O Ministério de Relações Exteriores da Colômbia pediu nesta terça-feira (24/06) retratação formal de jornalistas da emissora australiana Triple M após comentários ofensivos vinculando os jogadores da seleção colombiana ao uso de cocaína.
É a segunda vez que comentários que associam a seleção colombiana à cocaína causam mal-estar no país nesta Copa do Mundo. Também na semana passada, a apresentadora holandesa Nicolette van Dam renunciou ao cargo de embaixadora da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), por ter publicado uma fotomontagem em sua conta no Twitter, com os jogadores colombianos Falcao García e James Rodríguez aspirando cocaína em um campo de futebol.
Revista Samuel publica série de reportagens especiais sobre a Copa do Mundo
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“Muro colombiano”, dizia a mensagem compartilhada pela embaixadora
No programa The One Percenters, os apresentadores disseram que os atletas, “em vez de tomar café, usavam cocaína de manhã”. No comunicado oficial, a Chancelaria pediu que fosse feito um pedido de desculpas, além de sanções aos responsáveis. Na “brincadeira”, que foi ao ar quarta-feira passada (18), os apresentadores Matt Tilley e Joe Hildebrand disseram que a cocaína era consumida no lugar do café por ser o “produto nacional colombiano”. Os comentários provocaram protestos tanto na Colômbia quanto de colombianos residentes na Austrália, veiculados principalmente nas redes sociais e na imprensa local. Entretanto, a Colômbia é também grande produtora mundial de café.
No comunicado enviado ao governo australiano, a Colômbia lembra que a legislação australiana proíbe “expressamente incitar o ódio, depreciar e ridicularizar qualquer pessoa ou grupo de pessoas por causa da idade, origem étnica, nacionalidade, gênero, preferências sexuais ou religião”. Os argumentos foram retirados da Lei de Discriminação Racial da Austrália, de 1975.
A Chancelaria colombiana disse ainda que os comentários ofenderam seriamente “um país que tem liderado a luta contra as drogas e que sente orgulho do reconhecimento internacional obtido com esta luta”. A Colômbia já não é o maior produtor de cocaína no mundo, embora esteja entre os três maiores. Com um duro programa de combate ao narcotráfico, que conta com apoio financeiro e logístico dos EUA, área de plantio da folha de coca foi reduzida nos últimos anos na Colômbia.
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