O contratista norte-americano Alan Gross foi libertado na última quarta-feira (17/12) juntamente com três dos Cinco Cubanos que permaneciam detidos nos Estados Unidos. Mas, juntamente com Gross, outro espião foi posto em liberdade, mas com menos alarme. Definido pela Casa Branca como “alguém dos serviços cubanos que passou para o lado de Washington”, o nome dele permaneceu em sigilo até esta sexta-feira (19/12), quando foi revelado por jornais norte-americanos.
ENTENDA O QUE MUDA EM CUBA E NOS EUA COM AS NOVAS POLÍTICAS ANUNCIADAS
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Raúl se encontrou com os Cinco Cubanos, considerados heróis no país
Trata-se, segundo os periódicos, de Rolando Sarraff Trujillo, de 51 anos, formado em jornalismo na Universidade de Havana. Detido há 20 anos em Cuba, onde cumpria uma pena de 25 anos, ele desempenhou um papel fundamental para o governo norte-americano na ilha. Infiltrado na Direção de Inteligência de Cuba, o ex-criptógrafo exerceu “um papel decisivo” na identificação de vários espiões cubanos em território americano.
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A informação foi confirmada por Chris Simmons, que atuou como chefe da unidade de contrainteligência da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos entre 1996 e 2004, à Associated Press.
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Inclusive, de acordo com os jornais norte-americanos, as informações reveladas por Trujillo teriam sido chaves para a detenção dos Cinco Cubanos, que atuavam na chamada Rede Vespa, em 1998. Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, René González e Fernando González trabalhavam em um plano para desestabilizar as redes de cubanos em Miami que patrocinava terrorismo contra a ilha.
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De acordo com informações revelas pelo jornal The Washington Post, a libertação de Sarraff Trujillo era uma prioridade para a inteligência americana dentro do acordo com Cuba.
“Decidimos libertar e enviar aos Estados Unidos o espião de origem cubana que esteve a serviço desta nação”, afirmou o presidente Raúl Castro durante pronunciamento à nação ao anunciar não só a libertação dos detidos no país, como a retomada das relações diplomáticas com os Estados Unidos.
O paredeiro atual de Sarraff, no entanto, não foi confirmado por nem por autoridades cubanas, nem norte-americanas.
Anunciada na última quarta-feira (17/12), a aproximação histórica entre EUA e Cuba por Obama e Raúl Castro traz mudanças importantes no setor diplomático entre ambas as nações. Para além dos efeitos simbólicos do anúncio, a nova política trará consequências práticas para a economia e a diplomacia entre os dois países: desde a abertura de uma embaixada em Havana até a permissão para que cidadãos norte-americanos comprem rum e charutos cubanos em maior quantidade.