Um dia após a decapitação do turista francês Hervé Gourdel pela milícia argelina Jund al Khilafa, ligada ao Estado Islâmico, a França voltou a bombardear o grupo em atuação no Iraque nesta quinta-feira (25/09) e ainda anunciou reforço de segurança contra ameaças terroristas.
Nesta manhã, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, declarou que recebeu informações do serviço de inteligência que apontavam para a possibilidade de atentados contra os metrôs de Paris e de Nova York. O dado foi questionado pela Casa Branca, que não confirmou a existência de ameaças concretas.
Efe
Chefe de Estado François Hollande está em conferência em Nova York, na sede da ONU: situação delicada em Paris
Já o Palácio do Eliseu optou por divulgar um comunicado do conselho de Defesa nesta tarde em que alerta para o reforço de medidas de prevenção contra riscos terroristas no território nacional em lugares públicos e nos meios de transportes.
Uma das principais empresas públicas francesas de transporte ferroviário, a SNCF (Société Nationale des Chemins de fer Français) anunciou nesta quinta no site oficial que aplicou as diretrizes transmitidas pelo ministério de Transportes. Chamada de “plano de segurança operacional”, a medida inclui presença de 3.200 agentes de segurança. Cada estação terá um oficial para garantir as medidas no perímetro e para controlar ações aconselhadas pelo órgão.
Conseil de défense : Les mesures de prévention contre les risques terroristes renforcées http://t.co/1G3cT2utAo pic.twitter.com/GKaHjnlwbD
— Élysée (@Elysee) 25 setembro 2014
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“Nessas circunstâncias trágicas, a unidade nacional é um imperativo. Há indivíduos e grupos que buscam nos dividir, mas devemos nos opor com a força de nossa coesão e a reafirmação dos nossos valores”, afirma a nota do conselho de Defesa reunido pelo presidente François Hollande. Para o governo, “nenhuma zona pode ser mais considerada como totalmente segura a partir de agora”.
O comunicado explica ainda que a França prosseguirá com a ação em apoio às autoridades iraquianas para permitir a estabilidade e segurança no país. Apesar de não citar intenção de ampliar bombardeios para a Síria tal como fizeram os Estados Unidos, a nota ressalta que continuará a intensificação de apoio às forças de oposição sírias que combatem hoje o grupo jihadista.
“Ocorreram ataques nesta manhã no Iraque”, confirmou o porta-voz do governo francês, Stéphane Le Foll, à AFP. Para o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, a França prosseguirá o engajamento na missão até que a “integridade” do país seja “retomada”, segundo Le Monde. Trata-se do segundo bombardeio francês desde 18 de setembro, quando o país ingressou na coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico.
Efe
Imagens divulgadas no YouTube mostram decapitação de Gourdel que aconteceu na quarta
No início desta semana, o Ministério das Relações Exteriores decidiu expandir de 31 para 40 a lista de países em “maior vigilância”, sem especificar quais serão os novos Estados em observação. De acordo com uma fonte diplomática ao Le Monde, a lista contaria com Indonésia, Malásia, Filipinas, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão, Comores, Burundi, Tanzânia, Somália e Uganda.
Luto e homenagem
Após a morte do refém francês Hervé Gourdel, bandeiras serão hasteadas a meio mastro para os próximos três dias de luto. Segundo Le Figaro, homenagens estão sendo planejadas nas cidades de Nice e Saint-Martin-Vésubie, onde viveu e trabalhou o guia de montanha de 55 anos, localizadas no sudeste da França.
Por sua vez, muçulmanos franceses estão organizando um encontro em frente a uma mesquita em Paris para denunciar o horror do assassinato. A França é o país com a maior comunidade islâmica do continente europeu, com cerca de cinco milhões de pessoas.