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Política e Economia

"Coisificação do homem?": comunidade no Facebook pede para que jogador argentino tire camisa

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Depois da bunda do brasileiro Hulk e dos uniformes "coladinhos", agora é a vez de Pocho Lavezzi -- e seu corpo -- provocarem polêmica nas redes sociais

Marina Terra

2014-06-30T19:40:00.000Z

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“Pocho, te dou até que... o Brasil diga o que sente”. Desde que apareceu sem camisa na Copa do Mundo, o jogador de futebol argentino Pocho Lavezzi virou objeto de desejo de milhares – ou milhões? – de mulheres nas redes sociais. A frase acima, que faz referência à canção “hit” entre os “hinchas” argentinos, está em uma comunidade do Facebook dedicada ao astro da seleção argentina, “Movimento para que o Pocho Lavezzi jogue sem camiseta”. A página já conta com mais de 350 mil membros.

Reprodução/Facebook

"Pocho, te dou até que...o Cristo Redentor junte as mãos", diz uma das fotomontagens feitas com o jogador argentino na web

Em cada uma das fotos da comunidade, há uma chuva de comentários femininos. “Amasse-me inteira”, brada uma seguidora de Pocho em um retrato do futebolista com as mãos na massa – literalmente. “Não façam isso, meninas! Assim minha cesárea vai abrir!”, pede outra, em uma foto do jogador usando somente cueca.

O furor em torno de Lavezzi provocou comentários incomodados de usuários homens do Facebook, que apontam uma dupla moral das tietes. Como podem exigir a igualdade de gênero, enquanto escrevem obscenidades sobre o corpo do jogador? Não estariam coisificando Pocho, assim como acontece com a mulher na indústria cultural? Por essa polêmica a Copa do Mundo 2014 não esperava...

Em artigo para a revista Anfíbia, da Argentina, as pesquisadoras feministas Carolina Spataro e Carolina Justo von Lurzer refletem sobre esse recente debate, e a inversão de papéis. “O que acontece quando nós, mulheres, dizemos o que nos parece atraente, quando tornamos públicos nossos prazeres estéticos e eróticos? (...) onde está a coerência?”, provocam.

Em seguida elencam reclamações de homens que surgiram nas redes, principalmente na já famosa comunidade de Pocho no Facebook. “Por que quando vemos peitos e bundas na TV nos acusam de transformar o corpo feminino em objeto de consumo, mas olhar o dorso do Lavezzi é legal?”, diz um dos comentários coletados.

Estariam os homens vivendo na pele, em sua própria autoestima, a violência da coisificação de gênero – masculino?

Reprodução/Facebook
Para elas, a situação expõe justamente como é complexo o cruzamento entre a cultura de massas e as questões vinculadas a gêneros e sexualidades.

[Mene que está circulando pelas redes sociais com Pocho Lavezzi]

Seria o caso de, em vez de lutar contra peitos e bundas femininas nas páginas de revista, exigir uma igual distribuição das partes íntimas – de homens e mulheres – no espectro?

“O debate é árduo e levanta discussões acaloradas”, admitem. Para sugerirem no final que o técnico da seleção argentina ponha Pocho em campo mais uma vez. Para um tira-teima.

Hulk e Puma

Em artigo publicado dia 23 de junho no site Blogueiras Feministas, a professora e advogada Camilla de Magalhães Gomes também fala da polêmica em torno do surgimento de dezenas de perfis no Twitter, tumblrs e páginas de Facebook dedicadas a comentar a beleza dos jogadores da Copa – em especial, do brasileiro Hulk. E de seu bumbum avantajado.

Ela também fala dos já famosos uniformes da Puma, que patrocina os times de Uruguai, Suíça, Gana, Itália, Camarões, Chile, Costa do Marfim e Argélia. As camisas, que aderem ao corpo dos atletas por meio de uma tecnologia chamada “slim fit”, deixam pouco espaço para a imaginação.

“Mas que diabos essas feministas que tanto brigam contra a objetificação dos corpos das mulheres acham que estão fazendo? Que incoerência! Quanta contradição e hipocrisia!”, também provoca Camila.

Não é bem por aí, ela mesma ressalta. Não se trata de que as mulheres queiram “virar o jogo”, pois a intenção dos comentários não é a de colocar os homens em uma “posição invisibilizada e objetificada”, como acontece com as mulheres, diz.

