Agência Efe
Opositores controlam os prédios públicos da capital Kiev
As autodefesas do Maidan, linha de frente da oposição ucraniana no enfrentamento com a polícia, ocuparam na madrugada deste sábado (22/02) as ruas do centro de Kiev e os principais acessos aos prédios públicos da cidade, incluindo o palácio presidencial. Relatos da imprensa internacional apontam que a polícia não está no local e que os manifestantes têm trânsito livre na capital.
Leia mais:
Parlamento da Ucrânia retira acusação que mantém presa ex-premiê Yulia Tymoshenko
Em meio a grave crise, não há informações oficiais sobre o presidente Viktor Yanukovich: seu paradeiro segue desconhecido. De acordo com o jornal El Pais, o mandatário pode ter viajado para cidade de Járkov, no oeste da Ucrânia, onde conta com o apoio de deputados aliados ao seu partido. “Ele nunca mais voltará para Kiev”, bradam os manifestantes nas ruas, que amanheceram cobertas com bandeiras do país.
Segundo informações da Agência Efe, os opositores também ocuparam a residência Mezhigorie, a casa de campo de Yanukovich, situada a cerca de 20 quilômetros ao norte da capital. Em todo país, prédios públicos são alvo de manifestações.
Leia mais:
Vídeo: Há um “golpe em gestação” para tomar o petróleo da Venezuela, diz embaixador no Brasil
A pressão fez com que o líder do Parlamento ucraniano, Volodymyr Rybak, aliado do presidente Yanukovich, renunciasse na manhã de hoje. De acordo com o portal Público.es, ele será substituído por Oleksander Turchnynov, um dos nomes mais expoentes da oposição
NULL
NULL
Acordo não amenizou crise
Ontem (21), em mais uma tentativa de acalmar os ânimos, Yanukovich e líderes da oposição assinaram um acordo para realização de eleições antecipadas, uma reforma constitucional e um governo de unidade nacional.
No entanto, mesmo com parte da cúpula da diplomacia europeia dando respaldo ao acordo, a trégua fracassou e a violência voltou a tomar conta de Kiev. Segundo informações da imprensa europeia, grupos ligados à ultradireita ucraniana se negam a negociar e exigem a imediata renúncia do presidente. A administração de Yanukovich já cogita convocar eleições para o mês de abril.
Segundo o governo ucraniano, o número de mortos subiu para 75 nesta semana, enquanto a oposição afirma que o conflito já deixou mais de 100 mortos.