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Política e Economia

Oferta da UE ao Mercosul incluirá exigência de direitos humanos e trabalhistas

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Deputados da comissão europeia que negocia com bloco sul-americano criticam postura de Brasil e Argentina nas tratativas

Vitor Sion

2014-04-14T11:00:00.000Z

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Em meio à expectativa para a troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia, etapa necessária para que o acordo bilateral avance neste semestre, começam a aparecer as exigências que cada lado fará para a conclusão do convênio, negociado há mais de 14 anos. Do lado europeu, serão sugeridas cláusulas que garantam o cumprimento dos direitos humanos e trabalhistas nos países sul-americanos.

A inclusão deste tema faz parte do que negociadores de ambas as partes chamam de “questões sociais”, vinculadas ao desenvolvimento regional. Além dos deputados europeus, o senador uruguaio Roberto Conde, em entrevista a Opera Mundi, também já havia destacado a importância da cláusula.

André Lion/Opera Mundi

Wolfgang Kreissl-Dorfler, do SPD, diz que é preciso que o convênio contemple questões sociais e não só econômicas

“Um convênio desse tipo vai beneficiar ambas as partes. Não só os grandes empresários, mas o povo também precisa participar disso. A Mercedes-Benz, a Volkswagen e a Basf não precisam desse convênio. É importante que este acordo tenha a parte de negócios, mas também o lado de direitos humanos e ambientais. De outro jeito, não vale para ninguém”, afirmou a Opera Mundi um dos líderes da delegação europeia na negociação, Wolfgang Kreissl-Dorfler, do SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha, da atual base de governo da chanceler Angela Merkel). Ele também acrescenta que a exigência do cumprimento de direitos trabalhistas tem o objetivo de equilibrar a competição entre os setores agrícolas, caso a União Europeia realmente abra seus mercados. 

Leia: Mercosul e UE voltam à mesa de negociações para tentar destravar acordo discutido há 14 anos

Para outro deputado da mesma comissão do Parlamento Europeu ouvido por Opera Mundi, o opositor Jurgen Klute, do esquerdista Die Linke, a inclusão dessa cláusula visa garantir que não haverá retrocesso na América do Sul. “Ainda há problemas que não foram resolvidos. Os direitos fundamentais, humanos e trabalhistas devem ser protegidos dos dois lados. Os países do Mercosul têm avançando neste ponto nos últimos anos, mas devemos garantir que não haverá retrocesso, como já aconteceu”, afirma.

André Lion/Opera Mundi

Para Klute, do esquerdista Die Link, inclusão de cláusulas humanitárias e ambientais vai evitar retrocessos no Mercosul

Klute também argumenta que a questão social é fundamental para o estabelecimento de um “fair agreement”, em oposição ao “free trade agreement”.

Problemas

Apesar de fazerem parte do mesmo grupo que negocia com a UE, Kreissl-Dorfler e Klute têm divergências sobre o que está emperrando o acordo com o Mercosul. “A Argentina é o grande problema para o acordo UE-Mercosul. Eles não têm o direito de sempre bloquear a negociação. A Europa tem que abrir o acesso agrícola e a entrada de pessoas. Mas, se a Argentina não quer firmar o pacto, então o melhor é usar o modelo que já tivemos na União Europeia: de incluir os países aos poucos”, afirma o representante do SPD.

Essa alternativa, no entanto, tem sido rechaçada pelo Mercosul, que pretende negociar em bloco.

Klute, por sua vez, critica os países sul-americanos de forma mais ampla. “Espero que o acordo saia e de forma justa para todos. Mas os governos de centro-esquerda do Mercosul, em especial Brasil e Argentina, têm uma política de vender apenas recursos naturais. No longo prazo isso não é bom. Eu espero que o lado europeu faça mais do que simplesmente abrir seus mercados. E esses países sul-americanos não têm feito muitas propostas alternativas neste sentido. Falta ousadia.”

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Coronavírus

Primeiro carregamento de oxigênio sai nesta sexta da Venezuela e deve chegar a Manaus até domingo

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Serão enviados dois caminhões com cilindros de oxigênio acompanhados por escolta militar até a fronteira entre os dois países

Fania Rodrigues

Caracas (Venezuela)
2021-01-15T23:07:00.000Z

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O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, informou com exclusividade a Opera Mundi na noite desta sexta (15/01) que o primeiro carregamento de oxigênio para o Amazonas já foi autorizado e será despachado ainda hoje para o Brasil.

A carga vai sair da cidade de Puerto Ordaz, Estado de Bolívar e viajará 1.500 km, por aproximadamente dois dias, até a capital amazonense. Essa primeira leva será transportada por via terrestre em dois caminhões e deverá chegar à cidade até domingo.

As formalidades do acordo de cooperação foram negociadas entre os governadores do Amazonas, Wilson Lima (PSC-AM), e o governador do estado venezuelano de Bolívar, Justo Nogueira.

Segundo Arreaza, a logística desse primeiro envio será fornecida pelo governo venezuelano. Mas, depois o governo amazonense deverá assumir a tarefa enviando mais caminhões do Brasil para buscar oxigênio na Venezuela.

O governo da Venezuela vai ofereceu ainda uma escolta militar para as cargas, que será acompanhada até a fronteira a cidade de Santa Helena de Uairén, na fronteira, e depois por militares brasileiros.

O ministro venezuelano informou ainda que o governo de Nicolás Maduro “vai fornecer oxigênio enquanto durar a situação de emergência do estado Amazonas”, o que impede, segundo ele, de precisar a quantidade fornecida da substância, tampouco o tempo da duração do convênio.

Dhyeizo Lemos/Fotos Públicas
Carregamento de oxigênio da Venezuela sai nesta sexta do país e deve chegar a Manaus até domingo

A produção de oxigênio na cidade de Puerto Ordaz faz parte de um plano de nacional para atender a pandemia do covid-19 na Venezuela. Essa planta industrial estava desativada e foi retomada no ano passado com esse objetivo. “O oxigênio que produzimos nessa fábrica é suficiente para atender essa região da Venezuela e ainda contribuir para aliviar a emergência do Brasil”, disse.

De acordo com Arreaza, a ação de solidariedade da Venezuela com o estado Amazonas está acima das diferenças ideológicas que possam existir entre os dois países. “Oferecemos ajuda ao governador do Amazonas porque os bolivarianos somos solidários, essa é uma ação humanitária que tem que estar acima das diferenças políticas. O que nos une é o objetivo de salvar vidas. Espero que o governo brasileiro entenda que é importante ter boa relação com os seus vizinhos”.

A Venezuela possui uma das menores taxas de contágios e mortes por covid-19 da América Latina, portando a assistência ao Brasil não afeta sua situação interna. O país investiu em ações preventivas e criou centros de diagnósticos rápidos, desafogando hospitais e clínicas.

Além disso, decidiu isolar todos os pacientes que testam positivo para o covid-19, evitando assim a propagação da doença. Atualmente, os hospitais e centros de atendimento de saúde operam com uma ocupação de leitos que varia entre 50 a 60% de sua capacidade.

Além disso, o país já assinou contrato com a Rússia para o fornecimento da vacina Sputnik V e deve começar a vacinação em fevereiro, segundo informações oficiais. Na primeira etapa serão vacinadas 10 milhões de pessoas, um terço da população de 30 milhões de habitantes.

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