Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Quem é Leopoldo López, acusado pelo chavismo de planejar atos de violência

Encaminhar Enviar por e-mail

López começou a impulsionar uma campanha chamada "A Saída", na qual prega uma "mudança imediata" do governo

Marina Terra

2014-02-14T08:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

“Figura divisora da oposição, arrogante, vingativo e sedento de poder”. As palavras usadas para classificar o opositor venezuelano Leopoldo López não vieram de membros do atual governo chavista, mas sim de um conselheiro político da Embaixada dos Estados Unidos. No documento, datado de novembro de 2009 e vazado pelo Wikileaks, Robin D. Meyer fala da desunião da direita venezuelana e sublinha as complicações provocadas por López com um intertítulo: “O problema Leopoldo”.

Efe
 
López começou em janeiro a impulsionar uma campanha chamada “A Saída”, na qual prega uma “mudança imediata” do governo

Ex-prefeito do munícipio de Chacao (2000-2008), López é acusado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de estar por trás dos atos de violência registrados nesta quarta-feira (12/02). Pelo menos três pessoas foram mortas em Caracas e há mais de 60 feridos em todo o país. O dirigente do partido Vontade Popular, por sua vez, colocou a culpa em Maduro.

Desde a vitória dos candidatos do chavismo na maioria das prefeituras nas eleições de 8 de dezembro de 2013, o também opositor Henrique Capriles veio gradativamente perdendo força dentro da MUD (Mesa de Unidade Democrática), enquanto figuras como López começaram a se destacar. Capriles vinha de duas derrotas: nas eleições presidenciais de outubro de 2012, contra Chávez, e de abril do ano passado, contra Maduro.

Ao lado de outros líderes opositores, como Maria Corina Machado e Antonio Ledezma, López começou em janeiro a impulsionar uma campanha chamada “A Saída”, na qual prega uma “mudança imediata” do governo atual com a ida “às ruas”. Em algumas das convocatórias disponíveis na web se lê o pedido “Maduro renuncie”.

Em 2 de fevereiro, em Caracas, uma pesquisa abordava as “opções constitucionais” para uma “mudança de regime”, dando como possibilidades a “renúncia do presidente (pedida pelo povo)”, emenda constitucional para recortar o período presidencial, constituinte “para que assuma todos os poderes públicos e destitua as atuais autoridades”, além de referendo revocatório para 2016, desobediência civil e a espera das eleições presidenciais de 2018.

Coletiva de imprensa na qual foi anunciada a campanha "A Saída":


Biografia

Leopoldo López Mendoza nasceu em 29 de abril de 1971, em uma das famílias mais tradicionais e ricas da Venezuela, ligada aos setores alimentício e petroleiro. Na juventude, estudou economia nos EUA, na Kennedy School of Government (KSG) da Universidade de Harvard.

Posteriormente, López trabalhou como analista, assistente e assessor econômico na coordenação e planificação da PDVSA (Petróleos de Venezuela), de 1996 a 1999. Uma acusação de mau uso de recursos públicos na petrolífera e, depois, como prefeito de Chacao, fez com que o político fosse inabilitado politicamente em 2008 pela justiça do país.

López, que chegou a se apresentar como pré-candidato presidencial para as eleições de outubro de 2012 e declinou em benefício de Capriles, levou seu caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que sentenciou a seu favor em setembro de 2011. No entanto, o Supremo Tribunal de Justiça declarou “inexecutável” a sentença e manteve sua inabilitação para exercer cargos públicos até 2014.

Golpe de 2002

Durante o golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, López – então ligado ao partido Primeiro Justiça – estava na prefeitura de Chacao e foi acusado na época de incitar manifestantes opositores a marcharem em direção ao Palácio de Miraflores, casa presidencial. Nas redondezas, atiradores dispararam contra civis, em um episódio que desatou o golpe. 

A violência foi depois manipulada pela imprensa venezuelana e internacional, conforme mostra o documentário “A revolução não será televisionada”, lançado em 2003. Com o sequestro de Chávez, López e outras personalidades da oposição assinaram o famoso “decreto Carmona”, documento que afiançou a dissolução da Assembleia Nacional, do Supremo Tribunal Federal e outros órgãos federais.

De acordo com a jornalista investigativa Eva Golinger, López foi um dos membros da oposição que fez “viagens frequentes a Washington” nos períodos anteriores ao golpe para visitar o IRI (Instituto Republicano Internacional, em português) e se encontrar com figuras da administração de George W. Bush. No entanto, após forte pressão popular e amparado à lealdade de setores das Forças Armadas, Chávez retornou ao governo.

Vídeo mostra manifesto feito por opositores, como López, pedindo a saída de Chávez:


Em dezembro de 2006, alguns anos após a frustrada tentativa de golpe, López rompeu com o Primeiro Justiça e se uniu ao partido Um Novo Tempo. Insatisfeito, ele criou em 2009 um novo movimento chamado Vontade Popular, que posteriormente virou partido politico em 2011.

