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Política e Economia

Contratos militares entre Brasil e Israel chegam a quase R$ 1 bilhão, revelam documentos

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Deputado Ivan Valente (PSOL) solicitou dados sobre acordo bilateral ao Ministério da Defesa, que mostra consórcio com Elbit, empresa acusada de atividades ilegais em área palestina

Patrícia Dichtchekenian

2014-11-04T17:09:00.000Z

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Documentos disponibilizados pelo Ministério da Defesa após requerimento de informações do deputado federal Ivan Valente (PSOL), sobre as atuais relações do Brasil com Israel e suas empresas militares, revelam que os contratos bilaterais chegam a quase R$ 1 bilhão. Opera Mundi teve acesso a esses documentos, que confirmam o fluxo comercial com empresas israelenses, embora as autoridades brasileiras neguem que exista uma cooperação militar de fato em vigor com Israel. O material foi solicitado à época da operação “Margem Protetora”, ofensiva contra o grupo islâmico Hamas na Faixa de Gaza que resultou na morte de mais de 2 mil palestinos e 70 israelenses, durante cerca de 50 dias de conflito.

Leia mais - Alívio e culpa: depoimento de um curdo que deixou Kobani para fugir do Estado Islâmico

“Nós estamos atrás dessa documentação há muito tempo e sabíamos que o Brasil tinha relações com indústrias israelenses. Há contratos que não estão muito esclarecidos, o que exigirá novos requerimentos”, explica Valente em entrevista por telefone a Opera Mundi. “Estamos comercializando com a máquina de guerra de Israel. É importante termos acesso a essas informações oficiais. A própria divulgação desses documentos vai gerar uma cobrança mais direta dos rompimentos de contratos militares. É um instrumento de pressão para que a diplomacia brasileira trabalhe com mais altivez”, acrescenta.

Reprodução/ PSOL
Segundo o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, José Carlos de Nardi, a proposta de um acordo de cooperação militar entre Brasil e Israel foi apresentada ao Ministério da Defesa do Brasil, em agosto de 2007, por iniciativa do Ministério da Defesa de Israel. Em meio a negociações, aguarda-se uma contraproposta israelense, de modo que tal cooperação não está em vigor.

No entanto, o Ministério da Defesa divulga diversos contratos com empresas israelenses. De acordo com a assessoria do gabinete do comandante da Marinha brasileira, não há acordo de cooperação militar com Israel, mas existem contratos com quatro empresas: Israel Military Industries (IMI), que proporciona modernização de 30 viaturas, no valor superior a US$ 15 milhões; Hagor Industries Ltda., que fornece materiais como placas e coletes balísticos, no valor superior a US$ 1 milhão; Achidatex Nazareth Elite Ltda., que provém coletes balísticos, no valor superior a US$ 242 mil; e Israel Aerospace Industries (IAI), que realiza reparo e revisão dos motores de aeronaves no valor de US$ 1,8 milhão.

Já segundo o general do Exército Enzo Martins Peri, existem outros 13 contratos que foram firmados entre 2012 e 2014 para o fornecimento de materiais bélicos como metralhadoras, morteiros e canhões, entre outros utensílios para armamentos. Entre as empresas, destaca-se um contrato no valor de US$ 13,5 milhões com a isralense Elbit Systems Ltda.

Principal corporação bélica israelense, a Elbit foi denunciada por sua colaboração na construção do muro que segrega os territórios palestinos, além de ser responsável por fornecer equipamentos de segurança para colônias judaicas consideradas ilegais pelas ONU (Organização das Nações Unidas). Estima-se que a empresa fature US$ 2 milhões ao dia com os contratos que detêm nessas atividades.

Mikhail Frunze/Opera Mundi

Em Israel, despesas com as forças armadas representam cerca de 30% do orçamento nacional

A gravidade das denúncias contra essa companhia já provocou reação de países europeus, incomodados com o desrespeito às resoluções internacionais. O governo norueguês, por exemplo, obrigou seus fundos públicos a venderem todas as ações da Elbit que tinham em carteira. Processos semelhantes estão em curso na Alemanha e na Holanda. 

