400 mil jovens têm aulas com "professores não qualificados" no Reino Unido, diz Partido Trabalhista
Oposição acredita que nova lei na educação feriu qualidade do ensino; Na França, especialistas discutem fim de notas para avaliação
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Alunos do ensino fundamental no Reino Unido: nova lei para contratação de educadores gera controvérsia
Mais de 400 mil jovens têm aulas com "professores não qualificados" no Reino Unido, apontou pesquisa apresentada pelo Partido Trabalhista nesta terça-feira (30/12). Em 2012, o governo britânico aprovou a lei que permite a flexibilização do critério de avaliação para contratação de profissionais da educação. Desde então, o partido de oposição analisa os reflexos da medida no cotidiano escolar e alerta que os estudantes estão "seriamente ameaçados".
"A decisão do primeiro-ministro David Cameron de permitir a contratação permanente de profissionais não qualificados é uma séria ameaça para milhares de crianças. Nosso desejo é assegurar que todos professores sejam devidamente capacitados e continuem a crescer profissionalmente", disse Tristram Hunt, consultor em educação do Partido Trabalhista.
De acordo com informação do jornal The Guardian, o conceito de 'não qualificado' inclui profissionais que não têm treinamento em segurança escolar, administração da sala de aula, gestão no desenvolvimento de talentos e cuidado para as necessidades dos alunos. No total, cerca de 17,100 professores e educadores estão nesta situação no país.
O governo britânico argumenta que a lei de flexibilização tem como objetivo aproximar profissionais de engenharia, computação e idiomas para as escolas. No antigo modelo, este perfil de educador dificilmente conseguia ingressar nas instituições de ensino do país.
França discute fim de notas na escola
No começo deste mês, o Ministério da Educação da França anunciou que pretende reformar o atual sistema de avaliação no ensino. A pasta pretende apresentar uma proposta para abolir o sistema de notas - que no país vão de 0 até 20, similar ao 0 até 10 no Brasil.
De acordo com o portal RFI, o objetivo é ter uma avaliação mais complexa das competências dos alunos. "Neste modelo, os professores utilizarão critérios como o domínio da língua francesa, a capacidade de comunicação, formas e métodos de aprendizado, a postura dos estudantes como cidadãos, sua compreensão e observação do mundo, entre outros", anunciou em nota oficial o Ministério da Educação da França.
Nas próximas semanas, o Ministério da Educação da França irá divulgar novas datas em 2015 para conferências para discutir o assunto em Paris.
(*) Com informações da BBC, The Guardian, RFI France