López diz: "é preciso se sentir orgulhoso do 11 de abril", em referência ao golpe:


Desde então, o Vontade Popular – assim como outros partidos da oposição venezuelana – recebeu financiamento de diversas agências norte-americanas, como a USAID (US Agency for International Development), que planejou acabar com o governo Chávez, de acordo com  documentos do Wikileaks, e o NED (National Endowment for Democracy).

No entanto, conforme ressaltava o conselheiro da embaixada norte-americana em Caracas, Robin D. Meyer, o maior desafio é unir as diversas correntes – e egos – dentro do bloco opositor. No documento de 2009, ele contemporiza que, apesar de a personalidade de López o tornar uma barreira para a “unidade”, as “redes sociais” de opositores ao chavismo coletadas pelo Vontade Popular faziam dele  “tanto uma necessidade quanto uma ameaça à oposição”.

* Com informações do Venezuelan Analysis, Misión Verdad e Wikileaks

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Constituinte no Chile

'Base de um Chile mais justo', diz presidente da Constituinte na entrega de texto final

Encaminhar Enviar por e-mail

Ao cumprir um ano de debate, Convenção Constitucional encerra trabalhos com entrega de nova Carta Magna a voto popular

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-04T21:39:54.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Aconteceu a última sessão da Constituinte chilena nesta segunda-feira (04/07) com a entrega de uma nova proposta de Constituição para o país. 

"Esta proposta que entregamos hoje tem o propósito de ser a base de um país mais justo com o qual todos e todas sonhamos", declarou a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros. 

Após um ano de debates, os 155 constituintes divulgaram o novo texto constitucional com 178 páginas, 388 artigos e 57 normas transitórias.

O presidente Gabriel Boric participou do ato final da Constituinte e assinou o decreto que convoca o plebiscito constitucional do dia 4 de setembro, quando os chilenos deverão aprovar ou rechaçar a nova Carta Magna.

"Hoje é um dia que ficará marcado na história da nossa Pátria. O texto que hoje é entregue ao povo marca o tamanho da nossa República. É meu dever como mandatário convocar um plebiscito constitucional, e por isso estou aqui. Será novamente o povo que terá a palavra final sobre o seu destino", disse.

No último mês, os constituintes realizaram sessões abertas em distintas regiões do país para apresentar as versões finais do novo texto constitucional. A partir do dia 4 de agosto inicia-se a campanha televisiva prévia ao plebiscito, que ocorre em 4 de setembro. 

Embora todo o processo tenha contado com ampla participação popular, as últimas pesquisas de opinião apontam que a nova proposta de constituição poderia ser rejeitada. Segundo a pesquisa de junho da empresa Cadem, 45% disse que votaria "não", enquanto 42% dos entrevistados votaria "sim" para a nova Carta Magna. No entanto, 50% disse que acredita que vencerá o "aprovo" no plebiscito de setembro. Cerca de 13% dos entrevistados disse que não sabia opinar.

Reprodução/ @gabrielboric
Presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros, e seu vice, Gaspar Domínguez, ao lado de Gabriel Boric

"Além das legítimas divergências que possam existir sobre o conteúdo do novo texto que será debatido nos próximos meses, há algo que devemos estar orgulhosos: no momento de crise institucional e social mais profunda que atravessou o nosso país em décadas, chilenos e chilenas, optamos por mais democracia", declarou o chefe do Executivo. 

Em 2019, Boric foi um dos representantes da esquerda que assinou um acordo com o então governo de Sebastián Piñera para por fim às manifestações iniciadas em outubro daquele ano e, com isso, dar início ao processo constituinte chileno.

Em outubro de 2020 foi realizado o plebiscito que decidiu pela escrita de uma nova constituição a partir de uma Convenção Constitucional que seria eleita com representação dos povos indígenas e paridade de gênero.

"Que momento histórico e emocionante estamos vivendo. Meu agradecimento à Convenção que cumpriu com seu mandato e a partir de hoje podemos ler o texto final da Nova Constituição. Agora o povo tem a palavra e decidirá o futuro do país", declarou a porta-voz do Executivo e representante do Partido Comunista, Camila Vallejo.

A composição da Constituinte também foi majoritariamente de deputados independentes ou do campo progressista. Todo o conteúdo presente na versão entregue hoje ao voto público teve de ser aprovado por 2/3 do pleno da Convenção para ser incluído na redação final.

Com minoria numérica, a direita iniciou uma campanha midiática de desprestígio do organismo, afirmando que os deputados não estariam aptos a redigir o novo texto constitucional. Diante dos ataques, o presidente Boric convocou os cidadãos a conhecer a fundo a nova proposta, discutir de maneira respeitosa as diferenças e votar pela coesão do país, afirmando não tratar-se de uma avaliação do atual governo, mas uma proposta para as próximas décadas. 

"Não devemos pensar somente nas vantagens que cada um pode ter, mas na concordância, na paz entre chilenos e chilenas e pela dignidade que merecem todos os habitantes da nossa pátria", concluiu o chefe de Estado.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados