Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Esquema de corrupção na concessão de vistos abala programa português contra crise econômica

Encaminhar Enviar por e-mail

Cerca de 80% dos beneficiados pela medida que está sendo investigada pela Justiça são chineses; russos e brasileiros aparecem na sequência

Marana Borges

2014-11-25T09:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Na semana que precedeu a prisão do ex-primeiro-ministro José Sócrates, Portugal já via o noticiário nacional focado no tema da corrupção. A investigação sobre a atribuição fraudulenta de vistos a grandes investidores estrangeiros, como parte do programa Golden Visa, um dos principais do governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho contra a crise econômica, gerou a demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e a prisão preventiva de empresários e altos dirigentes do Estado. A investigação, encabeçada pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária, corre em segredo de Justiça.

A cobrança ilegal de comissões para a obtenção dos vistos é uma das suspeitas a serem esclarecidas. Onze pessoas prestaram depoimento no Tribunal Central de Instrução Criminal – três são empresários chineses. Contra eles pesam suspeitas sobre crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência. A Procuradoria Geral da República confirmou a Opera Mundi a execução de 60 buscas e apreensões em vários pontos do país.

Leia mais: Lei que define Israel como 'Estado judaico' causa racha em coalizão de Netanyahu

Em vigor há dois anos, o programa Golden Visa concedeu permissão de residência em Portugal, incluindo autorização de trabalho, usufruto de toda rede de serviços públicos e livre trânsito no espaço Schengen a 1.775 estrangeiros – sendo 80% deles de chineses, seguidos por russos e brasileiros. Ao final de seis anos, o estrangeiro pode solicitar a cidadania portuguesa pelos trâmites normais da legislação.

Wikicommons

Passos Coelho vê um dos seus principais programas contra a crise econômica questionado por denúncias de corrupção


Há três formas de pleitear o visto: comprar imóveis no valor mínimo de 500 mil euros, realizar transferências de capital de um milhão de euros ou criar uma empresa com dez empregos permanentes. Ao todo, o sistema já conseguiu captar um bilhão de euros em investimentos, a maioria no setor imobiliário, abalado pela crise financeira. Enquanto 1.681 vistos foram concedidos por meio de compras de imóveis, apenas três se relacionam à criação de postos de trabalho.

Desde que o projeto foi criado, dezenas de empresas se voltaram para a captação de potenciais clientes. Com atendimento também em inglês, chinês e russo, elas oferecem serviços como auxílio à documentação e venda de imóveis. A maioria sublinha como principal chamariz o acesso à União Europeia, uma vez que o visto não obriga a viver em Portugal mais do que sete dias por ano. No site de uma das empresas, lê-se: “How to freely travel around Europe?” (Como viajar livremente pela Europa?).

Programas especiais de residência a investidores não são novidade na União Europeia. Inglaterra, Irlanda e França, para citar alguns, apostam neles para atrair capital externo. No entanto, com a crise financeira e do euro, um número cada vez maior de países menos ricos adere à ideia, impondo regras mais flexíveis. Portugal, Espanha, Chipre, Grécia, Bulgária, Malta e Hungria criaram medidas do gênero. A Bulgária, por exemplo, concede plena cidadania europeia a estrangeiros que comprem um milhão de euros em obrigações do Estado. Não há requisitos de língua nem necessidade de residir no país. 

Argumentos contrários a tais planos enfatizam questões de segurança e transparência fiscal, entre outras. A portuguesa Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, de oposição, declarou que os vistos golden não serviram para gerar empregos em Portugal, mas favorecer “alguns milionários, cujas fortunas ninguém sabe muito bem qual é a origem”. Ana Gomes, eurodeputada do Partido Socialista, questionou se é moral a diferença de tratamento dado a estrangeiros ricos e aos imigrantes de países pobres que todos os dias arriscam suas vidas para entrar na Europa.

A um ano das eleições legislativas, o caso tende a prejudicar os governistas da coalizão de centro-direita formada pelo PSD (Partido Social Democrata) e CDS (Partido Centro Democrático Social). O maior propulsor do programa, Paulo Portas (CDS), é o número dois do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (PSD) e tem recebido fortes críticas da oposição. Por outro lado, o Partido Socialista também pode ser afetado pela prisão do ex-premiê Sócrates. 

 

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

Encaminhar Enviar por e-mail

Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados