Entre os cinco milhões de refugiados da Palestina registrados pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), a taxa de diabetes é de aproximadamente 11,4% em pessoas com mais de 40 anos, totalizando 114 mil pacientes.
É o que revela a primeira “Auditoria Clínica de Diabetes”, conduzida pela Agência em colaboração com a Fundação Mundial sobre Diabetes (WDF, na sigla em inglês) entre os meses de abril e setembro de 2012 na Jordânia, Líbano e no Território Palestino Ocupado. Os dados mostram que, dos 1.600 pacientes entrevistados, menos de 30% estavam controlando ou tratando o problema.
UNRWA/reprodução
“A prevalência de fatores de risco entre os pacientes com diabetes é simplesmente inaceitável, com 90% de pessoas obesas ou acima do peso e 20% de fumantes. Se compararmos esses números com os de outras populações no mundo, esse índice é altamente arriscado”, disse o diretor do Departamento de Saúde, Akihiro Seita.
Por conta desse cenário, a UNRWA está aumentando o treinamento especializado do seu pessoal médico e implementando campanhas de conscientização sobre alimentação adequada e estilo de vida, direcionadas aos refugiados da Palestina.
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Em 2013 a Agência realizou campanhas de conscientização na Jordânia. No entanto, Seita alerta que “as implicações financeiras atuais da Agência e o déficit de 64 milhões de dólares no orçamento de 2014 trazem um imenso obstáculo à continuidade dessa campanha”. Além disso, “somente os custos com a compra da insulina, fundamental no tratamento de diabetes, comprometem 15% do orçamento da UNRWA para remédios”.
Após a realização da Auditoria, a UNRWA elaborou um plano de ação de longo prazo, que inclui tratamento médico holístico e apoio e conscientização sobre o estilo de vida de pacientes com diabetes do tipo 1 e 2.
A Agência também introduzirá tecnologias modernas e remédios no tratamento de diabetes, expandindo as atividades de prevenção para a população de risco. O diabetes, quando não tratado, pode levar a uma série de doenças, como complicações no coração, acidente vascular cerebral (AVC) e até perda de membros do corpo.
* Originalmente publicado no site da ONU Brasil