Diversos corpos estão entrando em decomposição na cidade filipina de Tacloban, após o forte tufão que atingiu a área na última sexta-feira (08/11). Com isso, o governo teme que uma epidemia se alastre pela população sobrevivente, segundo informou uma fonte oficial à Agência Efe nesta terça-feira (12).
A autoridade que falou à agência não quis se identificar, mas afirmou que o governo está preocupado com a possibilidade de que uma epidemia seja gerada pelos cadáveres, uma vez que estão “por todas as partes”.
Agência Efe
Centenas de sobreviventes em Tacloban sofrem com falta de saneamento e alimentos em uma das regiões mais afetadas pelo tufão
Segundo a BBC, entretanto, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que o surgimento ou não de uma epidemia depende mais do estado dos vivos que dos mortos e, até hoje, não há registro de um surto epidêmico iniciado após um desastre natural que possa ter se originado devido à exposição a cadáveres.
Ainda assim, a situação nas regiões afetadas pelo supertufão Haiyan é precária. De acordo com a Efe, as provisões estão chegando muito lentamente às províncias centrais de Samar, Leyte e ao norte de Cebu, as mais prejudicadas pelo desastre natural. Além disso, praticamente nada da ajuda internacional chegou a Tacloban, na ilha de Leyte, onde menos de um terço das construções ficou de pé, a maioria em situação crítica.
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As forças de segurança enviaram 500 soldados a Tacloban para zelar pela segurança da cidade e evitar crimes ou atos de desespero. Resta pouco para saquear nas lojas e nos colégios, mas, segundo o secretário do Interior, Max Roxas, os agentes circulam pela cidade em veículos blindados “para mostrar ao povo, sobretudo aos que têm más intenções, que as autoridades voltaram”. Controles policiais também foram enviados para evitar que a multidão assedie os caminhões com ajuda.
Saúde
A questão sanitária é uma das maiores preocupações de autoridades nacionais e internacionais em relação às zonas afetadas nas Filipinas. Segundo a BBC, 12 mil partos estão previstos para esse mês nessas áreas. Pessoas com doenças cardíacas ou diabetes precisarão de seus remédios regularmente, mas muitas das rotas de transporte foram destruídas.
Com milhares de pessoas agora desabrigadas, vivendo em condições críticas, existe o perigo de surtos de doenças infecciosas adquiridas por meio da convivência com multidões e da água contaminada. Segundo a OMS, o pico de risco para contaminações e epidemias nessas situações é de dez dias a um mês após o desastre.
Outra tempestade tropical deve atingir as Filipinas neste final de semana e abrigo, água potável e saneamento são essenciais.
O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, decretou hoje estado de calamidade em todo o país em função da devastação provocada pelo tufão Haiyan. A ONU estima que mais de 10 mil pessoas morreram, advertindo, no entanto, que o mundo deve “esperar pelo pior” em relação ao número final de vítimas.