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Política e Economia

Crise do capitalismo é tema central de seminário internacional em São Paulo

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Líderes comunistas e de esquerda de cerca de 40 países debatem alternativas econômicas

João Novaes

2013-11-14T17:35:00.000Z

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Tendo como tema dominante a crise do capitalismo, delegados de mais de 40 países apresentam nesta semana em São Paulo alternativas socialistas no evento "Tendências da situação internacional", organizado pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil). Baseado nas experiências do século XX, há um consenso entre os participantes de que a transição para o socialismo se dará a longo prazo e respeitando características nacionais. Para os mais de 20 representantes latino-americanos, foi enaltecido o processo de integração da região e o papel dos governos progressistas nesse processo.

Leia mais:
Seminário sobre crise no capitalismo reúne nomes de mais de 40 países em SP

Após a apresentação dos participantes por Ricardo Alemão, secretário de Relações Internacionais do PC do B, a quarta-feira (13/11) começou com o discurso do presidente do partido, Renato Rabelo. Segundo ele, o quadro geopolítico internacional apresenta tendências preocupantes e está cheio de “incertezas, instabilidade, conflitos e ameaças à paz”.

 

Brenda Leal/divulgação

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo (à direita, no púlpito), na abertura do seminário em São Paulo

 

“Há mais de cinco anos se impõe uma ofensiva do capital sobre o trabalho, e dos países imperialistas centrais contra os países em desenvolvimento. A resolução de conflitos pela guerra voltou a ser tendência. Ações de mudança de regimes, disfarçadas por motivações supostamente ‘humanitárias’, têm sido cada vez mais frequentes”, afirmou o dirigente, citando os casos da Líbia e da Síria.

 

A crise atual do capitalismo, segundo Rabelo,  também reafirma as contribuições dos princípios básicos do marxismo e do leninismo.

Brenda Leal/divulgação

Os participantes do encontro aplaudem ao final de mais um discurso

O seminário internacional integra o 13º Congresso do PCdoB, que se realizará até sexta-feira (15) no Centro de Convenções do Anhembi, zona norte da capital paulista. São esperadas as presenças da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de encerramento. Já o seminário continuou até o início da tarde desta quinta-feira (14), onde se esperam explanações de representantes de países como China, Venezuela, Cuba, Vietnã e Síria, entre outros.

Os países

Entre os mais de 30 delegados que participaram do primeiro dia do encontro, um dos discursos mais emocionados foi o do palestino Fawzi El Mashni, do Fatah, que homenageou a memória do ex-presidente Yasser Arafat. Na semana passada, estudos revelaram que sua morte, em 2004, foi causada por envenenamento. Ele lembrou o apoio da maioria dos países latino-americanos à causa palestina e disse esperar que seu país seja definitivamente reconhecido como uma nação independente e soberana na ONU já neste mês de novembro.
 


Pela França, Obey Ament e Cécile Dumas, ambos do PCF (Partido Comunista Francês), criticaram a “otanização” da União Europeia (em referência à Organização do Tratado do Atlântico Norte) e defenderam a saída do país desse grupo militar multilateral.

Dumas contestou as medidas tomadas pela diplomacia francesa desde a posse, em 2012, do Partido Socialista. “O governo de François Hollande resume sua política internacional em interesses comerciais e militares. Não apoiamos a pressa com que ele intercedeu no Mali ou a postura militarista em relação à Síria”, disse ela a Opera Mundi. Ela afirma que a teme o avanço da extrema-direita anti-imigração do país, comandada pelo Fronte Nacional, além dos crescentes casos de racismo, como o ocorrido no mês passado com a ministra da Justiça, Christiane Taubira.

Brenda Leal/divulgação

Ainda no continente europeu, Lefteris Nikolau [foto à esquerda], do KKE (Partido Comunista da Grécia), também fez duras críticas a UE, OTAN e aos partidos de centro-esquerda. Em entrevista a Opera Mundi, ele disse considerar o Syriza (Aliança da Esquerda Radical, maior partido de oposição no Parlamento grego) uma coligação “oportunista” em seu discurso, por, no fundo, defende as mesmas posições dos partidos da social-democracia, tradicionalmente representada em seu país pelo Pasok (Partido Socialista Pan-Helênico), atualmente no governo.

Ele critica as ações do Syriza junto aos sindicatos, por aceitarem cortes salariais, desde que menores do que os propostos pelo governo, e de não se posicionarem sobre a saída da Grécia da OTAN e da UE, ambas defendidas pelos comunistas gregos. “Chega uma hora em que fica impossível termos algum terreno em comum”, afirmou.

Segundo Nikolau, é preciso que o movimento comunista consiga responder ao povo uma questão básica: “Com qual estratégia poderá expressar com eficácia os interessas da classe trabalhadora? Para mim, é necessário tratar o socialismo não como um objetivo futuro, mas como uma questão e atividade cotidiana”, afirmou.

Por sua vez, o representante do CPUSA (Partido Comunista dos Estados Unidos), Gary Dotterman, propôs a criação de uma universidade internacional marxista na internet, além da reconstrução da Comunidade Internacionalista de Defesa Trabalhista.

Já Pak Kun Gwang, delegado da Coreia do Norte, fez duras críticas ao imperialismo norte-americano e protestou contra as sanções da ONU na recente crise diplomática envolvendo seu país em junho. “Hoje, a Península Coreana é uma região efervescente, onde o perigo de uma guerra nuclear é maior do que em outras regiões. Os EUA (...) não abandonaram suas ambições de invadir nosso país. Eles insistem em dizer que nosso satélite, lançado no ano passado, é um míssil de longo alcance”, afirmou, defendendo a capacidade militar de seu país como forma de proteger sua soberania.

Pela Colômbia, Pietro Alarcón (Partido Comunista da Colômbia) destacou a importância das negociações de paz entre o governo de seu país e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). “Temos grande quantidade de expressões populares atualmente e o centro da dinâmica politica constitui os diálogos ocorridos em Havana (local das negociações). Isso estimula a criação e o aparecimento de seminários e debates, além do ressurgimento de um movimento pela paz”, afirmou.
 

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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