O Brasil não assinou na terça-feira (23/09) um tratado de combate ao desmatamento apresentado durante a Cúpula do Clima, em Nova York, que reuniu mais de 120 chefes de Estado. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o país não foi consultado sobre a declaração.
Chamado de “Declaração de Nova York”, o documento tem o intuito de reduzir pela metade o corte de florestas até 2020 e zerá-lo na década seguinte. Entre outras metas, está também a redução das emissões de gás carbônico de 400 milhões a 450 milhões de toneladas por ano, nos próximos seis anos, ou 2 bilhões de toneladas no total, também até 2020.
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Na Cúpula do Clima, a presidente Dilma Rousseff citou que desmatamento no Brasil foi reduzido em 79% em 10 anos
“Infelizmente, não fomos consultados. Acredito que seja impossível pensar uma iniciativa em prol das florestas a nível mundial sem incluir o Brasil. Não faz sentido”, disse Izabella à agência Associated Press.
De acordo com a ministra, não está claro no texto o que poderia (ou não ser desmatado), o que pode levar a resolução de encontro ao Código Florestal brasileiro. “Desmatamento legal é diferente de desmatamento ilegal. Nossa política nacional é interromper o ilegal”, afirmou.
O governo argumenta também que o acordo não é um documento oficial da ONU e que, portanto, só deve ser seguido pelos 32 signatários.
Efe
Protestos tomaram as ruas de Nova York durante último fim de semana para pedir melhorias em políticas ambientais
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Na Cúpula do Clima, a presidente Dilma Rousseff citou ontem medidas tomadas pelo governo brasileiro nos últimos anos para redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente as relacionadas à queda do desmatamento na Amazônia.
“Ao longo dos últimos dez anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%. Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera, a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas [de gases de efeito estufa]”, apontou. “As reduções voluntárias do Brasil contribuem de forma significativa para a diminuição das emissões globais no horizonte de 2020. O Brasil, portanto, não anuncia promessas, mostras resultados”, acrescentou, de acordo com a Agência Brasil.
Os 32 governos que assinaram a “Declaração de Nova York” também se comprometeram a recuperar mais de 350 milhões de hectares de terras degradadas, superfície similar em tamanho à Índia, como parte da luta contra o aquecimento global.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu o protagonismo do país que governa na degradação ambiental. “Reconhecemos o nosso papel na hora de criar este problema [as mudanças climáticas] e aceitamos nossa responsabilidade para combatê-lo. Mas só podemos ter sucesso se todos os países se envolverem neste esforço. Não pode haver exceções”.
Efe