Forças israelenses mataram pelo menos dois palestinos e deixaram outros três feridos nesta quinta-feira (15/05), durante protestos realizados por centenas de estudantes que celebravam a Nakba, data que marca a catástrofe do descolamento palestino, quando mais de 800 mil pessoas foram expulsas de suas casas no marco da fundação de Israel, em 1948.
Agência Efe
Policiais atiram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestação de palestinos em Oferm, na Cisjordânia
De acordo com as agências de notícias, cerca de 200 manifestantes agitavam bandeiras e atiravam pedras diante da prisão israelense de Ofer para marcar o 66º aniversário da Nakba. Fontes médicas disseram que Abu Thahr, de 22 anos e Nadim Nuwara, de 17, morreram após serem atingidos por um tiro no coração. Outro adolescente está em estado grave após ser ferido no abdômen, enquanto outros dois são tratados por disparos no pé e na perna.
O exército israelense não comentou a informação, dizendo apenas que policiais da fronteira estavam envolvidos no caso. À Reuters, um porta-voz da polícia disse que estava ciente do protesto, mas não soube informar que tipo de munição estava sendo utilizada pelas forças de Israel.
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“O uso de balas reais contra manifestantes faz parte de uma perigosa escalada do governo extremista [do primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu que visa levar a região para um novo ciclo de violência”, afirmou à Reuters Wasel Abu Youssef, uma autoridade palestina.
Manifestações similares à de Ofer aconteceram hoje em várias cidades da Cisjordânia e frente ao Portão de Damasco, na Jerusalém Oriental.
Agência Efe
Uma das principais lutas dos palestinos é pelo direito dos refugiados ao retorno, cujo símbolo são as chaves guardadas
Ocupação
Mais cedo, o membro do comitê central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, pediu a Israel que reconheça a Nakba da mesma forma que os palestinos reconheceram o Estado de Israel, e afirmou que essa é a única forma de alcançar uma paz justa. O governo israelense não se pronunciou sobre o assunto.
Um documento divulgado pelo Departamento de Assuntos das Negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), por ocasião da Nakba afirma que cerca de 800 mil pessoas – ou quase 67% da população palestina, em 1948 – foram expulsas das suas terras, tornando-se refugiadas a partir de 1967, quando Israel ocupou a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias.
Desde então, 800 mil cidadãos palestinos foram presos, entre eles 15 mil mulheres e dezenas de menores. Destes, 476 foram condenados a uma ou várias prisões perpétuas. Entre estes presos há 19 mulheres e 200 menores. Os dados foram entregues pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) aos países da Liga Árabe no Cairo, por ocasião da comemoração do Dia do Prisioneiro Palestino no próximo sábado (17/05).