Com pouco menos da metade dos votos, o deputado madrilenho Pedro Sánchez foi eleito no último domingo (14/07) o novo líder do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), principal partido de oposição da Espanha. O político conseguiu 62.411 votos (48,7% do total) de militantes nas primeiras eleições primárias organizadas pelo partido, derrotando os dois outros concorrentes: Eduardo Madina (36,14%) e José Antonio Pérez Tapias (15,13%).
Após confirmar a vitória, Sánchez fez um discurso na sede do PSOE em Madri, capital da Espanha, prometendo levar o partido novamente ao governo espanhol, posto que não ocupa desde a saída de José Luis Rodríguez Zapatero da presidência, em 2011. O deputado ainda defendeu a necessidade de reformar a Constituição espanhola para converter o país em uma federação.
Agência EFE
Pedro Sanchéz (centro) cumprimenta os outros candidatos do PSOE à secretaria-geral do partido durante debate no dia 7 de julho.
Sánchez ganhou a votação em 11 comunidades autônomas espanholas, conseguindo sua maior vitória na Andaluzia, com mais de 60% do total de votos. A região é um reduto histórico do partido e é atualmente presidida por Susana Díaz, política com maior poder dentro do PSOE e possível candidata à presidência pelo partido nas eleições gerais em 2015.
Nova geração, novos desafios
A mudança na liderança do PSOE responde ao fracasso eleitoral do partido nos últimos anos. Há dois anos e meio os socialistas não ganham uma eleição no país e ainda viram parte de seus votantes migrar para grupos localizados mais à esquerda no espectro político.
O sucesso do recém-criado Podemos nas últimas eleições europeias, com mais de 1,2 milhão de votos, foi um grande sinal de alerta para a cúpula do PSOE e motivou a demissão do então secretário-geral da organização, Alfredo Pérez Rubalca. Na visão do partido, o PSOE deveria promover uma nova geração de dirigentes, que tenha maior ligação com os mais jovens e possa propor novas saídas aos problemas surgidos pela crise financeira.
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Dentro deste perfil de jovem comprometido, Sánchez despontou como candidato a liderar a oposição espanhola semanas antes do prazo final para apresentar sua candidatura nas primárias do PSOE. Praticamente desconhecido para grande parte dos espanhóis, o deputado contou com o apoio de Susana Díaz para alcançar a vitória ontem.
Primeira vitória
Formado pela Universidade Complutense de Madri e doutor em Economia, Sánchez nunca teve sorte em eleições. Em seus dois mandados, o político ficou a poucos votos de ser eleito e acabou entrando para o Congresso por causa da desistência de outros deputados socialistas. As primárias de domingo marcaram a sua primeira vitória em eleições abertas.
Sánchez terá duas semanas para escolher a nova cúpula do partido, que será aprovada no final de julho no congresso anual do PSOE. Durante sua campanha, ele prometeu que incorporaria os dois outros candidatos das primárias na executiva do partido, mas ainda não divulgou em quais cargos pretende colocar Madina e Tapias.
Além de liderar o partido no Congresso de Deputados, Sánchez também terá que organizar novas primárias em novembro para que os militantes do PSOE possam escolher os candidatos do partido para as eleições municipais e gerais de 2015.