Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Neto da presidente das Avós da Praça de Maio adota nome da família e vai se chamar Guido

Encaminhar Enviar por e-mail

Ministério Público pediu que processo sobre apropriação de Ignácio Hurban seja incorporado ao da mãe Laura, para esclarecer relações em torno da adoção ilegal

Redação

2014-08-15T17:42:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Depois de ter encontrado a verdadeira família, após mais de 36 anos sendo procurado pela avó materna, Ignacio Hurban decidiu que o processo de aceitação de sua nova realidade incluirá a adoção do nome escolhido pela mãe ainda grávida e pelo qual foi chamado durante todo esse tempo pelos familiares. Assim, o neto da presidente da Associação das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, passará a se chamar Ignacio Guido.

Leia também: Não queria morrer antes de abraçá-lo, diz Estela de Carlotto ao encontrar neto na Argentina

Telám

Da presidente Cristina Kirchner ao papa, notícia comoveu argentinos

Apesar de ter tomado conhecimento de que o verdadeiro nome do neto era Ignacio, Estela se recusou a chamá-lo assim e explicou o motivo da relutância assim que o conheceu: “Vou te chamar de Guido porque sua mãe, do cativeiro, trouxe a mensagem dizendo que estava te esperando e que se fosse homem, que para te chamarmos de Guido”.

“Olho Guido e penso que esteve na barriguinha de Laura [sua filha morta durante a ditadura militar]. Me encontrei com uma pessoa maravilhosa. Encontrei Guido e então Laura não está morta”, disse Estela durante entrevista à radio Metro nesta quinta-feira (15/08).

Leia também: Meu medo era não saber quem foram meus pais, diz 'Guido' após encontro com avó na Argentina

Estela já declarou diversas vezes que o encontro de Guido não a fará arrefecer a busca pelos demais 400 netos que seguem desaparecidos. “Temos que seguir buscando os que faltam porque outras avós têm que sentir o que eu estou sentindo”, declarou anteriormente.

Investigação

O encontro que comoveu a Argentina, além de ter impulsionado a curiosidade de jovens que pensam que também podem ser filhos de desaparecidos, deu um fôlego novo ao debate em torno dos milhares de desaparecidos políticos durante a ditadura militar no país (1976-1983).

Hoje, o Ministério Público pediu que o processo a respeito da apropriação de Guido seja transferido para a cidade de La Plata, em Buenos Aires. De acordo com o órgão, o caso deve ser acrescentado à investigação em torno do sequestro e homicídio de Laura Carlotto no centro de detenção clandestino “La Cacha”, localizado neste município.

“Nem o lugar de nascimento da criança, nem o distrito onde foi inscrito falsamente são dos dados centrais a ter em conta”. Os promotores de Justiça Hernán Schapiro e Marcelo Molina esclareceram que o que realmente tem relevância é o “fato de que a apropriação de Guido Montoya Carlotto teve como antecedente imediato, necessário e imprescindível o sequestro e privação ilegal da liberdade de sua mãe”.

Os promotores ressaltaram que o fato da criança ter sido entregue a um casal que não podia ter filhos no município de Olavarría é um laço a mais na cadeia de fatos criminosos do sequestro e assassinato de Laura Carlotto. Além disso, a investigação conjunta permitirá esclarecer questões como os elos de cumplicidade que permitiram a apropriação do bebê e a trama de pessoas envolvidas no esquema ilegal.

Assim, o caso sairia da tutela da juíza María Servini de Cubría. De acordo com a imprensa argentina, Estela não gostou do comportamento da magistrada que revelou a identidade do neto, que a presidente das avós queria preservar.

Entenda o caso

No dia 5 de agosto, a Associação das Avós da Praça de Maio anunciou que aresidente havia encontrado o neto desaparecido há 36 anos. Daniel Mariani, militava na organização Montoneros, assim como Laura. Mariani morreu durante o tiroteio no qual a mãe, Laura, foi capturada para ser posteriormente transferida para o centro clandestino de detenção La Cancha. Guido foi separado da mãe assim que nasceu no Hospital Militar Central de Buenos Aires. Testemunhas disseram que ela só pôde vê-lo por cinco dias. Dois meses depois, foi assassinada e teve os restos entregues à família.

Pianista, arranjador e compositor, Guido é autor de três discos e já trabalhou com importantes nomes da música argentina e internacional. Ele passou a ter dúvidas sobre a identidade e por isso se apresentou voluntariamente à sede das avós para fazer um exame de DNA, que confirmou que ele é o filho de Laura.

A recuperação de Guido coroa o intenso trabalho que Estela realizou desde novembro de 1977, quando a filha Laura, de 23 anos e grávida de dois meses, foi detida e levada para o campo de concentração na cidade de La Plata.

Formada em magistério, profissão que exerceu durante 17 anos, Estela de Carlotto se incorporou em 1978 ao então recém-fundado grupo de Avós da Praça de Maio, e dois anos depois foi nomeada vice-presidente.

Em 1987, sobre a base de um projeto da organização, foi aprovada uma lei que criou um Banco Nacional de Dados Genéticos. Nele ficou registrado o mapa genético de cada uma das avós de Praça de Maio.

Em dezembro de 1998, o parlamento argentino aprovou a lei de Criação do Fundo de Reparação Histórica para a localização e restituição de crianças roubadas, que outorgava às Avós de Praça de Maio um subsídio que equivalia na época a US$ 25 mil mensais durante dois anos. Em 2004, o fundo foi restabelecido com um subsídio mensal de 15 mil pesos (US$ 3,9 mil).

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Direitos Humanos

Maioria dos católicos alemães rejeita condenação do aborto

Encaminhar Enviar por e-mail

Declarações do papa e da Igreja contra a interrupção da gravidez são rechaçadas por 58% dos católicos, indica pesquisa

Darko Janjevic

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-09T21:59:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Uma pesquisa de opinião realizada na Alemanha revelou uma grande distância entre a os fiéis católicos e a os líderes da Igreja Católica, em relação ao aborto.

O levantamento, realizado pela INSA Consulere a pedido do jornal Die Tagespost, perguntou aos entrevistados: "É bom que o papa e a Igreja se manifestem contra o aborto?"

Somente 17% dos respondentes católicos responderam que sim. Outros 58% disseram que não. Entre os protestantes, apenas 13% eram favoráveis às declarações contra o aborto. Mais de dois terços discordaram dos posicionamentos do papa Francisco ou da Igreja Católica sobre o aborto.

Para a pesquisa foram entrevistados 2.099 cidadãos no fim de julho e início de agosto.

Igreja progride, mas só até certo ponto

O papa Francisco reorientou a Igreja Católica para um caminho mais liberal desde que assumiu o cargo de pontífice, em 2013. Ele tomou posições contundentes sobre padres envolvidos no abuso sexual de crianças, condenou governos de países do Ocidente por deportarem imigrantes, pediu mais ajuda para os pobres e mais esforços para preservar o meio ambiente. Publicamente, ele também agiu para reduzir o preconceito contra pessoas LGBTQ, afirmando que Deus "não renega nenhum de seus filhos" e endossando as uniões civis entre homossexuais.

Papa Francisco conduziu iniciativas para modernizar a Igreja Católica, mas mantém sua firme condenação ao aborto
Eric Gay/dpa/AP/picture alliance

No entanto, o papa Francisco também decepcionou alguns de seus apoiadores mais liberais ao rejeitar a benção católica para os casamentos gays. Ele também recusou-se a abandonar a posição tradicional da Igreja sobre o celibato de sacerdotes, assim como sobre o aborto, que o Vaticano vê como um ato de assassinato.

Francisco sobre o aborto: "É correto contratar um assassino?"

Em entrevista à agência de notícias Reuters em julho, Francisco reafirmou a sua opinião de que fazer um aborto seria semelhante a contratar um assassino.

"A questão moral é se é correto matar uma vida humana para resolver um problema. De fato, é correto contratar um assassino para resolver um problema?" questionou.

A questão do aborto não é a única em que o Vaticano enfrenta perda de apoio na Alemanha. Há menos de três semanas, a Igreja Católica pronunciou-se contrária ao movimento católico progressista alemão Caminho Sinodal, advertindo-o que não tem autoridade para instruir bispos sobre questões de moralidade e doutrina.

O movimento vem fazendo pressão para que os padres sejam autorizados a casar, mulheres possam tornar-se diáconos e que a Igreja dê sua benção a casais do mesmo sexo.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados