Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

França cria selo de qualidade contra comida congelada em restaurantes

Encaminhar Enviar por e-mail

Medida pretende regularizar pratos pré-prontos em restaurantes, mas é considerada insuficiente por profissionais do ramo

Amanda Lourenço

2014-08-03T12:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

A gastronomia francesa, considerada patrimônio cultural da humanidade pela Unesco desde 2010, tem um novo inimigo: os pratos prontos. Para economizar tempo e dinheiro, restaurantes estão saltando algumas etapas do processo de cozinha e utilizando alimentos pré-prontos ao invés de preparar tudo à moda antiga. A solução encontrada pelo governo francês foi criar um selo de qualidade “fait maison” (feito em casa), garantindo ao consumidor uma comida caseira de verdade. A medida, entretanto, vem sendo criticada por especialistas do setor.

Divulgação

Logo da campanha "feito em casa", que acompanha o seguinte texto:

"Eis o logo "feito em casa", que será utilizado nos restaurantes, nas rotisserias e nos mercados a partir de 15 de julho de 2014. Ele indica os pratos "feitos em casa", que quer dizer que são elaborados no local a partir de produtos frescos"


Já faz tempo que alguns chefs denunciam o uso de congelados como uma concorrência desleal e um desrespeito com os consumidores. Calcula-se que cerca de 80% dos restaurantes franceses seriam adeptos da prática. Por isso, a criação de uma lei regularizadora era bastante esperada. Mas a festa durou pouco, pois, olhando mais de perto, o que era para esclarecer os clientes pode confundi-los ainda mais.

Leia também: Supermercados franceses atraem clientela com promoção para frutas e vegetais feios

O decreto oficial, válido desde 15 de julho, estabelece que, para o alimento ser considerado “comida caseira”, os restaurantes são autorizados a utilizar produtos previamente descascados, cortados, amassados, lavados, desossados, moídos, salgados, defumados, refrigerados, congelados. Ou seja, contanto que a transformação aconteça dentro do estabelecimento, não importa o estado de chegada dos produtos brutos. A única exceção são as batatas, que devem ser descascadas e preparadas no próprio restaurante.

“O selo é uma grande enganação, ficou ainda pior do que antes!”, defende Xavier Denamur, proprietário de seis cafés e restaurantes em Paris, em entrevista a Opera Mundi. Denamur luta pela regularização da comida caseira há cerca de oito anos e diz que a batalha ainda não acabou: “Clientes e turistas querem produtos frescos, não congelados. As pessoas precisam saber o que comem nos restaurantes franceses, caso contrário será uma catástrofe para a imagem do nosso país”, afirma.

Fake maison

De maneira prática, seria possível preparar um peixe congelado originário da Ásia, junto com alguns legumes previamente limpos e cortados tirados de um saco plástico

Como reconhecer um “fait maison”:

Poucas opções no cardápio. Quanto menos variedade de pratos, mais chances de uma comida preparada à moda antiga. Afinal de contas, os cozinheiros não podem estar disponíveis para cozinhar vinte refeições diferentes sem ajuda do freezer.

Pratos trabalhados. Opções simples demais, sem misturas originais ou acompanhamentos, provavelmente chegam de fora e são apenas requentadas na hora de servir.

Coerência do menu. Pizzas, enchiladas e frutos do mar lado a lado? Corra.

Preços justos. Se um restaurante é bem mais barato que o vizinho, desconfie.

Notas fiscais. Caso o francês não esteja enferrujado, experimente pedir os recibos dos produtos frescos que chegam ao restaurante. Um estabelecimento sério ficaria feliz em mostrá-los.

e receber o selo “fait maison”. Os queijos, pães, massas folhadas e embutidos também seriam dispensados do processo caseiro. Podem-se utilizar igualmente molhos prontos, contanto que se informe ao consumidor por escrito no menu.

Algumas associações do ramo acham a medida positiva, como a Synhorcat, um sindicato que representa 26 mil restaurantes: “É um justo equilíbrio entre a valorização do nosso trabalho e o desejo de transparência dos clientes”. Outros afirmam que é um primeiro passo positivo, mas ainda não é o ideal. Mas os profissionais que insistem em utilizar produtos frescos e realizar o trabalho de A a Z estão insatisfeitos de serem colocados no mesmo patamar daqueles que optam pela praticidade. Denamur convida seus colegas a fazer um boicote: “Quem faz comida de verdade não vai participar. Isso não é fait maison, é fake maison”.

A logomarca, uma combinação de casa e panela, já está liberada para uso. A avaliação é feita prato por prato, não pela totalidade do restaurante, e a imagem deve aparecer ao lado de cada item. Nos próximos dias, os restaurantes receberão um kit explicativo de uso do selo e terão até dia 15 de janeiro de 2015 para se adaptarem, data em que as fiscalizações devem começar. Xavier Denamur, no entanto, está decidido: “Não vou usar, até porque eles não podem me obrigar. O controle é feito para quem usa e não tem direito, não o inverso. Essa etiqueta está fadada ao fracasso”, profecia.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Diplomacia

Após afastamento, Israel e Turquia normalizam relações diplomáticas

Encaminhar Enviar por e-mail

Chanceler turco garante que país não irá 'desistir da causa palestina'

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-17T17:12:12.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Israel e Turquia anunciaram nesta quarta-feira (17/08) a normalização de suas relações diplomáticas, após anos de afastamento por causa das recorrentes ofensivas israelenses na Faixa de Gaza.

"Decidimos elevar mais uma vez o nível das relações entre os dois países para laços diplomáticos plenos", diz um comunicado do primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, divulgado após um telefonema com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Após o anúncio, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, garantiu no entanto que o país "não vai desistir da causa palestina".

Wikimedia Commons
Presidente de Israel Isaac Herzog em visita à Turquia

O acordo prevê o retorno de embaixadores e cônsules e, segundo Lapid, é um "componente importante para a estabilidade regional".

As relações diplomáticas chegaram a ser congeladas em 2010, após a morte de 10 ativistas em um ataque de Israel contra um navio turco que tentava furar um bloqueio imposto a Gaza.

Os dois países se reconciliaram em 2016, mas voltaram a se afastar em 2018 e 2019, quando mais de 200 palestinos foram mortos pelas forças israelenses durante protestos na fronteira da Faixa de Gaza.

(*) Com Ansa. 

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados