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Política e Economia

EUA criaram “Twitter cubano” para tentar desestabilizar governo de Raúl Castro

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Página, chamada de "ZunZuneo", foi elaborada pela Usaid, agência responsável por fornecer fundos a países pobres

Redação

2014-04-03T16:37:00.000Z

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Atualizada às 15h40

O governo dos Estados Unidos criou secretamente uma rede social semelhante ao Twitter que visava estimular agitação política e dissidência em Cuba, de acordo com uma investigação da AP (Associated Press), divulgada nesta quinta (03/04). Com acesso a mais de mil páginas de documentos, a agência de notícias norte-americana revelou que o desenvolvimento deste serviço pretendia invadir os rígidos filtros de internet na ilha e desestabilizar o governo de Raúl Castro.

O programa ZunZuneo – nome inspirado no canto do “zunzún” (beija-flor, em espanhol) - foi financiado e gerido pela Usaid (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional), entidade responsável por oferecer dinheiro de ajuda humanitária para os países pobres.

Na tarde desta quinta, Washington assumiu a existência de um projeto de rede social, mas negou que fosse algo clandestino. "As sugestões de que se tratava de um programa encoberto não são corretas", explicou em sua entrevista coletiva diária o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Na execução de programas "em ambientes não permissivos" o governo toma medidas "para ser discreto" e isso não ocorre "exclusivamente em Cuba", disse Carney, segundo a Efe.

Reprodução

Página da Zunzuneo: Apesar da questionável legalidade, a Usaid diz que suas empreitadas em Cuba estavam dentro da lei 


A ideia era construir uma grande rede social que permitisse aos cubanos se comunicar uns com os outros gratuitamente para além do alcance da internet controlada da ilha. Com isso, as autoridades norte-americanas forneciam aos usuários informações do mundo exterior. Segundo os documentos revelados pela AP, os líderes da ZunZuneo planejavam tirar Cuba "da inércia mediante iniciativas táticas para um processo de transição democrática".

Por meio de uma lista de números de telefone obtidos a partir de um trabalhador do Cubacel (empresa de telecomunicações estatal cubana), a Usaid começou inicialmente a oferecer conteúdos “não-controversos”, como futebol e música. Com o tempo, a rede ZunZuneo passou a enviar textos mais engajados politicamente, com o intuito de desencadear manifestações contra o governo castrista e "renegociar o equilíbrio de poder entre Estado e sociedade”, segundo um dos documentos da agência.

Longe de suspeitas

O projeto da rede social começou em 2009 e operou durante dois anos. Em seu auge, o programa tinha mais de 40.000 assinantes, majoritariamente jovens cubanos propensos a buscar mudanças políticas na ilha. Para afastar suspeitas da inteligência cubana, a agência utilizou uma rede de empresas fantasmas cadastradas em uma conta bancária das Ilhas Cayman para ocultar transações financeiras. Com o desígnio de parecer uma empreitada legítima, a agência também criou um portal na internet com o mesmo nome e usou falsos banners (anúncios publicitários online). 

Além disso, a ZunZuneo também realizava pesquisas de mensagem de texto para reunir informações sobre os usuários da rede social. Com isso, os agentes analisavam dados como idade e tendências políticas de seus assinantes.

Ascensão e queda

O programa, no entanto, revelou-se insustentável. Em meados de 2012, a rede social desapareceu por falta de financiamento e de doações do governo, alega a Usaid. De acordo com documentos, a agência teria pedido financiamento ao co-fundador do Twitter, Jack Dorsay – mas ele negou comentar o caso à AP.

Apesar da questionável legalidade da operação, a agência diz que suas empreitadas em Cuba estavam dentro da lei tanto quanto a sua missão humanitária. "A Usaid é uma agência de desenvolvimento, não de inteligência. Nós trabalhamos em todo o mundo para ajudar as pessoas a exercerem os seus direitos e liberdades fundamentais e dar-lhes acesso a ferramentas para melhorar suas vidas e se conectar com o mundo exterior", declarou o porta-voz da Usaid, Matt Herrick, à AP.

Frente à propagação da reportagem investigativa, um porta-voz do Departamento de Estado disse nesta quinta à NBC News que “o Congresso financia programas de democracia para ajudar os cubanos a terem maior acesso à informação e fortalecer a sociedade civil”. 

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Política e Economia

União Europeia declara que texto de acordo nuclear é 'definitivo'; Irã nega finalização

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Negociações entre bloco econômico e Irã ocorrem para tentar salvar o acordo chamado Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), assinado originalmente em 2015

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-08T22:30:00.000Z

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Fontes da União Europeia informaram nesta segunda-feira (08/08) que o bloco econômico apresentou um "texto final" para o acordo nuclear que é debatido em Viena, na Áustria, com o Irã e com os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Nós trabalhamos por quatro dias e hoje o texto está na mesa. A tratativa terminou, o texto é definitivo e não será renegociado", disse um funcionário do bloco, em condição de anonimato, aos jornalistas que acompanham os debates.

Pouco tempo depois, porém, o governo do Irã negou a informação por meio da declaração de um diplomata à agência estatal iraniana Irna. "Não estamos em uma fase em que sequer podemos falar de finalização de texto", disse o representante, em condição de anonimato.

Segundo o iraniano, ainda há alguns pontos em "suspensão" e o resultado das conversas "dependerá da determinação dos outros participantes em tomar decisões políticas sobre as propostas já apresentadas por Teerã".

Em Viena, outro funcionário da União Europeia contou aos jornalistas que as delegações dos países e organizações envolvidos deixariam o local e que agora "tudo dependerá da resposta formal dos participantes", o que deve ocorrer nos próximos dias.

European External Action Service/Flickr
Bloco econômico apresentou um "texto final" para o acordo nuclear; para Irã ainda há alguns pontos em "suspensão"

As negociações entre as partes ocorrem para tentar salvar o acordo assinado em 2015, chamado de Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), que inclui todos os membros do CS da ONU (Estados Unidos, França, China, Rússia e Reino Unido - mais a Alemanha), com intermediação da UE.

O pacto perdeu força em 2018, quando o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país do acordo e reimpôs sanções unilaterais contra o Irã. Como resposta, Teerã parou de respeitar diversos itens do pacto de maneira intensa, como o enriquecimento de urânio, o que poderia indicar a construção de armas nucleares. Na última semana, o governo do país chegou a dizer que já tinha essa capacidade, mas que não queria construir os armamentos.

No entanto, com a eleição de Joe Biden, que tomou posse em janeiro de 2021, voltou a ser aberta a possibilidade de que os EUA voltassem ao acordo para tentar apaziguar a situação.

E, desde o fim do ano passado, dezenas de reuniões entre delegações de todas as nações envolvidas foram realizadas para tentar a chegar a um novo acordo para a implementação das regras.

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