As autoridades das Filipinas elevaram nesta sexta-feira (15/11) para 3.621 o número de mortos vítimas do tufão Haiyan, horas depois que a ONU calculou o número de mortos em pelo menos 4.400 pessoas na região central do arquipélago.
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O chefe do Conselho Nacional de Gestão de Redução de Risco de Desastres, Eduardo Del Rosario, afirmou que os feridos chegam a 12.165 enquanto outros 1.140 se encontram desaparecidos, informou a imprensa local.
Agência Efe
Vista aérea em Tacloban onde se pode ver uma mensagem escrita “Nos ajude!”
No dia em que se completa uma semana da chegada do “Haiyan” ao litoral das Filipinas, Del Rosario reconheceu os problemas logísticos que desaceleraram a apuração das vítimas mortas.
Haiyan, que já é o terceiro pior desastre natural da história das Filipinas, arrasou várias províncias das Filipinas com ventos sustentados de 225 km/h e sequências com máximas que passavam dos 300 km/h.
“O tufão Haiyan e o furacão Katrina (que em 2005 atingiu a costa leste dos Estados Unidos) tinham a mesma intensidade. Se os Estados Unidos demoraram para dar resposta ao desastre meteorológico, como um país em desenvolvimento não vai demorar?”, questionou à Efe de Tacloban Daniel Burgui, voluntário da Ação Contra a Fome.
Haiyan, com ventos de até 325 km/h, foi o tufão mais forte registrado e o terceiro desastre mais mortal da história recente das Filipinas.
Luto
Segundo a imprensa local, vítimas do tufão Haiyan já começaram a ser enterradas em valas comuns em Tacloban.
Cerca de 100 corpos foram colocados ontem em sacos pretos e depositados em valas comuns, sem cerimônia nem orações fúnebres, na presença de Alfred Romualdez, prefeito da capital da ilha de Leyte, em Visayas Oriental.
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“Espero que esta seja a última vez que vejo algo assim. Quando vejo isso, me lembro do que aconteceu desde a tempestade até agora”, disse Romualdez, que há poucos dias teve que suspender uma primeira tentativa de enterro devido a um tiroteio.
Soldados do exército filipino, apoiados por veículos blindados, patrulham a cidade há vários dias para manter a segurança e tentar evitar o saque das poucas lojas que restaram de pé na cidade quase fantasma de Tacloban.
“Ainda há muitos corpos pela cidade. É assustador. Precisamos de mais mão de obra e equipamentos. Não posso usar um caminhão para remover corpos de manhã e usá-lo para distribuir suprimentos à tarde”, explicou o prefeito.
Os corpos jogados nas ruas e entre os escombros criam, em sua opinião, “uma atmosfera de medo e depressão”.
Segundo foi constatado pela Agência Efe, os bombeiros e os serviços de emergência têm o cuidado de remover os cadáveres, mas se sentem sobrecarregados com a difícil tarefa em meio a uma paisagem que tem sido comparada por alguns com o cenário de uma “bomba atômica”.
Haiyan, com ventos de até 325 km/h, foi o tufão mais forte registrado e o terceiro desastre mais mortal da história recente das Filipinas.
(*) com agências de notícias internacionais