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Política e Economia

Segundo dos "Cinco Cubanos" a ser solto é recebido em Havana por Raúl Castro

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Fernando González fazia parte da "Rede Vespa", operação que buscava identificar organizações terroristas anticastristas

Redação

2014-02-28T23:15:00.000Z

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Radio Rebelde
Fernando González, um dos cinco agentes cubanos presos nos Estados Unidos por espionsagem, chegou a Cuba nesta sexta-feira (28/02) e foi recebido, ainda no aeroporto, pelo presidente Raúl Castro. Ele e outros agentes do país caribenho tinham a missão de coibir práticas terroristas perpetradas por cubanos radicados em Miami.

[Fernando González cumprimenta o líder cubano, Raúl Castro]

González, que cumpriu 17 anos e nove meses de prisão, é o segundo dos cinco cubanos a completarem sua sentença, depois de René González, libertado em 2013. Os cinco agentes cubanos, detidos pelo FBI em setembro de 1998 na Flórida, são considerados na ilha como heróis.

Apesar de ter voltado a Cuba após os anos de prisão, González afirmou que só estará completamente feliz quando seus companheiros também forem libertados: “A felicidade é grande, mas falta um pedaço e será completa quando também voltarem à pátria Gerardo, Ramón e Antonio”, declarou.

Ele também agradeceu jornalistas e meios de comunicação que fazem reportagen e denunciam "a injusta condenação que receberam", e também aos funcionários do Ministério de Relações Exteriores, tanto de Cuba quanto dos EUA que os acompanhou.

Rede Vespa

Os “cinco heróis”, como são conhecidos em Cuba, foram presos na Flórida em 1998 e, três anos mais tardes, condenados pela Justiça do país por espionagem e envolvimento no abatimento de dois aviões.

O próprio governo cubano reconheceu publicamente que Gerardo Hernández, René González, Tony Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino eram agentes do serviço secreto de Cuba infiltrados. Os cinco faziam parte de uma complexa operação batizada como "Rede Vespa". Instalados na Flórida e disfarçados de desertores do regime cubano, o esquadrão de 14 integrantes tinha a tarefa de munir Havana com informações sobre as organizações terroristas anticastristas que operavam no país.

Com o colapso da União Soviética, a ilha comunista do Caribe foi obrigada a assistir à drástica redução do seu orçamento, fortemente dependente das parcerias comerciais com os russos. Diante do período especial, Fidel Castro viu no turismo de luxo uma alternativa viável para afrouxar as contas nacionais e reverter a dramática redução do PIB.

Diante desse quadro, as organizações anticastristas de Miami não deixaram por menos. Criadas por cubanos exilados que fugiram do país após o triunfo da Revolução em 1959, todas elas tinham o objetivo explícito de lutar pelo fim do comunismo cubano e pela queda do líder de Castro. Algumas delas, inclusive, não faziam questão de esconder que apoiavam e financiavam ações terroristas.

Uma vez detectada a estratégia de Havana, o alvo dos milionários exilados passou a ser os imponentes resorts do balneário de Varadero, além dos pontos turísticos mais visitados da capital cubana. “A opinião pública precisa saber que é mais seguro fazer turismo na Bósnia-Herzegovina do que em Cuba”, estampavam os folhetos de algumas dessas organizações — que realizavam desde sequestro de aviões e pequenas explosões, até sobrevoos nos quais eram despejados cartazes com propaganda anticomunista pelas avenidas de Havana.

Julgamento

Após anos de operação sigilosa,o serviço de contra-inteligência dos EUA acabou detectando a atuação da Rede Vespa e prendeu dez dos agentes cubanos. Metade deles fez acordos com a Justiça norte-americana e, por meio da delação premiada, pegou a pena mínima e ingressou no programa de proteção à testemunha do Departamento de Estado.

Em um longo e controverso julgamento — a cidade de Miami é majoritariamente anti-castrista—, os cinco cubanos acabaram condenados pelo júri popular em 2001. Alguns anos mais tarde, Leonard Weinglass advogaria pro bono pelos cubanos. Sem sucesso, porém, o “caso dos cinco” somente se acumularia à afamada lista de causas defendidas pelo advogado: a atriz Jane Fonda, os Panteras Negras e, antes de morrer, o criador do site WikiLeaks, Julian Assange, seu último caso.

