque de três jovens skinheads, que teriam cortado sua barriga e suas pernas com uma faca, escrevendo "SVP", sigla de um partido de extrema direita suíço. Paula ainda disse à polícia que estava grávida de gêmeos e que perdeu os bebês por conta da agressão.
Confissão
Exames médicos posteriores demonstraram que Paula não estava grávida. Depois, ela acabou confessando que o ataque nunca ocorreu. Ela é acusada de ter se automutilado com uma faca, fazendo cerca de 200 marcas no corpo, no banheiro da estação de trem de Stettbach, próximo a Zurique.
A Justiça suíça entendeu que ela premeditou a farsa e não aceitou a tese da defesa, segundo a qual a brasileira não teve a intenção de ludibriar a Justiça.
Depois, Paula afirmou ter inventado a história por estar em estado de choque, "para que o assunto fosse encerrado o mais rápido possível" e para escapar também ao assédio da imprensa. Na época, o caso teve grande repercussão no Brasil.
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Elon Musk é processado por acionistas do Twitter
Ação nos EUA acusa bilionário de fazer postagens em redes sociais com objetivo de manipular o mercado
Acionistas do Twitter abriram um processo contra o empresário Elon Musk por manipulação de mercado, acusando o bilionário de agir para baixar o preço das ações da empresa de mídia social a fim de possivelmente negociar um desconto em sua oferta para comprar a companhia ou mesmo abandonar o negócio.
A ação, apresentada na quarta-feira (25/05), alega que o fundador das empresas Tesla e SpaceX fez uma série de declarações públicas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo de compra do Twitter, o que vem provocando alvoroço na rede social há semanas.
O processo pede a um tribunal federal de São Francisco que apoie a validade do acordo de compra, no valor de 44 bilhões de dólares, e compense os acionistas por quaisquer danos.
O imbróglio
No fim de abril, o conselho de administração do Twitter aprovou a oferta pública de compra da empresa feita por Musk, que assumiria a companhia integralmente e fecharia seu capital. O Twitter é uma empresa aberta, com ações negociadas em bolsa, desde 2013.
O empresário, que é o homem mais rico do mundo, disse que pretendia pagar aos acionistas 54,20 dólares por ação – o equivalente a cerca de 44 bilhões de dólares.
Mas em 13 de maio, Musk anunciou que suspendeu temporariamente o acordo de compra, citando detalhes pendentes sobre a proporção de contas falsas na rede social.
"O acordo sobre o Twitter está temporariamente suspenso à espera de detalhes pendentes que respaldem o cálculo de que as contas spam/fake representam de fato menos de 5% dos usuários", escreveu o bilionário no próprio Twitter.
Após o anúncio, as ações da plataforma caíram mais de 17%, para 37,10 dólares, o nível mais baixo desde que Musk anunciou que pretendia comprar a rede social.

Dado Ruvic/REUTERS
Com preço das ações mais baixo, Musk poderia negociar um desconto em sua oferta para comprar a empresa ou mesmo abandonar o negócio
De acordo com o processo apresentado nesta semana, o tuíte de Musk dizendo que o negócio estava "temporariamente suspenso" ignora o fato de que não há nada no contrato de compra que permita que isso aconteça.
Além disso, Musk negociou a compra do Twitter no final de abril sem realizar a devida diligência esperada em tais meganegócios, afirma a ação, acrescentando que o contrato precisava apenas ser aprovado pelos acionistas e reguladores do Twitter e deveria ser fechado em 24 de outubro.
"Musk já sabia das contas falsas"
Sobre os motivos alegados por Musk para a suspensão, os acionistas argumentam que o bilionário estava ciente de que algumas contas do Twitter eram controladas por robôs, e não por pessoas reais, e até tuitou sobre isso antes de fazer sua oferta para comprar a empresa.
"Musk passou a fazer declarações, enviar tuítes e se envolver em condutas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo e reduzir substancialmente as ações do Twitter", diz a denúncia.
Segundo a ação, o objetivo do empresário era ganhar vantagem para adquirir o Twitter a um preço muito mais baixo, ou desistir do acordo sem sofrer nenhuma penalidade.
"A manipulação de mercado de Musk funcionou – o Twitter perdeu 8 bilhões de dólares em avaliação desde que a compra foi anunciada", afirma o texto.
As ações do Twitter na quinta-feira fecharam ligeiramente em alta a 39,52 dólares, em um sinal de dúvida dos investidores de que a compra será consumada ao valor de 54,20 dólares por ação que Musk originalmente ofereceu.
"O desrespeito de Musk pelas leis de valores mobiliários demonstra como alguém pode ostentar a lei e o código tributário para construir sua riqueza às custas dos outros americanos", afirma a ação.
O Twitter disse em documentos regulatórios que está comprometido em concluir a aquisição sem demora no preço e nos termos acordados. Musk ainda não se pronunciou.