O dirigente opositor Leopoldo López, acusado pelo presidente Nicolás Maduro de ser o autor intelectual da violência por trás de protestos na Venezuela, que deixaram três mortos e mais de 60 feridos na última quarta-feira (12/02), postou um vídeo no Twitter no qual convoca uma marcha para a próxima terça e diz que irá até o Ministério de Interior, Justiça e Paz do país.
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“Continuo na Venezuela e continuarei lutando por um melhor país”, disse ele, afirmando que tirou uns dias para passar tempo com a família e “poder tomar a melhor decisão nestes momentos”. O dirigente pediu que todos os manifestantes se vistam de branco e que marchem “pacificamente”.
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O partido Vontade Popular, dirigido por López, informou em seu site que forças de segurança foram às casas do opositor e de seus pais para procurá-lo na última madrugada. Em um dos procedimentos, segundo o partido, os funcionários mostraram uma ordem de captura emitida por um tribunal que lhe atribui crimes de homicídio intencional qualificado, terrorismo, lesões graves, danos à propriedade pública, delitos de intimidação pública, instigação ao crime, entre outros.
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“Estarei lá para dar a cara, foi dito nos últimos dias que querem me ver preso, não tenho nada que temer, não cometi nenhum delito (…) se tem alguma decisão de ilegalmente me meter preso, então aí estarei, para assumir essa perseguição e essa decisão infame por parte do Estado”, expressou no vídeo, no qual parte da imagem aparece embaçada.
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Relembre fatos mais marcantes
O trajeto, segundo López, será da Praça Venezuela ao ministério de Interior para levar petições como o esclarecimento “da responsabilidade do Estado” nas mortes da última quarta, libertação de detidos e o fim da “repressão”. “Os convidarei a caminhar até um ponto e daí em diante irei sozinho entregar essas petições ao ministério”, complementou.
O vídeo de López foi divulgado horas depois de o ex-candidato presidencial Henrique Capriles afirmar que convocaria, nas próximas horas, uma nova manifestação “pacífica” contra a violência e os problemas do país.
Maduro
Um dia após a morte de três pessoas, Maduro pediu, em discurso na noite de quinta-feira (13/02), que os “autores intelectuais das mortes”, ocorridas após os protestos da oposição, se entreguem. No mesmo dia, López escreveu no Twitter que ainda está na Venezuela e desafiou Maduro a prendê-lo.
“São fugitivos da Justiça os principais autores intelectuais dos fatos de 12 de fevereiro e dos dias que levaram a ele. Já são solicitados pela Justiça, nós temos ordens da Promotoria e, como poder Executivo, estamos atuando. Então eu digo a estes fugitivos que se entreguem em mãos da Justiça, vocês são responsáveis pelo banho de sangue”, disse, sem fazer referência direta a López.