Em outubro de 2011, René González foi o primeiro cubano a deixar a prisão federal de segurança máxima, após 13 anos encarcerado.

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Política e Economia

Em 1º discurso após posse, Petro promete reforma na política contra as drogas na Colômbia

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Ao lado da espada de Simón Bolívar, novo presidente colombiano disse que a política antidrogas 'fracassou profundamente', afirmando que a 'paz é possível' no país

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-07T22:35:00.000Z

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Ao som ovacionado das milhares de pessoas reunidas na Praça Bolívar, em Bogotá, Gustavo Petro realizou seu primeiro discurso neste domingo (07/08) como novo presidente da Colômbia. Petro reafirmou o compromisso de uma reforma na política contra as drogas no país.

"A política contra as drogas fracassou profundamente. A guerra fortaleceu a máfia e debilitou Estados, levando-os a cometerem crimes e evaporou o horizonte da democracia. Chegou o momento de mudar a política antidrogas no mundo para que seja a vida ajudada e não a morte", disse.

Durante seu discurso, Petro pediu que a espada de Simón Bolívar fosse deixada no palco, ao seu lado. Para ele, o objeto significa "toda uma vida, uma existência" que o auxiliou no processo que culminou em sua eleição à Presidência.

Petro disse não querer que a espada esteja "enterrada", que ela seja a "espada do povo". "Chegar aqui implica recorrer uma vida, uma vida imensa que nunca é sozinha. Aqui estão todas a mulheres colombianas que lutam para superar o machismo e construir uma política do amor. As mãos humildes dos operários, dos campesinos, o coração dos trabalhadores que me apoiam sempre quando me sinto débil", declarou.

Segundo o novo mandatário, os colombianos, "muitas vezes", foram "condenados ao impossível e a falta de oportunidades". No entanto, Petro declarou a "todos que estão me escutando" que, agora, "começa nossa segunda oportunidade". 

"Nós ganhamos, vocês ganharam. O esforço de vocês valeu a pena. Agora é hora de mudança, nosso futuro não está escrito e podemos escrever juntos e em paz. Hoje começa a Colômbia do impossível", disse durante a posse, declarando que sua eleição é uma história contra aqueles que não acreditavam, "daqueles que nunca queriam soltar o poder. Porém o fizemos".

Redistribuição de riqueza

Petro afirmou que a "igualdade será possível" na Colômbia, para que a desigualdade e a pobreza não "sejam naturalizadas", já que, segundo o novo presidente, o país é uma das "sociedades mais desiguais em todo o mundo", afirmando ser necessário mudar este paradigma "se queremos ser uma nação e viver em paz". 

Reprodução/ @FranciaMarquezM
Petro e Márquez tomaram posse neste domingo como o primeiro governo de esquerda na Colômbia

"Vamos ser uma Colômbia mais igualitária e com mais oportunidades a todos. A igualdade é possível se formos capazes de gerar riqueza e capazes de distribuí-la. Para isso, é necessário uma reforma tributaria que gere justiça", afirmou durante o discurso.

O presidente reafirmou que seguirá os Acordos de Paz, assinados em 2016, e também as resoluções da Comissão da Verdade em relação à violência no país. Ele declarou que é preciso terminar "para sempre" com os conflitos armados, convocando "todos as pessoas armadas para buscar um caminho que permita a convivência, não importando os conflitos que existam".

"Encontrar soluções através da busca por mais democracia para terminar a violência. Convocamos todos os armados a deixarem as armas, aceitar jurisdições pela paz, a não repetição definitiva da violência, para que a paz seja possível. Precisamos dialogar, nos entender e buscar os caminhos comuns e produzir mudanças. A paz é possível", afirmou.

Posse de Petro

Petro tomou posse neste domingo em uma cerimônia na Praça Bolívar, em Bogotá. Aos 62 anos, ele é o primeiro mandatário de esquerda a assumir o poder na história do país.

O presidente do Senado colombiano, Roy Barreras, foi o encarregado de ler o juramento a Petro, que fala em "cumprir fielmente a Constituição e as leis" do país. Na sequência, a senadora María José Pizarro, filha de Carlos Pizarro assassinado em 1990 e que foi companheiro do agora presidente na guerrilha Movimento 19 de Abril (M-19), entregou a faixa presidencial ao novo chefe de Estado.

Também na posse, a vice-presidente eleita Francia Márquez realizou juramento, que foi lido pelo agora mandatário da Colômbia.

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