Efe (28/06/2014)

O corpo do jogador da seleção brasileira, Hulk, é tema constante de comentários femininos nesta Copa do Mundo 

“Nesse contexto de uma sociedade machista, sabemos que isso não acontecerá e que mesmo o peso desse ‘desejo’ feminino publicizado é outro: é mais fácil que qualquer mulher que o faça seja criticada por ser ‘fácil’, ‘safada’, ‘vagabunda’ (...) do que ela venha a transformar o homem no objeto d(n)a história. É assim que o machismo joga um dos seus jogos mais famosos: a culpabilização da mulher”, afirma Camila.

No final das contas, em meio a tanta discussão, o que as 350 mil fãs do argentino querem saber de verdade é: Pocho Lavezzi vai ou não tirar a camisa? Todas estarão ansiosas para o jogo de amanhã contra a Suíça. 

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Constituinte no Chile

'Base de um Chile mais justo', diz presidente da Constituinte na entrega de texto final

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Ao cumprir um ano de debate, Convenção Constitucional encerra trabalhos com entrega de nova Carta Magna a voto popular

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-04T21:39:54.000Z

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Aconteceu a última sessão da Constituinte chilena nesta segunda-feira (04/07) com a entrega de uma nova proposta de Constituição para o país. 

"Esta proposta que entregamos hoje tem o propósito de ser a base de um país mais justo com o qual todos e todas sonhamos", declarou a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros. 

Após um ano de debates, os 155 constituintes divulgaram o novo texto constitucional com 178 páginas, 388 artigos e 57 normas transitórias.

O presidente Gabriel Boric participou do ato final da Constituinte e assinou o decreto que convoca o plebiscito constitucional do dia 4 de setembro, quando os chilenos deverão aprovar ou rechaçar a nova Carta Magna.

"Hoje é um dia que ficará marcado na história da nossa Pátria. O texto que hoje é entregue ao povo marca o tamanho da nossa República. É meu dever como mandatário convocar um plebiscito constitucional, e por isso estou aqui. Será novamente o povo que terá a palavra final sobre o seu destino", disse.

No último mês, os constituintes realizaram sessões abertas em distintas regiões do país para apresentar as versões finais do novo texto constitucional. A partir do dia 4 de agosto inicia-se a campanha televisiva prévia ao plebiscito, que ocorre em 4 de setembro. 

Embora todo o processo tenha contado com ampla participação popular, as últimas pesquisas de opinião apontam que a nova proposta de constituição poderia ser rejeitada. Segundo a pesquisa de junho da empresa Cadem, 45% disse que votaria "não", enquanto 42% dos entrevistados votaria "sim" para a nova Carta Magna. No entanto, 50% disse que acredita que vencerá o "aprovo" no plebiscito de setembro. Cerca de 13% dos entrevistados disse que não sabia opinar.

Reprodução/ @gabrielboric
Presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros, e seu vice, Gaspar Domínguez, ao lado de Gabriel Boric

"Além das legítimas divergências que possam existir sobre o conteúdo do novo texto que será debatido nos próximos meses, há algo que devemos estar orgulhosos: no momento de crise institucional e social mais profunda que atravessou o nosso país em décadas, chilenos e chilenas, optamos por mais democracia", declarou o chefe do Executivo. 

Em 2019, Boric foi um dos representantes da esquerda que assinou um acordo com o então governo de Sebastián Piñera para por fim às manifestações iniciadas em outubro daquele ano e, com isso, dar início ao processo constituinte chileno.

Em outubro de 2020 foi realizado o plebiscito que decidiu pela escrita de uma nova constituição a partir de uma Convenção Constitucional que seria eleita com representação dos povos indígenas e paridade de gênero.

"Que momento histórico e emocionante estamos vivendo. Meu agradecimento à Convenção que cumpriu com seu mandato e a partir de hoje podemos ler o texto final da Nova Constituição. Agora o povo tem a palavra e decidirá o futuro do país", declarou a porta-voz do Executivo e representante do Partido Comunista, Camila Vallejo.

A composição da Constituinte também foi majoritariamente de deputados independentes ou do campo progressista. Todo o conteúdo presente na versão entregue hoje ao voto público teve de ser aprovado por 2/3 do pleno da Convenção para ser incluído na redação final.

Com minoria numérica, a direita iniciou uma campanha midiática de desprestígio do organismo, afirmando que os deputados não estariam aptos a redigir o novo texto constitucional. Diante dos ataques, o presidente Boric convocou os cidadãos a conhecer a fundo a nova proposta, discutir de maneira respeitosa as diferenças e votar pela coesão do país, afirmando não tratar-se de uma avaliação do atual governo, mas uma proposta para as próximas décadas. 

"Não devemos pensar somente nas vantagens que cada um pode ter, mas na concordância, na paz entre chilenos e chilenas e pela dignidade que merecem todos os habitantes da nossa pátria", concluiu o chefe de Estado.

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