Atualizada às 16h41
Pesquisas de boca de urna indicam que o referendo realizado neste domingo (16/03) deve aprovar por ampla margem a anexação da Crimeia, hoje uma república autônoma integrante da Ucrânia, pela Rússia. De acordo com agências de notícia russas, 93% dos votos foram à favor a união com os russos. O resultado oficial deve começar a ser divulgado por volta das 22h30 (horário local, 17h30 em Brasília).
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Segundo a agência RIA-Novosti, citando um comunicado de um instituto crimeano de pesquisas, apenas 7% dos eleitores votaram pela manutenção da Crimeia como parte da Ucrânia. Com os números em mãos, o Parlamento da Crimeia anunciou que pretende pedir já nesta segunda-feira (17/03) ao presidente russo Vladmir Putin a incorporação do território à Federação Russa.
Reprodução
Mapa mostra Crimeia (em vermelho), Ucrânia (verde) e Rússia (roxo)
Os resultados da boca de urna foram divulgados no site oficial da consulta, controlado pelo governo pró-Rússia da região.
Estados Unidos, União Europeia e boa parte da comunidade internacional afirmaram que não reconhecerão os resultados do referendo separatista na Crimeia e defendem a integridade territorial da Ucrânia. A Rússia, por sua vez, vetou uma resolução de condenação ao referendo no Conselho de Segurança da ONU e disse que irá respeitar o resultado da consulta.
Os russos justificam o apoio ao referendo citando a derrubada do presidente da Ucrânia Vitkor Yanukovich – que, segundo Moscou, foi “inconstitucional e realizado por radicais em Kiev”. Como a população da Crimeia é composta por 60% de russos étnicos, a Rússia diz que “circunstâncias especiais” autorizavam a consulta. O país tem uma base militar estratégica em Simferopol, onde fica a frota marinha estacionada no mar Negro.
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Trégua
Pouco antes do fim da votação, os ministros da Defesa de Rússia e Ucrânia firmaram neste domingo uma trégua que vai permitir que unidades militares ucranianas na Crimeia transitem livremente pela região sem o bloqueio de forças russas.
Agência Efe
Filas foram registradas em Simferopol durante realização de referendo neste domingo
“No que diz respeito às medidas que serão adotadas depois do tal referendo [de anexação da Crimeia pela Rússia], chegou-se a um acordo entre os comandantes segundo o qual, até 21 de março, [os russos] não vão adotar nenhuma medida para bloquear nossas unidades militares”, disse o ministro ucraniano Ihor Teniukh antes de uma reunião do governo em Kiev.
“A situação relativa a nossas unidades militares e ao bloqueio (destas) se normalizou. Acho que, como foi possível um acordo, a situação se manterá assim até 21 de março”, ressaltou.
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Expulsão
De acordo com uma reportagem da revista alemã Der Spiegel, o G8 estuda expulsar a Rússia do grupo por conta da intervenção do país na Ucrânia. Os outros sete membros – EUA, Alemanha, Japão, França, Canadá, Reino Unido e Itália – já teriam concordado com a ideia.
Se entrar em vigor, a proposta, feita pelo governo britânico, irá trocar o local da próxima cúpula do grupo de Sochi (Rússia) para Londres, sem convidar representantes de Moscou. Um encontro bilateral entre alemães e russos, marcado para abril na cidade de Leipzig (Alemanha), também seria cancelado.