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Política e Economia

Em evidência após ataque, extrema-direita francesa é antieuro, antiaborto e quer baixar idade penal para 13 anos

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Após atentado à ‘Charlie Hebdo’, expectativa é de que Frente Nacional, partido de Marine Le Pen, ganhe mais força política com clima de xenofobia no país

Amanda Lourenço

2015-01-14T10:00:00.000Z

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A FN (Frente Nacional), partido da extrema-direita francesa liderado por Marine Le Pen, já vem há algum tempo despontando como relevante força política no cenário nacional. Apenas em 2014, venceu as eleições para o Parlamento Europeu na França, conseguiu significativo avanço nos pleitos municipais país afora e ainda aparece liderando as intenções de voto, com 28% da preferência, para as eleições departamentais em 2015.

Desde a semana passada, quando 17 pessoas morreram nos episódios relacionados ao ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo, a legenda direitista ganhou ainda mais atenção. A líder Marine Le Pen não perdeu tempo: pediu a volta da pena de morte, extinta há mais de 30 anos, e disparou: “Por trás do terrorismo, há uma ideologia: o fundamentalismo islâmico”.

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Flickr/Blandine Le Cain/CC

Marine é filha de Jean-Marie Le Pen, político que liderou a Frente Nacional desde a sua criação, em 1972, até 2011

O que torna a Frente Nacional tão singular neste momento da história é a expectativa (e o temor) de que o partido da extrema-direita seja capaz capitalizar esse clima de tensão, islamofobia e xenofobia que surge, em alguns pontos do país, como reação ao ataque terrorista. Desde o assalto à Charlie Hebdo, por exemplo, mais de 50 atos antimuçulmanos foram registrados na França.

Com isso, o partido sairia fortalecido e com mais respaldo popular para participar da corrida presidencial em 2017 — o que não deixaria de ser uma ironia, já que a Charlie Hebdo, pivô, neste cenário, da ascensão de Le Pen, tinha na Frente Nacional um de seus alvos mais frequentes.

“Os atentados em si não foram nada. O pior ainda está por vir”, ouve-se em cada esquina de Paris. Mas, no caso de as previsões pessimistas se concretizaram — ainda que distantes e superestimadas, na opinião de muitos —, o que mudaria se Marine Le Pen passasse a ocupar o cargo mais alto da França?

Abaixo, estão algumas das mais importantes propostas de campanha defendidas pela Frente Nacional:

Abandono do euro
Um dos carros-chefes de Marine Le Pen, a volta ao franco teoricamente permitiria recuperar a competitividade e diminuir o desemprego e o déficit. A nacionalização parcial dos bancos seria necessária em um primeiro momento. Especialistas dizem que como nenhum país saiu do euro antes, é impossível prever as consequências do abandono. Como a França é uma das maiores economias da Europa, sua saída provavelmente provocaria um colapso em toda a região, o que certamente seria sentido pela própria França, cedo ou tarde.

Agência Efe

Uma das bandeiras de Le Pen é romper com a União Europeia, feito que seria inédito no bloco

Antecipação da aposentadoria
Em 2010, a França aumentou a idade legal de aposentadoria de 60 para 62 anos e o tempo de cotização de 40 para 43 anos. A FN quer reinstaurar os antigos critérios, sem levar em conta o envelhecimento da geração baby-boom. Se os sindicatos ainda tentam lutar por esta causa, os trabalhadores já parecem ter se conformado diante das evidências: “Levando em conta as dificuldades econômicas, mas também o aumento da expectativa de vida, muitos assalariados estão percebendo que esta reivindicação não é mais justificável. Não é mais uma prioridade”, afirma Dominique Andolfatto, professor de ciências políticas da Universidade de Bourgogne.

Reestabelecimento da pena de morte
Cada vez que um crime choca o país, Marine Le Pen aparece defendendo a pena capital. Não foi diferente depois do ataque terrorista da última semana. Entre as propostas oficiais do partido também está a prisão perpétua efetiva, sem qualquer possibilidade de liberação.

Compromisso contra imigração
Há uma série de medidas contra os estrangeiros clandestinos: expulsão imediata dos que estiverem na França, supressão da possibilidade de regularização e fim do atendimento médico universal obrigatório. O objetivo é reduzir de 200 mil para 10 mil imigrantes regularizados por ano. A mão de obra estrangeira, mesmo a ilegal, sempre foi um mecanismo importante para o desenvolvimento do país. “No papel, esse excesso de trabalhadores é inútil, já que temos uma taxa de desemprego superior a 10%. Entretanto, há uma rejeição dos franceses por certos tipos de trabalho manuais, difíceis e mal remunerados e estes clandestinos suprem a necessidade em certos setores como indústria e construção”, afirma Andolfatto.

Incentivo à natalidade
O partido de Marine Le Pen defende “uma grande política natalista ao invés de uma imigração cara e desestabilizante”. Porém, como já esclareceu Andolfatto, uma coisa não tem muito a ver com a outra. Além do mais, há décadas o governo francês vem realizando uma política natalista e seus resultados foram bastante satisfatórios: a França tem a segunda maior taxa de natalidade da Europa, atrás apenas da Irlanda e na frente até mesmo do Brasil.

Luta contra o aborto
O aborto foi legalizado na França há exatos 40 anos e é um direito social tão enraizado, que nem partidos ultraconservadores ousam tocar nele. De maneira um tanto absurda, o que propõe a FN é “a escolha de não abortar”, oferecendo outras opções como adoção pré-natal ou ajudas financeiras a famílias numerosas.

Laicidade com foco no islã
A França é um país laico e já aprovou leis polêmicas em torno desta laicidade, como a proibição do porte de sinais ou símbolos religiosos em estabelecimentos públicos, sejam eles véus, cruzes ou quipás. O princípio não é aceitar todas as religiões, mas evitar a demonstração de todas elas. A FN tem uma preferência por focar na religião muçulmana, que, segundo o partido, “tem como objetivo aplicar a sharia (lei islâmica) na França”. Le Pen pretende lutar contra o “comunitarismo e o fundamentalismo islâmico” proibindo a discriminação positiva nas entrevistas de trabalho, entre outros. Ela parece ignorar, entretanto, que o índice de desemprego dos decendentes de imigrantes da África ou de países árabes é três vezes maior do que entre os franceses.

Outras propostas da Frente Nacional:

- supressão do direito à nacionalidade francesa apenas pelo nascimento em solo francês;

- proibição da dupla nacionalidade, exceto entre países europeus;

- diminuição da maioridade penal para 13 anos de idade;

- reestabelecimento da autoridade e da meritocracia nas escolas;

- reconhecimento moral e financeiro dos harkis, argelinos que lutaram ao lado dos franceses na Argélia colonial. Jean-Marie Le Pen, pai de Marine e soldado na guerra da Argélia, é acusado da prática de tortura durante seu serviço na ocasião; e,

- rejeição do casamento gay e adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo.

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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