O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi disse neste sábado (16/11) que o PdL (Povo da Liberdade), partido de direita comandado por ele, deixou a coalizão governista atual premiê Enrico Letta, do PD (Partido Democrático, cetro-esquerda), mas que, devido à ruptura interna de seu grupo político, reconheceu não ter números suficiente para derrubar o governo. As informações são da agência de notícias Reuters.
As declarações do dirigente foram feitas após a deserção na sexta-feira (15) de um grupo liderado pelo ministro do Interior, Angelino Alfano, ex-secretário do partido PdL, que desafiou Berlusconi e formou um grupo separado que se comprometeu a permanecer no governo.
Agência Efe
O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi, em discurso a partidários do PdL
A intenção de Berlusconi em derrubar o governo se deve à sua provável expulsão do Parlamento em razão de condenação judicial por fraude fiscal. Com novas eleições, o processo parlamentar seria interrompido e, em caso de vitória, contaria com maioria para continuar no poder.
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Berlusconi falou em um congresso com simpatizantes com o objetivo de rebatizar o PdL como Forza Italia, nome original de seu movimento político. Berlusconi disse que sua expulsão iminente do Parlamento, com o apoio do PD, significa que a coligação não poderia continuar.
“É muito difícil pensar que podemos continuar aliados no Parlamento e, acima de tudo sentados na mesma mesa do gabinete, com alguém que quer matar o seu líder politicamente”, disse Berlusconi em uma reunião do partido.
O grupo de Alfano, que deverá incluir um par de dezenas de parlamentares, deve garantir apoio suficiente no Parlamento para Letta, que sobreviveu a um voto de confiança, no mês passado, com a ajuda dos rebeldes PdL.
“Neste momento, após a decisão tomada por 23 dos nossos senadores em 2 de outubro, não somos capazes de derrubar o governo”, disse Berlusconi.
O futuro político do bilionário de 77 anos de idade está balançando, após ele ter sido condenado por fraude fiscal em agosto, abrindo o caminho para sua esperada expulsão do Parlamento.