Os documentos divulgados pelo Ministério da Defesa ainda atestam um contrato de R$ 839 milhões proveniente de um consórcio formado por duas empresas brasileiras (Savis e Bradar), pertencentes à Embraer Defesa e Segurança, e pela Elbit Systems.

Análise: Guerra amplia clima de ódio e deixa democracia israelense em escombros

No ano passado, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, já havia informado que a Elbit era sócia da Embraer em uma empresa de capital misto, que está renovando tecnologia dos aviões Bandeirantes, utilizados pela Força Aérea Brasileira. “Nosso estado tem o dever de estabelecer relações com quaisquer empresas em função de seu projeto regional de desenvolvimento”, justificou a Opera Mundi após assinar compromisso com a empresa.

Em Israel, as despesas com Forças Armadas representam cerca de 30% do orçamento nacional, o que acaba sobrecarregando as importações e provocando saldos negativos na balança comercial. Mesmo com os EUA arcando, a fundo perdido, com 20% dos gastos em segurança (aproximadamente US$ 3,5 bilhões anuais), Israel só sai do vermelho atraindo novos capitais.

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Guerra Israel x Palestina

Com dois meses de ataques israelenses, mais de 18 mil palestinos morrem em Gaza

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Autoridades palestinas alertam para estado do sistema de saúde e delegação da ONU visita região para avaliar necessidades humanitárias: 'pior do que as palavras podem expressar', diz representante do Equador

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2023-12-11T21:17:00.000Z

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A intensa operação militar israelense na Faixa de Gaza já deixou ao menos 18.205 palestinos mortos e mais de 49.200 feridos, sendo a maioria das vítimas composta de crianças e mulheres inocentes. Estas são as informações dadas pelo Ministério da Saúde palestina nesta segunda-feira (11/12) que, desde 7 de outubro, diariamente monitora o cenário e os reflexos dos incessantes ataques do exército de Israel.

As autoridades locais chegaram a emitir um alerta sobre o terrível estado do sistema de saúde de Gaza, ao informarem que mais de 300 funcionários de equipes médicas foram mortos pelos bombardeios recentemente. Além disso, disseram que os hospitais estão com 276% dos leitos de cuidados intensivos ocupados.

O Médico Sem Fronteiras denunciou, inclusive, a impossibilidade em atender tanta demanda com a limitação de recursos básicos acessíveis nos hospitais: “totalmente colapsado”, afirmou a coordenadora da entidade, Marie-Aure Perreaut.

O balanço foi divulgado no mesmo dia em que as forças de segurança lideradas pelas autoridades de Tel Aviv admitiram ter prendido 18 pessoas na Cisjordânia, na noite anterior, alegando que cinco estariam supostamente afiliadas ao Hamas. As prisões ocorreram no campo de refugiados de Balata, nas cidades de Dura e Tarqumya.

Twitter/State of Palestine - MFA
Em pouco mais de dois meses, Gaza já contabiliza mais de 18 mil mortes pelos ataques israelenses

Com o pedido internacional de cessar-fogo rejeitado na última sexta-feira (08/12) e sem expectativa alguma de que Israel tome alguma iniciativa para descontinuar os ataques, os representantes dos países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) - sem os Estados Unidos - visitaram a fronteira entre Egito e Gaza com o objetivo de verificar “em primeira mão o que é necessário em termos de operações humanitárias".

“A realidade é ainda pior do que o que as palavras podem expressar”, disse o representante do Equador na ONU, José De La Gasca.

Mesmo alvo de condenações por líderes da comunidade internacional, no último domingo (10/12), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu mais uma vez reforçou que não há intenção de parar. "É o começo do fim do Hamas. Digo aos terroristas do Hamas: acabou".

Já o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, justificou as operações dizendo que os militares trabalham “de acordo com o direito internacional”, usando, mais uma vez, a tese do “direito de autodefesa” defendida pelos Estados Unidos, o único país que votou pelo veto do pedido de cessar-fogo no último encontro emergencial do Conselho de Segurança da ONU.

(*) Com Ansa

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