Saudia, a principal companhia aérea nacional da Arábia Saudita planeja implementar a segregação de gênero durante seus voos, após uma série de reclamações dos passageiros que se recusam a ter homens aleatórios sentados ao lado de suas esposas, de acordo com a imprensa local.
خبر-تدشين وصول طائرة “السعودية” الجديدة من طراز بوينج 300-777 pic.twitter.com/sGjFvhVxoG
— SAUDIA | السعودية (@Saudi_Airlines) 24 dezembro 2014
“Existem soluções para este problema … em breve vamos elaborar regras que irão satisfazer todos os passageiros”, declarou o gerente de marketing da companhia, Abdul Rahman Al Fahd, ao jornal saudita Ajel. Uma das propostas estudadas é manter mulheres e homens separados a menos elas sejam familiares próximas.
Políticas de viagem já estão de acordo com as rigorosas práticas do Islã na Arábia Saudita. Por exemplo, uma oração ou um verso do Alcorão é geralmente lido antes da descolagem e os voos internacionais têm uma área de oração especialmente designada para os homens. Além disso, a companhia aérea não oferece nenhuma bebida alcoólica, nem filmes de conteúdo adulto a bordo.
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A Arábia Saudita é regida por uma interpretação da lei islâmica que impõe a segregação de sexos em espaços públicos e restrições às mulheres para viajar para fora do país sem um homem da família. Em muitas ocasiões, elas dependem da aprovação de um “guardião masculino” para poder viajar ou trabalhar fora de casa.
Um dos exemplos mais conhecidos em relação à segregação no país saudita é o da restrição das mulheres dirigirem automóveis no território nacional, uma proibição única no mundo inteiro.
Na semana passada, as sauditas Loujain al-Hathloul, 25 anos, and Maysa al-Amoudi, 33, foram julgadas por um tribunal especial para casos de terrorismo na Arábia Saudita por dirigirem. O reino teme que o acesso às carteiras de motorista para as mulheres amplie os direitos civis delas, levando a“problemas sociais”.
Carlos Latuff/ Opera Mundi