A primeira rodada da conferência “Genebra II”, nesta sexta- feira (31/01), terminou marcada pela inflexibilidade entre o governo de Bashar al-Assad e a oposição síria nas tentativas de negociações de paz para a guerra civil no país. Na conferência, o ministro sírio da Informação, Omran al-Zohbi, afirmou que Damasco não fará concessões. Paralelamente, a oposição também demonstrou insatisfação. “Aqueles que estão acostumados ao totalitarismo só escutam uma voz”, afirmou o porta-voz opositor, Louay Safi.
Agência Efe
Para o mediador da cúpula, Lakhdar Brahimi, não houve progressos na cúpula
Nos oito dias de conferência, cerca de 1.900 pessoas morreram na Síria, informou o OSDH (Observatório Sírio para os Direitos Humanos). Pelo menos 498 civis estão entre as vítimas do conflito, que não foi interrompido durante a “Genebra II”. “Isso dá uma média de 208 mortos por dia e o número real de mortes é certamente mais elevado”, enfatizou o diretor do Observatório, Abdel Rahman, à AFP. “A conferência de paz de Genebra deveria ter sido realizada com um cessar total das operações militares e das prisões”, completou.
Repetindo a previsão de quinta (30/01), o mediador da cúpula, Lakhdar Brahimi reconheceu que não houve nenhum progresso desde o dia 22 de janeiro. “Esse é um começo muito modesto, mas é o início a partir do qual nós podemos construir”, afirmou Brahimi. No balanço do diplomata, o grande passo dado foi o fato de que ambas as partes “se acostumaram a sentar na mesma sala, a apresentar suas posições e a escutar uma a outra”.
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A segunda rodada das negociações está prevista para o dia 10 de fevereiro. A delegação da oposição já concordou com a data, mas as autoridades sírias afirmaram que precisam consultar Damasco antes. Nesta próxima etapa, será retomada a questão-chave da cúpula: a instauração de um governo de transição.
No entanto, os dois lados da guerra civil ainda não conseguiram chegar a um acordo. Ao passo que a oposição exige a saída de Assad do poder, o governo afirma que o papel do presidente não é o tema do debate. Para diplomatas internacionais, a prioridade da segunda rodada será continuar com o processo de diálogo, na esperança que os posicionamentos rígidos de ambas partes se modifique com o passar do tempo.